1º Trimestre/2019
Texto Base: Filipenses 4:4-9
Observação:
Caso queira informações sobre a Epístola aos Filipenses, clique em Filipenses.
"De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em
Cristo Jesus" (Fp.2:5).
Filipenses 4:4-9
4-Regozijai-vos, sempre, no Senhor; outra vez
digo: regozijai-vos.
5-Seja a vossa equidade notória a todos os
homens. Perto está o Senhor.
6-Não estejais inquietos por coisa alguma;
antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela oração
e súplicas, com ação de graças.
7-E a paz de Deus, que excede todo o
entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo
Jesus.
8-Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é
verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro,
tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há
algum louvor, nisso pensai.
9-O que também aprendestes, e recebestes, e
ouvistes, e vistes em mim, isso fazei; e o Deus de paz será convosco.
INTRODUÇÃO
Nesta Aula trataremos a
respeito da mente. Quem domina a mente do crente em Cristo? Quando a pessoa
nasce de novo, ou seja, quando ela se torna uma nova criatura, regenerada, essa
pessoa não anda mais segunda a sua natureza carnal, mas segundo o comando do
Espírito Santo. No verdadeiro cristão as forças mais poderosas são as de
natureza espiritual; são elas que dominam as forças físicas e mentais, e
determinam o caráter de nossas ações - "Porque
os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são
segundo o espírito para as coisas do espírito" (Rm.8:5). Temos que
entender que a natureza carnal por si só não pode fazer nada, sem que, primeiro,
receba ordem de sua mente. O cristão tem a vantagem de poder controlar os
impulsos de sua mente porque tem à sua disposição a Palavra de Deus e o
Espírito Santo. Se a nossa mente não estiver em comunhão com Deus, certamente,
estará em comunhão com o mundo e, por conseguinte, o espírito será subjugado
pela carne. O que preencher a nossa mente determinará a nossa a
ação.
I. A EXCELÊNCIA DA MENTE CRISTÃ
Somos aquilo que registramos em nossa mente. Se arquivarmos em nossa
mente coisas boas, de lá tiraremos tesouros preciosos, mas se tudo o que
depositamos são coisas más, não poderemos tirar dela o que é proveitoso.
1. Nossos
pensamentos. De todos os seres
criados, o homem é o único que tem capacidade de pensar, porque é o único que
foi feito à imagem e semelhança de Deus. Nossos comportamentos são resultados
de nossos pensamentos: pensamentos no alto, vidas no alto; pensamentos na
terra, vida na terra; mente suja, vida suja; mente limpa, vida limpa. Pensamentos
errados levam a comportamentos errados e comportamentos errados levam a
sentimento errado. Por isso, devemos levar todo pensamento cativo à obediência
de Cristo (2Co.10:5).
“e toda altivez que se levante contra o
conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo”.
Precisamos fechar as portas da nossa mente para o que é vil e abrir as
suas janelas para o que é verdadeiro, justo, amável e de boa fama. Precisamos
jogar para o sacrário da nossa mente o que é elevado e esvaziar todos os porões
da nossa mente de tudo aquilo que é impróprio. O que o homem faz é consequência
do seu pensamento.
"Viu o Senhor que era grande a maldade do
homem na terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era má
continuamente"(Gn.6:5).
Embora tenhamos sido reconciliados com Deus por meio do sangue de Jesus
Cristo, precisamos decidir que nossa mente tenha pensamentos que nos levem a
manter uma vida de comunhão com Deus. Se queremos agradar a Deus, tem que haver
uma transformação em nosso modo de pensar e atuar.
"Entre os quais todos nós também antes
andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos
pensamentos, e éramos por natureza filhos da ira como também os
demais"(Ef.2:3).
2. Somos aquilo que registramos em nossa mente. Toda a Bíblia ensina que podemos controlar
nossa mente. De nada vale adotar uma atitude de derrota, sob a alegação de que
não é nossa culpa que nosso cérebro esteja repleto de pensamentos indesejáveis.
A verdade é que a culpa é nossa. O segredo está em assumir uma forma positiva
de pensar. Se vier algum pensamento mau, descarte-o imediatamente e comece a
meditar na Pessoa e na obra de Cristo. Se arquivarmos em nossa mente coisas
boas, de lá tiraremos tesouros preciosos, mas se tudo o que depositamos são
coisas más, não poderemos tirar dela o que é proveitoso. Paulo faz uma lista do
que deve ocupar os nossos pensamentos:
“Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro,
tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é
amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor
existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento” (Fp.4:8).
Aqui, Paulo nos ensina como
controlar nossa mente: não pensar em coisas más, e sim, nas coisas boas. No
mundo de hoje há muitas atrações que podem distrair a nossa mente quanto às
nossas responsabilidades para com Deus, e assim não pensamos, nem meditamos,
nem nos concentramos nas coisas do Senhor: na sua Palavra, na vida devocional
com Deus, nos deveres cristãos, no trabalho do Senhor, na vinda de Cristo, etc.
O que nós vemos e ouvimos atualmente na televisão, o que ouvimos no rádio, o
que vimos na internet, aquilo a que nos expomos, causam impacto no nosso
autocontrole mental. Precisamos da ajuda do Espírito Santo para manter nossos
pensamentos naquilo que lhe agrada. Portanto, devemos pensar em:
a) “tudo o que é verdadeiro”. Verdadeiro está em oposição àquilo que é
irreal, insubstancial, em oposição à falsidade. Tudo o que é verdadeiro, aqui,
possui as qualidades morais de retidão e confiança, de realidade em
contraposição à mera aparência. Noventa e dois por cento de tudo aquilo que
ocupa a mente das pessoas, levando-as à ansiedade, são coisas imaginárias que
nunca aconteceram ou envolvem questões fora do controle das pessoas. A verdade
é uma característica de Deus. Jesus é a verdade. O evangelho é a verdade. O
cristão é conclamado a falar e a viver a verdade. O Espírito Santo nos conduz
em toda a verdade. Se nossa mente estiver cheia do que é verdadeiro – Jesus, a
Palavra e o Espírito Santo -, estaremos livres do engano, da falsidade e da
mentira.
b) “tudo o que é honesto”. Honestidade é o contrário da duplicidade de
caráter que avilta a moral, sendo incompatível com a mente de Cristo. Os
crentes devem ser dignos e sinceros tanto em suas palavras quanto em seu
comportamento. O decoro nas conversações, nos costumes e na moral é muito
importante. Piadas imorais não condizem com o caráter do verdadeiro cristão. A
mente que se concentra em assuntos desonestos corre o perigo de tornar-se
desonesta.
c) “tudo o que é justo”. Os crentes devem fixar seus pensamentos em
coisas que são justas. São pensamentos e planos que atendam os padrões de
justiça de Deus. Elas devem manter a verdade; elas devem ser íntegras. Aquele
que é justo pensa nas coisas justas. Justo se refere a quem é reto diante de
Deus e dos homens. Como serei justo? Cumprindo a Palavra de Deus, pois ser
justo e reto em nossa geração é andar conforme a regra, conforme as Escrituras
Sagradas. O próprio Senhor disse que Seu juízo era justo porque Ele fazia a vontade
do Pai (João 5:30). Justo é aquele que serve a Deus (Ml.3:18). Temos sido
justos?
d) “Tudo o que é
puro”. Paulo provavelmente estava falando da pureza
moral, algo que é frequentemente muito difícil de manter nos pensamentos. Puro
é quilo que não tem mancha, não é poluído. O que é puro não está manchado pelo
pecado. Pureza refere-se à santidade. São os puros de coração que verão a Deus
(Mt.5:8). Pureza de pensamento e de propósito é condição preliminar
indispensável para a pureza na palavra e na ação. A pureza de pensamento deve
ser cultivada como indispensável no ministério de influenciar os outros. A alma
deve ser circundada de uma atmosfera pura, santa, uma atmosfera que tenda a
vivificar a vida espiritual de quantos a respirem.
e) “Tudo o que é amável”. Coisas amáveis são coisas
agradáveis, aquilo que suscita amor. São aquelas coisas que proporcionam prazer
a todos, não causando dissabor a ninguém, à semelhança de uma fragrância
preciosa. São pensamentos de grandeza moral e beleza espiritual. Uma mente
positiva e agradável gera uma pessoa positiva, vencedora, altruísta.
f) “Tudo o que é de
boa fama”. Os
crentes devem fixar seus pensamentos em coisas que são de “boa fama”. Coisas
que falam bem do pensador – pensamentos que recomendam -, dão confiança,
permitem a aprovação ou o elogio, revelam o pensamento positivo e construtivo.
Os pensamentos de um crente, se ouvidos por outros, devem ser admiráveis, não
constrangedores. No mundo, há demasiadas palavras torpes, falsas e impuras. Nos
lábios do cristão e em sua mente, devem existir somente palavras que são
adequadas para ser ouvidas por Deus e pelo próximo.
g) “se alguma virtude há e se
algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento”. Ao invés de continuar sua seleção, Paulo
resume, assim: "se alguma virtude há", do grego arete, cujo significado é "virtude moral"; "se algum
louvor existe", do grego epainos,
"aquilo que merece louvor ou que inspira a aprovação divina"; seja
isso o que ocupe o nosso pensamento, seja isso que devem marcar as nossas
atitudes e ações.
Se buscarmos tudo o que é verdadeiro, honesto, justo, puro, amável e de
boa fama, teremos uma preciosa promessa: “o Deus de paz será convosco” (Fp.4:9). Hoje, muitas pessoas
procuram ter paz com Deus sem ter um relacionamento com Deus, que é o autor da
verdadeira paz; porém, isso não é possível. Para experimentar a paz, precisamos
primeiro conhecer o Deus da paz.
II. BATALHAS NA
MENTE
Precisamos
entender que as nossas maiores batalhas são travadas no campo da mente. Nessa trincheira, a guerra é ganha ou
perdida. Ali se decide a vitória ou a derrota, se caminha em santidade ou
caminha na carne, se terá um corpo sadio ou enfermo. Nós decidimos se é Deus ou
o Diabo quem deve dominar a nossa mente. Aquele que ocupar o maior tempo em nossa
mente será quem terá controle para levar vantagem em seu “reino”.
Muitos cristãos estão perdendo a batalha contra o inimigo nos lugares
celestiais, porque ainda não ganhou a batalha em sua mente. Não podemos
conquistar as fortalezas espirituais em lugares celestiais, sem que primeiro
tenhamos conquistados as fortalezas espirituais que Satanás tem levantando em
nossas mentes.
O mandamento enfático é: "Amarás,
pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o
teu entendimento (mente) e de todas as tuas forças" (Mc.12:30).
Se desejamos cumprir este principal mandamento, temos que prestar atenção à
situação de nossa mente. É impossível poder amar ao Senhor com toda a nossa
mente se uma parte dela não se submete à Sua vontade. Não haverá progresso se
nossa mente não se colocar em harmonia com Deus.
Há muitos que cristãos dizem ser que têm uma vida espiritual inconstante,
e isto é resultado de uma mente dividida: com uma parte tenta agradar a Deus e,
com outra, tem comunhão com o sistema deste mundo. Tiago fala sobre isso: “O
homem de coração dobre é inconstante em todos os seus caminhos" (Tg.1:8);
outra versão diz: "homem vacilante que é, e inconstante em todos os seus
caminhos" (AA). Aquele que tem uma vida espiritual inconstante é como um
navio desorientado, como um homem sem direção e sem controle - hoje está de um
jeito, amanhã está de outro; ontem por cima, hoje por baixo, à mercê das mais
variadas circunstâncias, porque esse alguém não tem sua vida ancorada na
Palavra de Deus e não busca a direção do Espírito de Deus. Tiago afirma que
Deus não responde a oração de alguém assim.
1. Mantendo limpa e renovada a nossa mente. A nossa mente precisa estar sempre limpa e
renovada. O que é renovar a nossa mente? É restaurar a forma de algo que foi
deformado; é fazer com que algo velho volte a ser novo. As coisas do mundo,
contrárias aos princípios régios da Palavra de Deus, estão constantemente sendo
reproduzidas a fim de que elas sejam inculcadas em nossas mentes. Mesmo que não
concordemos, acabamos como que dessensibilizados para o pecado que o mundo está
promovendo. A única maneira da nossa mente ser renovada é quando deixamos a
Palavra de Deus limpar as coisas que o mundo coloca nela.
Conta-se que um certo chinês, em um mosteiro,
chegou para o seu mestre e perguntou:
-Mestre, por que devemos ler e decorar a
Palavra de Deus se nós não conseguimos memorizar tudo e com o tempo acabamos
esquecendo? Somos obrigados a constantemente decorar de novo o que já
esquecemos. O mestre não respondeu imediatamente ao seu discípulo. Ele ficou
olhando para o horizonte por alguns minutos e depois ordenou ao discípulo:
- Pegue aquele cesto de junco, desça até
o riacho, encha o cesto de água e traga até aqui. O discípulo olhou para o
cesto sujo e achou muito estranha a ordem do mestre, mas, mesmo assim,
obedeceu. Pegou o cesto, desceu os cem degraus da escadaria do mosteiro até o
riacho, encheu o cesto de água e começou a subir de volta. Como o cesto era
todo cheio de furos, a água foi escorrendo e quando chegou até o mestre já não
restava nada. O mestre perguntou-lhe:
- Então, meu filho, o que você aprendeu?
O discípulo olhou para o cesto vazio e disse, jocosamente:
- Aprendi que cesto de junco não segura
água. O mestre ordenou-lhe que repetisse o processo de novo. Quando o discípulo
voltou com o cesto vazio novamente, o mestre perguntou-lhe:
- Então, meu filho, e agora, o que você
aprendeu? O discípulo novamente respondeu com sarcasmo:
- Que cesto furado não segura água. O
mestre, então, continuou ordenando que o discípulo repetisse a tarefa. Depois
da décima vez, o discípulo estava desesperadamente exausto de tanto descer
e subir as escadarias. Porém, quando o mestre lhe perguntou de novo:
- Então, meu filho, o que você aprendeu?
O discípulo, olhando para dentro do cesto, percebeu admirado:
- O cesto está limpo! Apesar de não
segurar a água, a repetição constante de encher o cesto acabou por lavá-lo e
deixá-lo limpo. O mestre, por fim, concluiu:
- Não importa que você não consiga
decorar todas as passagens da Bíblia que você lê, o que importa, na verdade, é
que no processo a sua mente e a sua vida ficam limpos diante de Deus.
2. Não se conformeis com o mundo. O apóstolo Paulo, em Romanos 12:2, exorta:
“E não vos
conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente,
para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus"
(Rm.12:2).
Há
duas palavras que regem esse versículo: conformação e transformação. O crente é
alguém que não se amolda ao esquema do mundo, mas se transforma pela renovação
da mente. "Mundo", aqui, não significa o universo, a Terra e nem
mesmo seus habitantes e, sim, o sistema que impera em nossa sociedade e que é
contrário a Deus. É nesse sentido que o Novo Testamento fala que antes de nos convertermos,
nós andávamos "segundo o curso deste mundo", que "o mundo jaz no
maligno" e que o diabo é "o príncipe deste mundo". Quem não
segue a Jesus segue o mundo e seu príncipe, e que tudo que ele pensa não está
moldado por Deus e Sua Palavra.
O
Rev. Hernandes Dias Lopes diz, em seu livro “Romanos – o evangelho segundo Paulo”, que o mundo tem uma fôrma”, e
que essa fôrma é elástica e flácida: é a fôrma do relativismo moral, da ética
situacional e do desbarrancamento da virtude; é um esquema que muda todo dia. O
crente em vez de entrar nessa fôrma para ser conformado a ela, deve ser
transformado de dentro para fora, pela renovação da sua mente. Em vez de viver
pelos padrões de um mundo em desacordo com Deus, o crente é exortado a deixar
que a renovação de sua mente, pelo poder do Espírito Santo, transforme sua vida
harmonizando-a com a vontade de Deus. O crente não deve conformar-se com o
mundo porque a fôrma do mundo muda todo dia: o errado ontem é certo hoje; o
repudiado ontem é aplaudido hoje; o vergonhoso ontem é praticado à luz do dia
hoje. Nós, porém, seguimos um modelo absoluto, que jamais fica obsoleto; esse
modelo é Jesus Cristo.
Se
o “mundo” controlar a nossa maneira de pensar, seremos conformados; mas, se Jesus
Cristo controlar nossa maneira de pensar, somos transformados. A transformação
interior é a única defesa efetiva contra a conformidade exterior, com o
espírito do tempo presente. Temos, assim, uma metamorfose gerada pelo Espírito
Santo. Quando o nosso corpo é consagrado e nossa mente é transformada nosso
culto torna-se racional e experimentamos a boa, perfeita e agradável vontade de
Deus.
3. Conselhos
para renovar a nossa mente. A
nossa mente depois de "bombardeada" diariamente com os conceitos
mundanos acaba "deformada"; por isso, devemos fazer o esforço para
trazê-la à forma correta. A forma correta que a nossa mente deve ter é a mente
de Cristo. Paulo diz em 1Coríntios 2:16: "Nós,
porém, temos a mente de Cristo". Ao nos apropriarmos da mente de
Cristo através da renovação da nossa mente pela meditação e prática da Palavra
de Deus poderemos experimentar, nas palavras do apóstolo Paulo, a "boa,
agradável e perfeita vontade de Deus para nós" (Rm.12:2).
O apóstolo Paulo nos dá alguns conselhos para renovar a nossa mente:
Ø O primeiro conselho é
entregar o domínio dos nossos pensamentos à Cristo - "levando cativo todo pensamento à obediência
de Cristo" (2Co.10:5). Devemos reconhecer que, se Cristo é nosso
Senhor, devemos a Ele a obediência em todos os aspectos de nossa vida,
inclusive de nossos pensamentos. Devemos anular todo tipo de pensamento que
coloca em dúvida a soberania e o amor de Deus através de Cristo, e submeter
nossos pensamentos ao controle de Cristo.
Ø O segundo conselho é
não deixar os pensamentos vazios, mas ativamente escolher o que pensar.
Martinho Lutero dizia que a mente vazia é a oficina do diabo. Não deixe sua
mente divagar sem objetivo, traga-a à obediência de Cristo pensando em "...tudo o que for verdadeiro, tudo o que for
nobre, tudo o que for correto, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo
o que for de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem
nessas coisas" (Fp.4:8 NVI).
Ø O terceiro conselho é
meditar e memorizar a Palavra de Deus. O Salmo 1 fala que o segredo do
homem que é bem-sucedido no que faz é porque ele tem prazer na lei de Deus e
medita nela dia e noite. A meditação bíblica, no entanto, não é uma atitude
passiva de concentração, mas uma busca ativa de oportunidades de colocar em
prática a palavra que está sendo meditada e memorizada. Esta é a grande
diferença entre aqueles que conhecem muitas passagens bíblicas de cor e os que
colocam em prática as poucas passagens que conseguem memorizar.
“Bem-aventurado o varão que não anda segundo o
conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na
roda dos escarnecedores. Antes, tem o seu prazer na lei do SENHOR, e na sua lei
medita de dia e de noite. Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de
águas, a qual dá o seu fruto na estação própria, e cujas folhas não caem, e
tudo quanto fizer prosperará” (Sl.1:1-3).
Deus deu muita ênfase a
este procedimento, a ponto de dizer ao seu povo: "Ora, este é o pacto que farei com a casa de Israel, depois
daqueles dias, diz o Senhor; porei as minhas leis no seu entendimento, e
em seu coração as escreverei; Eu serei o seu Deus" (Hb.8:10).
Quando há uma decisão de
colocar a Palavra de Deus em primeiro lugar, Deus a coloca em nossa mente e a
escreve em nosso coração. Quando isto acontece, não pecamos contra Deus. O
salmista sabia disso, por isso afirmou: “Escondi
a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti” (Sl.119:11).
4. Ocupe a sua mente com as coisas de Deus. Deus espera que as pessoas que nasceram de
novo ocupem sua mente com o sobrenatural de Deus. Há uma clara recomendação do
apóstolo Paulo: "Pensai nas coisas
que são de cima, e não nas que são da terra" (Cl.3:2).
É o poder da ressurreição em nós que nos capacita a dirigir nossas mentes
para as coisas de Deus. Quando a Bíblia diz: pensai nas coisas lá de cima, não
está dando uma sugestão, mas uma ordem. Não conseguimos controlar nossos
desejos e impulsos da carne, se primeiro não tivermos o controle dos
pensamentos que os ativam. Não podemos amar a Deus com o nosso corpo, sem que
tenhamos amado com a mente.
Há muitos cristãos que vivem uma fantasia espiritual dizendo: "Se eu
ignorar o diabo, ele vai me ignorar também”. Satanás não pode entrar em nosso
espírito, mas pode atacar nossa mente, por isto Paulo diz: "Não deis lugar o diabo" (Ef.4:27).
Deus deseja que cada um dos Seus filhos tenha uma mente livre de toda
influência satânica, a qual possa ser usada para pensar de forma contínua no
sobrenatural de Deus.
III. SOBRE A
MENTE DE CRISTO
“Porque quem conheceu a mente do Senhor, para
que possa instrui-lo? Mas nós temos a mente de Cristo”(1Co.2:16).
Esta pergunta retórica o apóstolo Paulo usa, também, no seu hino de adoração
(Rm.11:34): “Quem, pois, conheceu a mente
do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro?”. A resposta é óbvia: Deus não
pode ser conhecido por meio da sabedoria ou pelo poder de homens.
1. Aquele que tem a mente de Cristo tem o
discernimento de tudo, através do Espírito Santo (1Co.2:15,16).
“Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e
ele de ninguém é discernido. Porque quem conheceu a mente do Senhor, para que
possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo”.
Por possuírem o Espírito Santo, os crentes são capazes de fazer
julgamentos corretos – não necessariamente sobre todos os assuntos, mas
certamente os assuntos espirituais, tais como a salvação ou as bênçãos futuras
de Deus, e serão capazes de fazer os discernimentos necessários a respeito
deles. Os ímpios não possuem o Espírito Santo e não conhecem a mente do Senhor,
mas os crentes têm a mente de Cristo. Os crentes entendem plenamente, como o próprio
Cristo entendia, a importância da cruz e o que ela significa para a salvação da
humanidade.
É claro que ninguém pode compreender completamente a Deus (Rm.11:34),
mas, através da direção do Espírito Santo, os crentes podem entender as
verdades espirituais. Os crentes têm uma visão inspirada de alguns dos planos,
pensamentos e ações de Deus porque, com o Espírito Santo dentro deles, eles têm
o discernimento correto das coisas; podem falar com Deus e esperar as respostas
às suas orações.
2. Quem tem a mente de Cristo vive em esperança
(Rm.12:12) - “Alegrem-se na esperança, sejam pacientes na tribulação, perseverem na
oração".
Neste tempo presente, com os olhos focados em Cristo, podemos viver em
esperança (Hb.11:1). Quando o nosso pensamento está de acordo com os ensinos do
nosso Mestre, podemos voltar os nossos olhos para além das circunstâncias
difíceis. Isso não significa escapismo ou fantasia, mas uma alegre motivação e
encorajamento para enfrentarmos as batalhas com a convicção de que Deus nos
fortalecerá. Quando temos esperança em Cristo, e por intermédio dEle aprendemos
a viver melhor, buscamos uma vida mais simples parecida com Jesus (Mt.6:19-21),
e nos lançamos aos seus pés na certeza de que Ele tem cuidado de nós (1Pd.5:7).
Assim, a vida fica mais leve (Mt.11:28-30).
3. Quem tem a mente de Cristo passa facilmente
pelas provações (Rm.12:12) - “...sejam pacientes na tribulação...”.
Enquanto vivermos neste mundo, seremos afetados pelas fraquezas e
circunstâncias difíceis. Por isso devemos aprender a viver com a sabedoria do
alto (Tg.3.17). Nesse aspecto, o apóstolo Paulo exorta a igreja de Filipos a
ter o mesmo sentimento de humildade de Cristo, esvaziando-se da prepotência, do
orgulho, do apego aos títulos e posições, para cumprir o celestial propósito de
servir (Fp.2:5-8).
“De sorte que haja em vós o mesmo sentimento
que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por
usurpação ser igual a Deus. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de
servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem,
humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz”.
Ora, se temos a mente de Cristo, como ensina o
apóstolo dos gentios, logo, sabemos discernir bem as coisas espirituais das
coisas materiais; por isso, escolhemos priorizar o Reino de Deus e a sua
justiça na esperança de que Deus cuidará de nossas vidas (Mt.6:33).
O Apóstolo Paulo é o exemplo a ser notado por todos nós de ter regozijo
nos momentos que, para o homem natural, seria intolerável. A carta aos
filipenses foi escrita na prisão, mas ao invés de demonstrar tristeza Paulo
mostrava regozijo:
“Ora, muito me regozijei no Senhor por
finalmente reviver a vossa lembrança de mim; não digo isto como por
necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho. Sei estar
abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas
estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância,
como a padecer necessidade”(Fp.4:10-12).
Certamente, a alegria de Paulo estava fundamentada em Cristo e não nas
circunstâncias ou no bem-estar físico.
4. Quem tem a mente de Cristo desfruta do
sentimento de alegria (Gl.5:22). A alegria, que é fruto do Espírito Santo, tem sua origem em Deus, e é
Deus quem a coloca em nosso coração(Sl.4:7) e, por isso, não depende dos fatos
que ocorrem à nossa volta, das circunstâncias, nem se abala com o que pode
acontecer conosco, pois esta alegria é o próprio Deus que habita em
nós(Sl.43:4). É um verdadeiro óleo com o qual somos ungidos pelo Senhor
(Sl.45:7). Jesus veio trazer esta alegria, este óleo de gozo para substituir a
tristeza do tempo em que vivíamos em pecado (Is.61:3).
Que operações
divinas trazem alegria ao homem? Cito apenas três possibilidades:
a) A Salvação. Quando observamos que a
salvação nos traz alegria, vemos, claramente, que Deus é um Ser alegre, pois,
ao sermos salvos, passamos a ter o caráter divino e a alegria é uma das
qualidades deste caráter. Davi fala, no salmo 51, da “alegria da salvação” e,
assim, percebemos que a salvação é a fonte inicial da alegria espiritual.
b) O Espírito Santo.
A alegria não é uma marca que nós produzimos, mas uma manifestação do Espírito
Santo em nós e por meio de nós. É uma das consequências mais visíveis da
plenitude do Espírito Santo em nós. O reino de Deus não consiste no comer e no
beber, mas na justiça, na paz e na alegria do Espírito Santo (Rm.14:17).
Deixemos o Espírito Santo inocular alegria em nós. Quando o Espírito Santo nos
convenceu do nosso pecado e do juízo merecido, quando Jesus Cristo perdoou o
nosso pecado, quando o Pai escreveu o nosso nome no Livro da Vida, nos tornamos
filhos de Deus e não há mais motivos para vivermos tristes. Afinal, a alegria
do Senhor é a nossa força (Ne.8:10).
c) As bênçãos de Deus.
No Salmo 126:3 está escrito: “Grandes
coisas fez o Senhor por nós, pelas quais estamos alegres”. Quando
recebemos bênçãos de Deus é motivo de alegria. Diante daquilo que Deus nos tem
feito, somos gratos e a manifestação mais propícia para o sentimento de
gratidão é a alegria. Quem é grato é alegre. O Louvor, que é uma expressão de
alegria, é filho da gratidão.
5. Agindo
sabiamente. “Portar-me-ei com inteligência no caminho reto.... Andarei em minha casa com um
coração sincero” (Sl.101:2). No atual estado da sociedade, com a frouxidão
moral - não só dos jovens, mas dos de idade e experiência -, grande é o risco
de tornarmo-nos descuidosos. O Senhor Jesus nos enviou a realizar a Sua
Obra (cf. Mt.28:19) neste mundo, que está dominado por ideologias contrárias ao
Evangelho. Mas, para isso, devemos agir com sabedoria e de forma equilibrada.
Devemos atender ao chamado do Mestre, não com medo, mas com coragem e
determinação; não com ignorância, mas sabiamente; não como quem impõe uma
verdade particular, mas como quem expõe e testemunha verdades eternas. À luz do
exemplo de Jesus Cristo, sejamos sal da terra e luz do mundo, tendo "luz
na mente, mas fogo coração".
CONCLUSÃO
Todo cristão deve ser como o homem espiritual, pensando, falando, e
agindo de acordo com a pureza, a ética, e a moral cristã. Pensando sempre nas
coisas que são espirituais, ou celestiais do reino de Deus, como disse o
apóstolo Paulo, assim:
"Portanto, se já ressuscitastes com
Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra
de Deus. Pensai nas coisas que são de cima e não nas que são da terra; porque
já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. Quando
Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então, também vós vos manifestareis
com ele em glória" (Cl.3:1-4).
É bom entendermos que o nosso comportamento na vida diária, no lar, na
Igreja, no trabalho e na sociedade reflete o que há em nosso coração, e isso
mostra por si só quem domina a nossa mente.
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Luciano de Paula Lourenço
Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Comentário Bíblico popular (Novo Testamento) -
William Macdonald.
Revista Ensinador Cristão – nº 77. CPAD.
Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.
Comentário do Novo Testamento – Aplicação
Pessoal. CPAD.
Rev. Hernandes Dias Lopes. Como ser um
vencedor na batalha espiritual.
Rev. Hernandes Dias Lopes. Marcos. O Evangelho
dos Milagres.
Rev. Hernandes Dias Lopes. Tiago –
transformando provas em triunfo.
Dr. Caramuru Afonso Francisco. Resistindo aos
apelos do mundanismo. PortalEBD_2008.
Rev.
Hernandes Dias Lopes. Filipenses – A alegria triunfante no meio das provas.
Muito obrigado meu irmão seus comentários tem me ajudado muito não somente nas aulas mas também na minha caminhada cristã que Deus continue te abençoando grandemente abraço
ResponderExcluirMuito obrigado meu irmão seus comentários tem me ajudado muito não somente nas aulas mas também na minha caminhada cristã que Deus continue te abençoando grandemente abraço
ResponderExcluirParabéns pelo Blog, tem auxiliado muito no entendimento das lições, Deus continue abençoando.
ResponderExcluirMEU AMADO MESTRE SOU SEU FÃ, TENHO APRENDIDO MUITO COM SEUS COMENTÁRIO.
ResponderExcluirSE POSSÍVEL GOSTARIA DE SABE O NUMERO DO SEU WATTIZZAP.
Paz de Cristo Pastor Luciano, Deus em Cristo Jesus continue lhe abençoando e lhe usando cada vez mais. os seus subsídios tem me ajudado muito, ainda mais a congregação que sirvo ao Senhor.
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