domingo, 29 de outubro de 2017

Aula 06 – A ABRANGÊNCIA UNIVERSAL DA SALVAÇÃO


4º Trimestre/2017

Texto Base: João 3:16-18; 1Timóteo 2:5,6

"Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele" (João 3:17).

 
INTRODUÇÃO

Nesta Aula trataremos a respeito da Abrangência Universal da Salvação. Certamente, a salvação em Cristo abrange a toda criatura humana. O texto sagrado de João 3:16 respalda este fato: “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. Observe que Deus não amou só uma parte da humanidade, não; Ele amou todo o mundo, e mundo aqui inclui toda a humanidade. Deus não ama os pecados humanos ou o sistema maligno de mundo, mas ama as pessoas e “deseja que todas as pessoas sejam salvas e cheguem ao pleno conhecimento da verdade” (1Tm.2:4). A extensão de seu amor é revelada pelo fato de que deu o seu Filho Unigênito por uma raça de pecadores rebeldes. Isso não quer dizer que todos são salvos. Para receber a Salvação, uma pessoa precisa receber o que Cristo fez por ela – “para que todo aquele que nele crê não pereça”. Portanto, não há necessidade de ninguém perecer, contanto que creia em Jesus Cristo e o receba como único e suficiente Senhor e Salvador. Foi fornecido um caminho pelo qual todos podem se salvar, mas a pessoa precisa reconhecer o Senhor Jesus Cristo como seu Salvador pessoal. Deus ama todos, independente de raça, cor ou classe social. Ele ama todos os povos e deseja que todos se salvem mediante a fé no sacrifício do seu Filho Unigênito.

I. O QUE É A OBRA EXPIATÓRIA DE CRISTO?

Expiação é o perdão dos pecados dos que se arrependem e confessam, acompanhado de reconciliação com Deus, pelo Sacrifício de uma vítima inocente. No Antigo Testamento a vítima era um animal, figura e símbolo do Cristo crucificado (Lv.1:7; Hb.9:19-28). O homem foi criado à imagem e semelhança de Deus no sentido espiritual, porém após o pecado de Adão, o pecado manchou esta imagem divina no homem, e somente a obra expiatória de Cristo poderá recuperar a imagem de Deus no homem, mediante o arrependimento dos pecados; quando o ser humano recebe o amor de Cristo, o apostolo Paulo afirma que o homem passa a ser uma nova criatura(2Co.5:17); a palavra nova criatura quer dizer que a primeira criação já não mais existe, a imagem do pecado que restou de Adão deixa de existir, e assim em Cristo o ser humano passa a ser novamente a imagem de Deus, pois tudo se faz novo.

1. A necessidade de expiação. A morte de Jesus Cristo, o derramamento do Seu sangue para satisfação da justiça divina foi uma necessidade (Mt.16:21; Lc.9:22). Sem que o Justo entregasse sua vida em favor dos injustos, não seria possível a salvação. Foi na cruz do Calvário o lugar em que se deu o sacrifício expiatório de Cristo, substituindo o pecador pelo justo Cordeiro de Deus que pagou em nosso lugar e, para sempre, a dívida do nosso pecado (Cl.2:14).

A realidade bíblica da necessidade de expiação é encontrada logo após a queda do homem. Quando Deus Se apresentou ao primeiro casal naquele dia fatídico, o casal fugiu da presença de Deus, notando não ter mais condições de estar diante do Senhor. O pecado criou uma divisão entre Deus e o ser humano (Is.59:2) e, por isso, o homem não poderia se apresentar diante do Senhor. Em seguida, a Bíblia nos diz que o Senhor matou um animal para dele fazer vestes para o primeiro casal (Gn.3:21). Neste gesto, o Senhor, que há pouco havia prometido a redenção da humanidade mediante o nascimento da “semente da mulher” (Gn.3:15), inicia o chamado “rastro de sangue”, que perpassa as Escrituras, indicando que a comunhão prometida entre Deus e o homem não se faria sem sangue, não se faria sem a morte de um justo. A expiação se apresenta, pois, como uma necessidade, como um processo indispensável para que o homem retorne à comunhão com Deus, que foi perdida por causa do pecado.

2. A abrangência do pecado. O pecado é a transgressão da Lei (1João 3:4), é a rebelião da vontade da criatura contra a vontade de Deus. O pecado é todo pensamento, toda palavra ou todo ato que fica aquém do padrão de santidade e perfeição de Deus, é errar o alvo ou deixar de alcançá-lo. Um indígena cuja flecha não acertou o avo disse: ”pequei”. Em sua língua, os conceitos de pecar e não acertar o avo eram expressos pelo mesmo termo. O pecado não consiste apenas em fazer o que é sabidamente certo (Tg.4:17).

As Escrituras mostram que todos pecaram e, que por isso, foram afastados da presença de Deus, passando a inclinar-se para o mal (Rm.3:23; SI.14:3; Mc.10:18; Ec.7:20). Todos pecaram em Adão, que pecou como representante de todos os seus descendentes. No entanto, os seres humanos não são apenas pecadores por natureza, também são pecadores por prática; carecem, em si mesmos, da glória de Deus. Portanto, a necessidade do evangelho é universal porque todos pecaram e carecem da glória de Deus (Rm.3:23).

3. A expiação de Cristo. É elucidativo que, vindo Jesus para ser batizado por João no rio Jordão, como nos mostram as Escrituras, o Senhor tenha sido apontado pelo profeta como “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (João 1:29). O anúncio de João, antes mesmo que o Senhor iniciasse qualquer pregação, em tudo concorda com o objetivo prioritário da missão de Cristo sobre a face da Terra, que havia sido reafirmada pelo próprio Senhor instantes antes da encarnação (Hb.10:5-9). Jesus veio ser a vítima do sacrifício necessário, veio substituir toda a humanidade, morrendo em lugar dos homens (Rm.5:8; 1Ts.5:10), para satisfazer a justiça divina e, por meio do derramamento do Seu sangue, permitir que se restabelecesse a comunhão entre Deus e o ser humano (Ef.2:13-16), algo que só poderia ocorrer mediante a remoção dos pecados e não somente a sua desconsideração por força da morte de animais, como ocorria na época da lei (Hb.7:26,27; 9:7-10). Enquanto os sacrifícios do Antigo Testamento apenas minimizavam a situação do pecador, a obra expiatória de Cristo resolve de uma vez por todas o grave problema do pecado (Rm.3:23-25).

Para que o pecado fosse removido, para que a morte, que é a separação entre Deus e os homens, fosse eliminada, fazia-se absolutamente necessário que um não pecador morresse em lugar dos pecadores. A morte de Jesus, o derramamento do Seu sangue era absolutamente imprescindível para que houvesse o resgate da humanidade. Por isso, Jesus disse que veio para servir e dar a Sua vida em resgate de muitos (Mc.10:45).

II. O ALCANCE DA OBRA EXPIATÓRIA DE CRISTO

A expiação é atitude que tem seu nascimento no próprio Deus, pois sendo Ele o único Ser puro e santo, somente dEle poderia provir um meio para a purificação do homem, que, preso no lamaçal do pecado, não tinha mais como se apresentar diante de Deus, apenas inutilmente tentado fugir de sua presença. Esta reconciliação, porém, não se faria sem que houvesse morte, pois o pecado tem um preço, uma consequência, que era a morte, como bem demonstrou o próprio Deus ao sentenciar a humanidade pela sua falta, morte esta que teria de se dar de modo integral, ou seja, como separação entre corpo e homem interior (alma e espírito), como separação de Deus. Por isso, o escritor aos hebreus é tão contundente: “sem derramamento de sangue, não há remissão” (Hb.9:22b). Sem que houvesse a morte física de um justo para pagar a justiça divina, não se teria um “meio de purificação” que permitisse a restauração da comunhão entre Deus e o homem. Qual é o alcance da obra expiatória operada por Cristo? É universal, pois ela envolve todos os seres humanos (João 3:16), e o ser humano completo - espírito, alma e corpo - (1Ts.5:23).

1. Tem efeito retroativo. Jesus morreu pelo mundo inteiro, como nos ensina o chamado “texto áureo” da Bíblia Sagrada. Deus amou o mundo e deu o Seu Filho para que todo aquele que nEle crê, não pereça, mas tenha a vida eterna. Além de nos mostrar que Jesus morreu por nós, que pagou o preço para a nossa salvação, preço este que foi o seu próprio sangue (1Pd.1:18,19). A Bíblia também nos ensina que a morte de Cristo representou a expiação dos pecados de todo o mundo (1João 2:2). O sacrifício de Cristo foi perfeito, completo e suficiente para salvar a todos os homens, desde o primeiro casal até o último homem que nascerá sobre a face da Terra (Hb.9:24-28). A expiação feita por Cristo é completa e ilimitada, porque Ele é o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. Jesus morreu em lugar de todos os homens, por isso “… o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele…”(Is.53:5), e “…o Senhor fez cair sobre Ele a iniquidade de nós todos” (Is.53:6).

2. Tem efeito no presente. Como se não bastasse isso, a Bíblia ainda nos diz que, quando Jesus morreu, o véu do templo de Jerusalém, que separava o Santo dos Santos, se rasgou de alto a baixo, numa clara demonstração de que a separação que havia entre Deus e os homens, por causa do pecado, havia cessado(Mt.27:51). A partir de então, o povo não precisaria mais ficar longe do lugar santíssimo no dia da expiação (Lv.16:17), mas pode entrar na presença do Senhor com ousadia, pelo novo e vivo caminho aberto pelo Senhor, por sua morte (Hb.10:19,20). Jesus Disse: “Em verdade, em verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna e não entra em juízo, mas já passou da morte para a vida”(João 5:24).

3. Tem efeito no futuro. O último estágio do processo da salvação é a glorificação, glorificação esta que só acontecerá por causa do nosso Redentor, que realizou o sacrifício perfeito e eterno com o objetivo de remover o nosso pecado e nos reconciliar com Deus. Quando ocorrer a glorificação, atingiremos, finalmente, a estatura de “varão perfeito”(Ef.4:13).

4. A expiação é ilimitada, mas condicionada à vontade de cada ser humano. O versículo de João 5:24, citado anteriormente, já demonstra a condicionalidade da salvação. A Bíblia é clara ao dizer que Jesus morreu por todos os homens e que seu sacrifício é suficiente para a remoção do pecado do mundo. Ele é a propiciação pelos pecados de todo o mundo. Entretanto, por que, então, todos os homens não se salvam? Porque não podemos confundir salvação com expiação. Para que haja salvação é preciso que haja expiação. Sem expiação, não há salvação. Mas a salvação, além da expiação, exige a fé do homem. Jesus, ao anunciar o Evangelho, chamou o povo ao arrependimento e à fé no Evangelho (Mc.1:15). Alcançamos a justificação pela fé em Cristo (Rm.5:1).

Numa linguagem jurídica, a morte de Cristo satisfez a justiça divina e tem poder para remover o pecado do mundo inteiro. É um sacrifício real, válido, mas que, para gerar efeitos na vida de cada homem, precisa ter a aceitação deste sacrifício pelo pecador. Se o pecador aceita este sacrifício e crê que ele é capaz de remover os seus pecados, tem-se a remoção, tem-se o perdão; o sacrifício produz o efeito e a pessoa é tornada pura, é santificada, alcança a salvação. Se, entretanto, a pessoa não crê no sacrifício de Cristo, os seus efeitos não se produzem para ela. Ele não deixa de ser eficaz, ele não deixa de ter valor para todos os homens, mas, ante a rejeição da pessoa, rejeição esta que, se persistir até a passagem da pessoa até a dimensão eterna, será permanente e imutável, a expiação não produzirá os efeitos para aquela pessoa. A expiação, portanto, é ilimitada, mas condicionada à vontade de cada ser humano.

III. CRISTO OFERECE SALVAÇÃO A TODO O MUNDO

Se é verdade que o jugo do pecado é universal, também é verdade que a necessidade da salvação em Cristo é universal. O Evangelho de Jesus Cristo, cujo conteúdo é Cristo, destina-se a todos os gentios, a todos os povos. Os judeus pensavam que as boas-novas de salvação eram destinadas apenas a eles. No entanto, o plano eterno de Deus incluía todos os povos. Cristo morreu a fim de comprar para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação (Ap.5:9). John Stott é enfático quando escreve: "Precisamos libertar-nos de todo orgulho, seja de raça, nação, tribo, casta ou classe, e reconhecer que o Evangelho de Deus é para todos, sem exceção e sem distinção”.

1. Perdão, libertação e cura. A argumentação de Paulo em Romanos 3:9-20 é: todos os homens são culpados diante de Deus, todos estão debaixo da condenação do pecado (Rm.3:9). Paulo é enfático no seu diagnóstico acerca do estado deplorável em que se encontra o ser humano. O pecado atingiu todo o seu ser: corpo e alma. O pecado enfiou seus tentáculos em todas as áreas de sua vida: razão, emoção e volição. Todo o seu ser está rendido ao pecado e a serviço do pecado. O homem está chagado da cabeça aos pés. Mas, o maior resultado da salvação operada por Jesus é o perdão dos pecados e a reconciliação do pecador com Deus. Mas, o perdão não é uma concessão automática, precisa ser pedido; veja a atitude do servo da Parábola do credor incompassivo (Mt.18:23-35): “Então, aquele servo, prostrando-se, o reverenciava, dizendo: Senhor, sê generoso para comigo...”. O servo se ajoelho e pediu. Não se pede perdão com a cabeça erguida e “batendo no peito”. Quem pede precisa reconhecer que deve e que não pode pagar. O perdão não pode ser negociado, mas pedido. Para pedir é preciso saber se humilhar, e, aquele que se humilha, conforme afirmou o Senhor Jesus, será exaltado (Mt.23:12). E foi isto o que fez o rei Davi, quando pecou – “Por amor do teu nome, Senhor, perdoa a minha iniquidade, pois é grande” (Salmo 25:11). Assim, para ser perdoado, o homem precisa ter consciência do seu pecado, precisa querer livrar-se dele, saber que não conseguirá fazer isto por si mesmo; deve se humilhar e pedir o perdão para quem tem o poder de perdoar. Se o servo mau, da referida Parábola, não tivesse pedido, também não teria sido perdoado. Mas, como ele se humilhou, e pediu misericórdia, “então, o senhor daquele servo, movido de intima compaixão, soltou-o e perdoou-lhe a divida”.

Não somente Jesus liberta o ser humano da escravidão do pecado, também, ao morrer na Cruz do Calvário nos libertou de todos os nossos sofrimentos - "Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados" (Is.53:5). Portanto, somente Jesus perdoa, liberta e cura.

2. A salvação é para todo o mundo. A Salvação preparada por Deus destina-se a todos os homens; é o que o texto sagrado explicita: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16). Neste “todo aquele” não há exclusão de ninguém. Todos podem crer, e Deus quer que todos creiam, pois “a graça de Deus se há manifestada, trazendo Salvação a todos os homens” (Tito 2:11). Deus, nosso Salvador, quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade (1Tm.2:3,4). Porém, cremos que essa Salvação é condicional, ou seja, exige-se do ser humano arrependimento de coração (At.15:9; Rm.3:28;11:6), e que confesse a Cristo como único e suficiente Salvador (Rm.10:9).

Há uma tendência atual de afirmar que, no final das contas, Deus, em sua graça, salvará a todos os perdidos, mesmo aqueles que jamais responderam (e mesmo rejeitaram) o sacrifício de Cristo. Essa perspectiva teológica, bastante cultivada atualmente, denomina-se de “universalismo”. Esse ensinamento é totalmente falso. O arrependimento sempre foi e continuará sendo uma prerrogativa àqueles que querem ser salvos. Veja os seguintes trechos bíblicos que comprovam tal fato:

§ “Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado”(Mc.16:16).

§ “Responderam eles: Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa”(Atos 16:31).

§ “Pedro então lhes respondeu: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para remissão de vossos pecados”(At.2:38).

§ “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, de sorte que venham os tempos de refrigério, da presença do Senhor”(Atos 3:19).

Desta feita, não faz qualquer sentido a posição dita “universalista”, segundo a qual toda a humanidade, mais cedo ou mais tarde, alcançará a salvação, mesmo na eternidade, visto que, como é desejo de Deus a salvação de todos os homens, não há como alguém ser eternamente condenado, pois isto implicaria em admitir que Deus não poderia salvar a todos ou não cumpriria os seus propósitos ou, ainda, que o sacrifício de Cristo foi limitado em seus efeitos. Este argumento é falacioso, pois Deus tem compromisso com a sua Palavra e, ao apresentar uma promessa condicional, tem de fazer prevalecer, pela sua fidelidade, o que prometeu.

3. A responsabilidade do cristão. Há uma grande responsabilidade para os que foram alcançados pela salvação em Cristo, e uma das mais importantes é o compromisso de compartilhar o Evangelho de Jesus Cristo. Foi Ele mesmo quem ordenou: “ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mt.28:19,20). A ordem do Senhor é que devemos ir ao encontro do mundo, ir ao encontro dos pecadores, levar-lhes a mensagem da salvação em Cristo Jesus. O homem não tem condição de salvar-se a si próprio e, mais, o deus deste século lhe cegou o entendimento para que não tenha condições de ver a luz do evangelho da glória de Cristo (2Co.4:4). Portanto, é tarefa da Igreja ir ao encontro de judeus e de gentios para lhes anunciar as boas-novas da salvação.

Quando os cristãos têm consciência que a tarefa primordial da Igreja é a evangelização, passam a entender que sua existência gira em torno desta missão dada a cada crente. Todas as nossas ações, todo o nosso cotidiano deve ser criado e executado diante da perspectiva de que somos testemunhas de Cristo Jesus (At.1:8) e que devemos, portanto, testificar do Senhor, mostrar ao mundo, através de nossas boas obras, que Deus é nosso Pai, que somos filhos de Deus e, por meio deste comportamento, levar os homens a glorificar o nosso Pai que está nos céus (Mt.5:16).

A ordem do Senhor é para que se pregue a toda criatura, mesmo aquela que, pela sua conduta, pela sua forma de proceder, é alvo de todo ódio, de toda repugnância, de todo o desprezo da sociedade e do mundo (vide Mc.5:1-20). É interessante observarmos que, nos dias do profeta Jonas, o Senhor mandou que fosse feita a pregação a todos os ninivitas, sem exceção alguma, ainda que eles fossem os homens mais cruéis que existiam no mundo naquele tempo. Jonas teve de pregar para todos, sem exceção, ainda que muitos, pela sua extrema crueldade e maldade, fossem, na verdade, verdadeiras “bestas-feras”, verdadeiros “animais” (Jn.3:8), que, mesmo sendo o que eram, foram alcançados pela misericórdia divina. Observe o exemplo de Jesus - Ele ia ao encontro dos publicanos e das meretrizes, considerados a escória da sociedade de seu tempo. E nós, o que estamos a fazer?

CONCLUSÃO

Diante do que foi exposto, podemos afirmar que, por causa do amor e misericórdia de Deus, em Cristo, Deus ofereceu salvação a todo o mundo. Não concordamos, portanto, com a versão daqueles que dizem que somente alguns foram criados para usufruir da vida eterna, enquanto outros, predestinados, serão lançados no lago de fogo; não, em absoluto isso tem respaldo nas Escrituras Sagradas! Não haveria o porquê de o Pai enviar seu Filho, fazê-lo passar por todo processo de crucificação, morte e ressurreição, ordenando que os discípulos, após serem batizados no Espírito Santo, proclamassem o Evangelho a toda a criatura (Mc 16.15; cf. At 1.8), para salvar apenas alguns predestinados. Está claro nas Escrituras Sagradas, que a intenção de Deus é salvar todos os seres humanos e, com base em sua bondade, amor e justiça, dá a oportunidade de ele rejeitar ou não a promessa bendita de Salvação; o próprio Salvador Jesus Cristo afirma que quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado (Mc.16:16).

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Luciano de Paula Lourenço
Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Comentário Bíblico popular (Novo Testamento) - William Macdonald.
Revista Ensinador Cristão – nº 72. CPAD.
Wayne Grudem. Teologia Sistemática Atual e exaustiva.
Claiton Ivan Pommerening. Obra da Salvação. CPAD.
Rev. Hernandes Dias Lopes. 1,2,3 João.
Ev. Caramuru Afonso Francisco. O Deus da Redenção. PortalEBD_2008.
Ev. Caramuru Afonso Francisco. A morte vicária de Cristo. PortalEBD_2008.
Ev. Caramuru Afonso Francisco. Expiação, a necessidade do sacrifício vicário para a reconciliação com Deus.PortalEBD_2006.
Comentário Bíblico Pentecostal. Novo Testamento. CPAD.

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