1º Trimestre/2019
Texto Base: Efésios 6:10-12
"Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas, sim,
poderosas em Deus, para destruição das fortalezas" (2Co.10:4).
10-No demais, irmãos
meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder.
11-Revesti-vos de toda a
armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do
diabo;
12-porque não temos que
lutar contra carne e sangue, mas, sim, contra os principados, contra as
potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes
espirituais da maldade, nos lugares celestiais.
INTRODUÇÃO
A Igreja de Jesus Cristo, desde o seu nascedouro no Pentecostes, tem lutado
“contra os principados e potestades, contra os príncipes das trevas deste
mundo, contra as hostes espirituais do mal, nos lugares celestiais”. Como diz o
Rev. Hernandes Dias Lopes, “a vida cristã não é um parque de diversões nem uma
colônia de férias. Não vivemos numa redoma de vidro nem numa estufa espiritual.
Ao contrário, vivemos num campo minado pelo inimigo, uma arena de lutas
renhidas, de combates sem trégua e sem acordo de paz. Nesta guerra, existem só
duas categorias: aqueles que estão alistados no exército de Deus e aqueles que
pertencem ao exército de Satanás”. Esta guerra
perdurará até a derrota final do inimigo, quando o Senhor Jesus, o nosso
glorioso general, esmagará Satanás debaixo de nossos pés (Rm.16:20). Uma coisa é certa, o nosso General, Jesus
Cristo, está à frente desta batalha, e com suas mãos estendidas possibilita que
os seus corajosos soldados prevaleçam sobre o inimigo. Antes da fundação da
Igreja, Ele afirmou que as “portas do inferno” não prevaleceriam contra a Sua
Igreja (Mt.16:18). A vitória é nossa pelo sangue de Jesus!
I. TENDÊNCIAS PERIGOSAS
Nestes últimos tempos, tem havido duas tendências perigosas, dois
extremos, no âmbito da Igreja com relação à batalha espiritual, que devem ser,
de pronto, afastadas por ser nocivas à vida da Igreja: subestimação do Inimigo
e supervalorização do Inimigo.
1. Não devemos subestimar o inimigo. A subestimação absoluta do mundo espiritual,
lamentavelmente, tem invadido os corações e mentes de muitos que cristãos dizem
ser. Há muitas pessoas incautas que negam a existência do diabo, desconhecem
seu poder, suas armas, seus agentes e suas estratégias. Acham que o diabo é
apenas uma lenda, um mito ou uma energia negativa. Se o diabo existe, afirmam,
nada pode ser atribuído a ele ou a seus anjos, e que tudo pode ser explicado
cientificamente ou segundo critérios naturalísticos; ou, se ele existe, é
impotente e não pode interferir no dia-a-dia dos seres humanos ou da natureza. Isto
é uma falácia. Subscrever essa posição é cair nas teias desse ardiloso e
vetusto inimigo. O diabo é mais perigoso em sua astúcia do que em sua
ferocidade. Faz parte do seu jogo esconder sua identidade. Portanto, não
subestime o arqui-inimigo de Deus e da Igreja de Jesus Cristo; ele é astuto e
perigoso. “Sede sóbrios, vigiai, porque o
diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem
possa tragar” (1Pd.5:8).
2. Não devemos superestimar o inimigo. Há aqueles que falam mais do diabo do que de
Deus. Falam tanto do poder, das armas e das estratégias dele que subestimam o
poder de Deus. Fazem do diabo o protagonista de quase todas as ações. Uma dor
de cabeça que a pessoa sente, facilmente resolvida por uma aspirina, atribui-se
ao poder de Satanás. O pneu do carro que fura no trânsito diz que é artimanha
do maligno. Aqueles que embarcam nessa vertente hermenêutica transferem para o
diabo toda a responsabilidade pessoal. O homem já não é mais culpado nem
precisa de arrependimento, é apenas uma vítima. Esse tipo de interpretação está
em desacordo com as Escrituras Sagradas. Não podemos confundir a ação do diabo
com as obras da carne. Certa feita, uma jovem senhora pediu oração em favor de
seu pai porque, segundo ela, estava dominado pelo espírito do adultério. O
pastor, sabiamente, disse a ela que o adultério é obra da carne e não um
espírito demoníaco. Seu pai precisava de arrependimento; ele não era uma
vítima, mas o responsável por seu ato.
Esta segunda linha de pensamento foi a que forjou a expressão “batalha
espiritual”, fazendo surgir a chamada “teologia da batalha espiritual”, cujo
principal formulador foi o teólogo norte-americano Charles Peter Wagner
(1930-2016), ensinos que trouxeram preocupantes distorções no entendimento da
questão.
3. O ponto de equilíbrio. Ante estas duas tendências, acima citadas, que
têm se ampliado no espectro das denominações cristãs na atualidade, qual o
ponto de equilíbrio quando o assunto é batalha espiritual? Devemos tomar
cuidado para não levar o povo ao ceticismo e ao mesmo tempo conscientizá-lo da
realidade da batalha espiritual conforme a Bíblia. A Igreja deve estar
vigilante e atenta a todas as artimanhas do adversário de nossa alma, que anda
ao derredor buscando a quem possa tragar (1Pd.5:8). Quando não vigiamos, quando
não estamos alerta, o inimigo facilmente se introduz na nossa vida e, o que é
mais grave, acaba tendo acesso ao nosso coração, como ocorreu com Judas
Iscariotes (João 13:2). Conscientizemo-nos de que estamos numa guerra
espiritual. Satanás mantém todos os sistemas em servidão a ele mesmo, e não
desiste com facilidade desse seu domínio. Na realidade, ele resistirá a nós
diante de cada passo que dermos ao longo de nossa jornada rumo às célicas
moradas.
II. O INIMIGO CONTRA QUEM LUTAMOS
Precisamos conhecer o
inimigo contra quem ou contra que lutamos. Não podemos lutar contra algo
desconhecido. É um grande perigo alguém detonar suas armas sem ter o alvo
certo. Muitas vezes, o povo de Deus sofre terrivelmente por não entender contra
quem está lutando. Seria uma tragédia um soldado sair para a batalha de armas
em punho e muita disposição para a luta, mas sem saber contra quem deve lutar.
1. Nossa luta não é contra carne e sangue. Paulo deixa claro contra quem não é a nossa
luta. Nossa luta não é contra carne e sangue, ou seja, não é contra pessoas.
Nossa luta não é física, mas espiritual. Essa guerra não é contra filósofos
ateus, sacerdotes mentirosos, praticantes de cultos que negam a Cristo ou governantes
desleais. A batalha é contra forças demoníacas, contra batalhões de anjos
caídos, contra espíritos maus que tem imenso poder. Embora não possamos vê-los,
estamos cercados constantemente por seres espirituais malignos. Mesmo sendo
verdade que não podem habitar num crente verdadeiro, eles podem oprimi-lo e
molestá-lo. Contudo, o crente não deve se preocupar continuamente com o demonismo,
tampouco deve viver com medo de demônios. Na armadura de Deus ele tem tudo o
que é necessário para suportar os seus ataques.
2. Descrição do inimigo. O apóstolo Paulo descreve nosso arqui-inimigo
de forma clara:
“Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para
que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo; porque não temos
que lutar contra carne e sangue, mas, sim, contra os principados, contra as
potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes
espirituais da maldade, nos lugares celestiais. Portanto, tomai toda a armadura
de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar
firmes” (Ef.6:11-13).
O apóstolo Paulo chama os anjos caídos de “principados, potestades, príncipes das trevas deste século, hostes
espirituais da maldade, nos lugares celestiais”. Não temos conhecimento
suficiente para distinguir entre esses termos. Talvez se refiram a líderes de
espíritos, com graus diferentes de autoridade, que equivaleriam no âmbito
humano aos nossos presidentes, governadores, prefeitos, deputados, vereadores,
etc.
Efésios 6:11,12 diz que o diabo, mesmo não sendo onipresente,
onisciente e onipotente, tem seus agentes espalhados por toda parte, e esses
seres caídos estão a seu serviço para guerrear contra o povo de Deus.
Chamamos a atenção para algumas verdades:
a) O reino das trevas possui uma organização. O diabo não é tão tolo a ponto de não ser
organizado. É o que podemos chamar de "a ordem da desordem".
b) Existe uma estratificação de poder no reino das trevas. Paulo fala de principados, potestades, príncipes
deste mundo de trevas e exércitos espirituais do mal. Existe uma cadeia de
comando. Existem cabeças e subalternos. Líderes e liderados. Quem manda e quem obedece.
c) O reino das trevas articula-se contra a Igreja. O diabo e seus demônios rodeiam a terra e
passeiam por ela (Jó 1:7). Eles investigam nossa vida, buscando uma oportunidade
para nos atacar (1Pd.5:8). Esse inimigo não dorme, não tira férias nem
descansa. Esse inimigo tem um variado arsenal. Ele usa "ciladas",
“dardos inflamados” (Ef.6:16). Para cada pessoa ele usa uma estratégia
diferente. Ele ousa mudar os métodos.
É na área do relacionamento que Satanás tem mais
direcionado os seus dardos inflamados. Há muitos cristãos que estão entrando na batalha e ferindo os próprios
irmãos, o chamado fogo amigo; estão atingindo com seus torpedos os próprios
aliados, em vez de bombardear o arraial do inimigo. Isto tem ocorrido ao logo
da história da Igreja. Veja, por exemplo, a igreja de Cristo em Corinto; havia
nela notórios conflitos. Essa igreja era um amontoado de gente, mas não uma
família unida. Eles não agiam como um corpo, em que cada membro se
inter-relaciona e coopera com o outro. Ao contrário, estavam devorando uns aos
outros pelas contendas e intrigas. Paulo, então, ciente disso, não podia, como
pastor, deixar de tratar esses pecados que haviam comprometido a qualidade espiritual
daquele rebanho. Paulo, então, toma atitudes disciplinares severas, a fim de
corrigir o relacionamento entre os irmãos daquela igreja. Disse o apóstolo: “Temo, pois, que, indo ter convosco, não vos
encontre na forma em que vos quero, e que também vós me acheis diferente do que
esperáveis, e que haja entre vós contendas, invejas, iras, porfias, detrações,
intrigas, orgulho e tumultos”.
3. Características do inimigo. Vejamos algumas características desse terrível
inimigo:
a) é um inimigo invisível (Ef.6:11,12). O diabo e seus agentes são seres reais, porém,
invisíveis. Esse inimigo espreita-nos 24 horas por dia. Ele é como um leão que
ruge ao nosso derredor. Ele escuta cada palavra que você fala, vê cada atitude
que você toma e acompanha cada ato que você pratica escondido. Ele é um inimigo
espiritual. Você não pode guerrear contra ele com armas carnais. Ele não pode
ser destruído com bombas atômicas. Ele age de forma inesperada.
b) é um inimigo maligno (Ef.6:11,12). A Bíblia o chama de diabo, Satanás,
assassino, ladrão, mentiroso, destruidor, tentador, maligno, serpente, dragão, Abadom
e Apoliom. Seu intento é roubar, matar e destruir. Ele sabe que já está
sentenciado à perdição eterna e quer levar consigo homens e mulheres.
c) é um inimigo astuto (Ef.6:11). Ele usa ciladas, armadilhas e ardis. Ele age dissimuladamente como uma
serpente. Ele disfarça-se. Ele transfigura-se em anjo de luz. Seus ministros
parecem ser ministros de justiça. Ele usa voz mansa. Ele usa diversas máscaras.
Ele tenta enganar as pessoas levando-as a duvidar da Palavra de Deus, exaltando
o homem ao apogeu da glória. Ele também age assustadoramente como um leão, ele
ruge para assustar.
Paulo fala que precisamos tomar toda a armadura de Deus para poder
resistir no dia mau (Ef.6:13). O "dia mau" é o dia de duras provas,
os momentos mais críticos da vida, quando o diabo e seus subordinados sinistros
nos assaltam com grande veemência. O "dia mau" refere-se àqueles dias
críticos de tentação ou de constante assalto satânico que todos os filhos de
Deus conhecem; nesses dias, somos subitamente assaltados, sem nenhum aviso, sem
nenhum sinal de tempestade.
O Diabo e seus asseclas ameaçam e intimidam as pessoas com o propósito
de destruí-las. Eles atacam com fúria no dia mau. Eles também agem com
diversidade de métodos. Eles estudam cada pessoa para saber o lado certo e o
momento certo para atacá-la. Sanção, Davi, Pedro foram derrubados porque o diabo
variou seus métodos. Precisamos, pois, estar atentos para identificar as
ciladas do inimigo, do contrário sofreremos sérios danos. William Hendriksen, escrevendo sobre essas ciladas do diabo, afirmou:
“Alguns destes manhosos ardis e malignos
estratagemas são: confundir a mentira com a verdade de forma a parecer
plausíveis (Gn.3:4,5,22); citar erroneamente as Escrituras (Mt.4:6);
disfarçar-se em anjo de luz (2Co.11:4) e induzir seus "ministros" a
fazerem o mesmo, aparentando ser apóstolos de Cristo (2Co.11:13); arremedar a
Deus (2Ts.2:1-4,9); reforçar a crença humana de que ele não existe (At.20:22);
entrar em lugar onde não se esperava que entrasse (Mt.24:15; 2Ts.2:4); e, acima
de tudo, prometer ao homem que por meio das más ações pode-se chegar a obter o
bem” (Lc.4:6,7).
d) é um inimigo persistente (Ef.6:13). O diabo e suas hostes não ensarilham suas armas. Ao ser derrotados,
eles voltam com novas estratégias. Foi assim com Jesus no deserto, onde foi
tentado (Lc.4:13). Elias fugiu depois de uma grande vitória. Sansão foi
subjugado pelos filisteus depois de vencê-los. Davi venceu exércitos, mas caiu
na teia da luxúria. Pedro caiu na armadilha da autoconfiança. O inimigo não
dorme, conscientizemo-nos disto!
e) é um inimigo numeroso (Ef.6:12). Paulo fala de principados, poderios, príncipes deste mundo de trevas e
exércitos espirituais do mal. O diabo e seus anjos estão tentando, roubando e
matando pessoas em todo o mundo. Eles são numerosos. Não podemos vencer esses terríveis
exércitos do mal sozinhos nem com nossas próprias armas.
f) é um inimigo oportunista (Ef.6:11,14). Mesmo depois que o vencemos, precisamos continuar firmes (Ef.6:11,14),
porque ele sempre procura um novo jeito de atacar. Quando o crente deixa de
usar toda a armadura de Deus, o inimigo encontra uma brecha, entra e faz um
estrago (Ef.4:26,27). Não podemos ter vitória nessa guerra se não usarmos todas
as peças da armadura de Deus. Não podemos permitir que o inimigo nos encontre
indefesos. O diabo e suas hostes buscam uma estratégia para nos atacar de
súbito, sem nenhum aviso, sem nenhum sinal de tempestade. Alistamos a seguir algumas dessas interferências do diabo na vida do
povo de Deus:
a)
Ele furta a Palavra do coração (Lc.8:12).
b)
Ele semeia o joio no meio do trigo (Mt.13:24-30).
c)
Ele opõe-se ao pregador (Zc.3:1-5).
d)
Ele intercepta a resposta às orações dos santos (Dn.10).
e)
Ele oprime pessoas com enfermidades (Lc.13:10-17).
f)
Ele resiste à obra missionária (1Ts.2:18).
g)
Ele atormenta as pessoas em cujo coração não há
espaço para o perdão (Mt.18:23-35).
h)
Ele usa a arma da dissimulação (2Co.11:14,15).
i)
Ele usa a arma da intimidação (1Pd.5:8).
j)
Ele age na disseminação de falsos ensinos (1Tm.4:1).
k)
Ele ataca a mente dos homens (2Co.4:4).
III. A DEPENDÊNCIA DE DEUS
A guerra
espiritual não é uma ficção. O fato de o nosso inimigo ser invisível não quer
dizer que é irreal. Os demônios existem de fato, mas não passam de um
inconveniente diante do poder de Jesus Cristo; são entidades destituídas de
poder quando estão na presença do Senhor Jesus (Mc.1:23-26; 3:11). No entanto, nós
seres humanos não podemos desafiá-los com nossas próprias forças; para enfrentá-los
e vencê-los não podemos usar armas convencionais; precisamos da ajuda divina; precisamos
de armas espirituais poderosas em Deus para desbaratar o inimigo; precisamos
estar na dependência de Deus.
“Porque as armas da nossa
milícia não são carnais, mas, sim, poderosas em Deus, para destruição das
Fortalezas” (2Co.10:4).
Com base no texto de Efésios 6:10-13, apresentamos cinco verdades
a serem consideradas nesta batalha contra as hostes espirituais do mal (Adaptado do Livro Efésios – Igreja, a noiva
gloriosa de Cristo. Hernandes Dias Lopes):
1. precisamos do revestimento do poder de Deus (Ef.6:10) - "Finalmente,
fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder". Não podemos entrar nesse campo de batalha fiados em nossa própria
força. Precisamos ser revestidos com poder. Sem autoridade espiritual seremos
humilhados nessa peleja. Não basta falar de poder, é preciso experimentá-lo.
A igreja contemporânea está parecida com os discípulos de Cristo no sopé
do monte da transfiguração (Lc.9:40). Estamos sem poder porque perdemos muitas
vezes o foco com discussões inócuas, enquanto deveríamos orar, jejuar, crer e
fazer a obra de Deus na força do seu poder (Mc.9:14). Hoje, a igreja tem
extensão, mas não tem profundidade; tem influência política, mas não tem autoridade
moral; tem poder econômico, mas está vazia de poder espiritual. Estamos
precisando de poder, de uma capacitação especial do Espírito de Deus. Não
falamos de um desempenho diante dos homens; não falamos de um poder cosmético
que tem brilho, mas não calor; que tem aparência, mas não substância.
Precisamos de um batismo de fogo, e não de fogo estranho; precisamos de uma
obra do Céu, e não dos embustes da Terra.
2. precisamos do revestimento de toda a armadura de
Deus (Ef.6:11,13) - "Revesti-vos
de toda a armadura de Deus. [...]. Por isso, tomai toda a armadura de Deus". Os crentes devem
revestir-se de toda a armadura para poder ficar firmes contra todas as ciladas
do diabo. Observe que é necessário que o crente seja completamente revestido
com a armadura; uma ou duas peças não bastam. Nada menos que todo o equipamento
que Deus fornece servirá para nos manter invulneráveis. O diabo tem muitas
estratégias – desânimo, frustração, confusão, falhas morais, divisão e erros
doutrinários; ele conhece o nosso ponto fraco e o ataca. Se não conseguir nos
vencer de uma maneira, tentará de outra.
3. precisamos de vigilância constante (Ef.6:11) - “para que possais estar firmes
contra as astutas ciladas do Diabo”. Ficar firme contra as ciladas do diabo
é ficar atento, de olhos abertos, vigiando a todo instante; é ficar de
prontidão para o combate; é não dormir em meio à luta, como os discípulos de
Jesus dormiram no Getsêmani. Vigiar é não brincar com o pecado, é fugir da
tentação; é não ficar flertando com situações sedutoras. O diabo não usa as
suas "ciladas" contra o incrédulo, contra o não cristão, ele escala
seus demônios mais terríveis para atacar os filhos de Deus.
4. precisamos estar a postos e não ceder às
pressões (Ef.6:13) - "Para
que possais resistir no dia mau". Se não estivermos atentos, corremos
o risco de ficar revoltados e amargurados com Deus ao nos depararmos com o dia
mau. Por falta de discernimento espiritual, muitos ficam zangados com as
pessoas, desanimados espiritualmente e até mesmo decepcionados com Deus.
5. precisamos continuar atentos mesmo depois de uma
vitória consagradora (Ef.6:13) - "E, havendo feito tudo, permanecer firmes".
Nossa luta contra o diabo e suas hostes continuará até que ele seja lançado no
lago de fogo. Enquanto vivermos aqui, teremos luta. Aqui não é lugar de
descanso, mas de guerra. Viver é lutar. A vida é uma luta ativa, incessante e
sem pausas. Nessa peleja, não existe o cessar-fogo; não existe trégua; não
existem acordos de paz. Depois de uma vitória, não devemos arriar as armas,
pois não há momento mais vulnerável na vida de um indivíduo do que depois de
uma grande vitória. Elias fugiu de Acabe e Jezabel, e entrou numa forte
depressão, depois de uma grande vitória contra os falsos profetas de Baal e de
Asera (1Rs.18:19). O segredo da vitória é a vigilância constante. Pense nisso!
CONCLUSÃO
Como vimos, a nossa luta não é contra carne e sangue, ou
seja, não é contra pessoas; a nossa luta é contra os principados e potestades,
contra os príncipes das trevas deste mundo, contra as hostes espirituais da
maldade nas regiões celestiais (Ef.6:11-18). Portanto, devemos nos
conscientizar de que há, sim, um mundo espiritual regido por Satanás, mundo
este que domina a humanidade e que é desafiado pela igreja; há, sim, uma luta
direta entre a Igreja e as forças espirituais da maldade, uma luta espiritual,
que se trava nos “lugares celestiais”; nesta luta, somente venceremos se
estivermos revestidos da “armadura de Deus”, se estivermos em comunhão com o
Senhor.
Por ser um inimigo muito forte, não podemos lutar nessa guerra com
nossas próprias forças, no nosso próprio poder; dependemos plenamente de Deus. Orar
e vigiar é o segredo da vitória. Moisés orou, e Josué brandiu a espada contra
Amaleque; oração e ação caminham juntas (Ex.17:8-16). Mas, cuidado, o inimigo
está à espreita esperando uma chance para atacar; por isso, devemos orar e
vigiar. Devemos fazer como Neemias – “nós,
porém, oramos ao nosso Deus; e colocamos guardas para proteger-nos de dia e de
noite” (Ne.4:9). Orar e vigiar é o segredo da vitória sobre o mundo (Mc.13:33),
a carne (Mc.14:38) e o diabo (Ef.6:18). Porque Pedro não orou no Getsêmani
(Lc.22:45), ele foi derrotado facilmente pelo inimigo (Mc.14:29-31,67-72). A
voz do Senhor ainda ecoa: “Por que estais
dormindo? Levantai-vos, e orai para que não entreis em tentação”
(Lc.22:46).
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Luciano de Paula Lourenço
Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Comentário Bíblico popular (Novo Testamento) -
William Macdonald.
Revista Ensinador Cristão – nº 77. CPAD.
Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.
Comentário do Novo Testamento – Aplicação
Pessoal. CPAD.
Rev. Hernandes Dias Lopes. Como ser um
vencedor na batalha espiritual.
Dr. Caramuru Afonso Francisco. Resistindo aos
apelos do mundanismo. PortalEBD_2008.
Rev. Hernandes Dias Lopes. Efésios – Igreja, a noiva
gloriosa de Cristo.
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