1º
Trimestre/2019
Texto Base:
Mateus 26:36-41
“Vigiai, estai
firmes na fé, portai-vos varonilmente e fortalecei-vos” (1Co.16:13).
Mateus 26:36-41
36-Então, chegou Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmani e disse a
seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto vou além orar.
37-E, levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a
entristecer-se e a angustiar-se muito.
38-Então, lhes disse: A minha alma está cheia de tristeza até à morte;
ficai aqui e vigiai comigo.
39-E, indo um pouco adiante, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e
dizendo: Meu Pai, se é possível, passa de mim este cálice; todavia, não seja
como eu quero, mas como tu queres.
40-E, voltando para os seus discípulos, achou-os adormecidos; e disse a
Pedro: Então, nem uma hora pudeste vigiar comigo?
41-Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o
espírito está pronto, mas a carne é fraca.
INTRODUÇÃO
Dando continuidade ao estudo do trimestre sobre batalha espiritual,
estudaremos sobre o seguinte assunto: “Vivendo em constante vigilância”. Com
esta Aula daremos início ao último bloco das lições propostas. Este último
bloco corresponde os “exercícios” que o crente deve realizar para a batalha
espiritual; eles deixam o crente pronto para a peleja contra o inimigo. Esses
exercícios são: a vigilância e a oração. Nesta Aula trataremos dos
aspectos e da importância da vigilância no exercício da fé cristã.
Estamos vivendo os dias que antecedem o retorno de nosso Senhor e
Salvador Jesus Cristo e, por esse motivo, devemos estar em constante vigilância
para que não sejamos persuadidos a vivermos o evangelho de forma negligente.
Poucos dias antes da sua crucificação, durante a preleção do sermão profético,
Jesus alertou seus discípulos acerca do avanço da degradação moral e que a
corrupção seriam alguns dos sinais que precederiam a sua Vinda. Isso está se
cumprindo em nossos dias; então, a igreja deve estar vigilante para manter a
fidelidade ao Senhor Jesus. O tentador está à espreita de uma brecha para
estimular a nossa natureza carnal no afã de fazer-nos pecar contra Deus. Enfrentamos
cotidianamente uma batalha renhida entre o espírito e a carne; por isso, é
imprescindível a busca pelo fortalecimento da vida espiritual e comunhão com o
Senhor para que as fraquezas da nossa natureza carnal não sobreponham a vontade
de servir ao Senhor com alegria e santidade nestes últimos dias da Igreja na
Terra.
I. O SIGNIFICADO DE VIGILÂNCIA
Vigilância é o ato ou efeito de
vigiar; é o estado de quem permanece alerta, de quem procede com precaução para
não correr risco, principalmente na vida espiritual. Se somos “filhos da luz e
filhos do dia”, temos de ter um comportamento diferente dos demais, que são
“filhos das trevas e filhos da noite”. Esta conduta diferenciada é resumida por
Paulo como sendo caracterizada pela vigilância e pela sobriedade – “Não durmamos, pois, como os demais, mas
vigiemos e sejamos sóbrio” (1Ts.5:6).
Segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, há seis principais
significados da palavra “vigiar”, a saber:
- Observar com atenção; estar atento a.
- Observar secreta ou ocultamente; espreitar,
espionar.
- Cuidar com atenção, olhar por; velar.
- Fazer fiscalização de; controlar, verificar.
- Permanecer atento, alerta ou desperto.
- Ficar de sentinela, de guarda, de atalaia.
- Velar, estar alerta, não dormir.
1. Vigiar significa observar com atenção, estar atento a. O Senhor revelou-nos o que irá acontecer para
que os crentes sejam observadores de tudo o que está acontecendo à sua volta, a
fim de que, com olhos espirituais, identifiquem e detectem nos acontecimentos
do dia-a-dia a iminência, a proximidade da volta de Jesus. O crente deve ser
uma pessoa bem informada, que tenha conhecimento do que se passa na sua
vizinhança, no seu local de trabalho, na sua escola, no seu bairro, na sua
cidade, no seu Estado, no seu país, no mundo. O crente precisa ter conhecimento
de tudo que está acontecendo, porque, só assim, poderá cumprir a ordem de
Jesus, que é a de vigiar, ou seja, estar atento às coisas que estão
acontecendo. Jesus jamais foi uma pessoa alienada, estava bem informado a
respeito dos fatos e deles se aproveitava para pregar o Evangelho (cfr.
Lc.13:1-5).
2. Vigiar significa
observar secreta ou ocultamente, espreitar, espionar. O crente deve ser alguém que tenha
discernimento, que possa ver além da superficialidade, que investiga o lado
espiritual dos acontecimentos. O crente tem a mente de Cristo (1Co.2:16), ou
seja, tem acesso à profundidade das riquezas da sabedoria e da ciência de Deus
(Rm.11:33) e, portanto, estando em comunhão com o Senhor, deve saber
interpretar os acontecimentos sempre pelo ponto-de-vista espiritual. O crente,
também, tem de ter o discernimento para identificar as astutas ciladas do
diabo. Para isto, devemos fazer como Esdras que, no caminho para Jerusalém,
orou e jejuou para sentir a mão de Deus sobre si e sobre o povo que com ele
estava e, somente assim, pôde chegar ao seu destino, apesar das astutas ciladas
do inimigo ao longo do caminho (Ed.8:21-31).
3. Vigiar significa cuidar com atenção, olhar por,
velar. O crente deve cuidar da
sua vida espiritual, da sua comunhão com Deus, da sua salvação. A salvação é
algo que tem de ser preservado, conservado, como nos ensina a Bíblia Sagrada,
pois somente aquele que perseverar até o fim será salvo (Mt.24:13). Por várias
vezes, a Palavra de Deus nos aconselha a conservarmos uma vida de comunhão com
Deus, uma vida de santidade e de obediência aos mandamentos do Senhor.
a) em Hb.3:6, é dito que somente aqueles que conservam
firmes a confiança e a glória da esperança até o fim podem dizer que são a casa
de Deus, que são templo do Espírito Santo, ou seja, que pertencem ao corpo de
Cristo e, por isso, serão arrebatados.
b) em 1Ts.5:23, é dito que o crente tem de manter conservado
irrepreensível todo o seu ser (espírito, alma e corpo) para a vinda de nosso
Senhor e Salvador Jesus Cristo, a mostrar, portanto, que a conservação de nosso
ser debaixo da potente mão de Deus é indispensável para que sejamos
arrebatados.
c) em Jd.1, os crentes são chamados de queridos em Deus
Pai e conservados por Jesus Cristo, a indicar que somente aquele que se mantém
em comunhão com o Senhor Jesus, que se submete a Seu senhorio, como vara ligada
na videira, será arrebatado no dia da vinda do Senhor e, por isso, o Judas
aconselha o povo de Deus a se conservar no amor de Deus, esperando a
misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo para a vida eterna (Jd.21).
4. Vigiar significa fazer fiscalização de, controlar, verificar. O crente vigilante é aquele que vive
conferindo a santidade, não a santidade dos outros, pois o crente não deve
julgar o semelhante, pois esta é uma tarefa exclusiva do Senhor, o único Juiz
(Tg.4:11,12). O crente deve conferir a sua própria condição espiritual, deve
examinar-se constantemente e observar se está sendo fiel ao Senhor, ou não. O
autoexame é uma necessidade para o cristão; o apóstolo Paulo exorta: “Examine-se,
pois, o homem a si mesmo...” (1Co.11:28). O crente vigilante esforça-se para, a
cada momento, se auto-examinar e se manter com as vestes limpas para que possa
adentrar ao banquete nupcial das bodas do Cordeiro (cfr. Mt.22:11-14).
5. Vigiar significa permanecer atento, alerta ou desperto. A vigilância não é uma atitude episódica, um
momento de reflexão ou de atenção transitório, periódico, como na semana da Ceia
do Senhor ou quando vamos ao culto ou a alguma reunião religiosa, mas uma
atitude de vida, um modo de viver, um comportamento contínuo que deve ser uma
constante até a vinda do Senhor. Temos uma figura elucidativa deste tipo de
comportamento entre aqueles que foram selecionados por Deus para estarem ao
lado de Gideão. Os trezentos homens escolhidos para compor este exército
vitorioso eram homens que, ao tomarem água, se comportavam como cães, pois
permaneciam atentos, olhando tudo a sua volta, por isso foram achados
dignos de pertencer ao exército que venceu os inimigos do povo de Deus. É este
tipo de gente que o Senhor tem, também, escolhido para tomar parte em Seu
exército: pessoas que permanecem atentas em todos os momentos.
6. Vigiar significa ficar de sentinela, ficar de guarda, ficar de
atalaia. O crente vigilante é um
crente que não só se precavém do mal e das astutas ciladas do diabo, como
também anuncia a todos quantos estão à sua volta do perigo iminente, que dá
notícia da realidade, da verdadeira situação em que o mundo se encontra. Um
cristão sincero e verdadeiro jamais se cala diante do momento delicado e
importante que estamos vivendo, pois é consciente de que o servo de Deus, que é
feito conhecedor do cumprimento das profecias bíblicas e da proximidade da
vinda do Senhor bem assim de que estamos no final da dispensação da graça, não
será tomado por inocente se se calar (cfr. Ez.33:1-11). Por isso, o Senhor tem
levantado, no meio da Sua Igreja, homens e mulheres que, com intrepidez e
eloquência, têm sacudido o mundo com a mensagem que ficou um tanto quanto
abafada ao longo da história da Igreja: Jesus breve virá!
7. Vigiar significa velar, estar alerta, não
dormir. O crente vigilante é
aquele que não dorme. Dormir, como vemos na parábola das dez virgens, tem o
significado de ter distraída a atenção para as coisas desta vida, descuidar da
presença de Deus nas nossas vidas. As virgens loucas não tinham azeite em suas
lâmpadas, ou seja, tiveram desviada a sua atenção para as coisas desta vida e
se descuidaram de ter o Espírito Santo em seu interior, o que acontece quando
nós O entristecemos (Ef.4:30). Não dormir é, portanto, não deixar faltar o
azeite, o que acontece quando fazemos a vontade do Senhor, quando seguimos a
Sua direção, quando nos inclinamos para as coisas do espírito (Rm.8:5-9).
O apóstolo Paulo, no término de sua caminhada, mostrou com clareza que
ele era um servo de Deus que prezava pela vigilância. Na antessala do martírio,
numa impiedosa prisão romana, ele proferiu uma das mais lindas expressões de fé
já registradas: "Combati o bom
combate, acabei a carreira, guardei a fé” (2Tm.4:7). Nestas três expressões
apostólicas - Combati, acabei, guardei -, notamos que Paulo
tinha consciência de que a sua vida, desde o momento de sua conversão,
tornara-se um combate entre a sua nova natureza e o velho homem, que ele
mantinha constantemente crucificado com Cristo (Gl.2:20). Esta consciência é
fruto de uma vida de vigilância.
Quando sabemos que faz parte da vida de cada crente essa batalha segundo
a qual temos de lutar contra as portas do inferno (Mt.16:18), contra as hostes
espirituais da maldade (Ef.6:12), contra a nossa natureza carnal (Rm.7:23-25),
passamos a tomar cuidado, a não dar ocasião ao pecado, andando segundo o
espírito (Rm.8:1).
II. JESUS NO GETSÊMANI
1. Vigilante
(acordado e atento) com Jesus no “Getsêmani”. A vigilância é um tema significativo no relato da angústia de Jesus no
Getsêmani. Jesus disse a Pedro, Tiago e João: "A minha alma está cheia de tristeza até à morte; ficai aqui e vigiai
comigo" (Mt.26:38). Outra vez, depois de ter orado ao Pai pedindo que,
se possível, passasse dele o cálice (Mt.26:39), disse: “E, voltando para os seus discípulos, achou-os adormecidos; e disse a Pedro:
Então, nem uma hora pudeste vigiar comigo? "Vigiai e orai,
para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a
carne é fraca" (Mt.26:40,41).
Segundo o Pr. Esequias Soares, o termo grego para "vigiar"
nessas três passagens é o mesmo – gregoréo
-, mas o sentido em cada uma delas difere pelo contexto.
Ø Em Mt.26:38,40, “vigiar” indica “ficar
despertado”, “acordado”. No Getsêmani, Jesus exortou três vezes os seus
discípulos a permanecerem “acordados”, na companhia dele, no momento mais
crucial em toda a sua vida terrena.
Ø Em Mt.26:41, porém, o verbo “vigiar”
significa “estar vigilante” e “atento” para evitar o fracasso
espiritual, e ficar distante do pecado. Trata-se de um aviso contra o vacilo. A
advertência é esclarecida pelo próprio Senhor Jesus: "para que não entreis em tentação";
e mais: "o espírito está pronto, mas
a carne é fraca". E isso não somente por causa das astúcias de
Satanás, mas também por causa da tendência humana para o pecado. Portanto, em
Mt.26:41, vigiar significa estar vigilante para manter a fidelidade ao Senhor
Jesus e nunca se apartar dele. Trata-se de uma advertência solene a todos os
crentes em todos lugares e em todas as épocas para viverem atentos em todos os
momentos da vida (Ef.6:18).
“Orando em todo tempo com toda oração e
súplica no Espírito e vigiando nisso com toda perseverança e súplica por todos
os santos”.
2. “Carne” e “espírito” (Mt.26:41). O contraste bíblico entre carne e espírito
revela, muitas vezes, o conflito entre a santificação e a tendência pecaminosa
(Rm.8:5-9; Gl.5:17). Quando Jesus expressa o contraste - "o espírito está
pronto, mas a carne é fraca" -, há quem interprete "carne" aqui
como a natureza física considerando o estado de exaustão dos discípulos, até
certo ponto aceitável (vide Sl.78:39). Todavia, o contexto parece indicar o
sentido de fraqueza moral e espiritual, pois a vigilância é para
não cair em tentação; "espírito”, aqui, não se refere ao Espírito
Santo nem ao espírito satânico, mas ao espírito humano no crente, que adora a
Deus em espírito (João 4:24); fala línguas em espírito (1Co.14:3), ora e canta em
espírito (1Co.14:14-16).
3. Os discípulos – sem vigilância e sem oração –
fugiram das dificuldades.
O que os discípulos faziam no momento do sofrimento agonizante de Jesus no
Getisêmani? Eles dormiam (Mt.26:40; Lc.22:45). Estavam tristes,
esgotados pelo pesar e dormiam. Assim, eles estavam completamente inconscientes
do que estava para acontecer e, pior ainda, estavam impotentes diante dos fatos
que viriam. O propósito da vigilância e da oração era mantê-los conscientes e
de prontidão, para não serem pegos de surpresa e nem cometerem a insensatez de saírem
correndo, fugindo das dificuldades. Diante do fracasso deles, pacientemente
Jesus reforçou a recomendação da vigilância e da oração (Mt.26:41; Lc.22:45),
pois sem elas estamos propensos a cair a qualquer momento.
Você está
vigilante, está sempre atento? Você tem permanecido em espirito de oração? Tem um local para
desenvolver sua vida de oração? Ou as dificuldades, as circunstâncias o abatem
tanto que o melhor é dormir ou fazer qualquer outra coisa para nem pensar nos
problemas? Lute em oração! Peça, mas submeta-se à vontade de Deus; sabe
por quê? Porque a vontade de Deus é boa, agradável e perfeita (Rm.12:2).
A experiência de Jesus e dos discípulos no Getsêmani nos ensina que sem
vigilância e oração estamos totalmente vulneráveis e impotentes diante das
dificuldades, das intempéries e vicissitudes.
III. EXORTAÇÃO À VIGILÂNCIA
A exortação à vigilância
é um dos pontos centrais do sermão profético de Jesus, porque não se sabe o dia
e a hora da Sua vinda (Mt.24:36; Mc.13:32). Se os cristãos da primeira hora
deviam estar vigilantes quanto ao grande evento da vinda de Jesus, o que não
diremos nós, que somos a Igreja da última hora? Por isso devemos estar ainda
mais firmes e atentos, continuamente.
Não precisamos interpretar a exortação à vigilância como uma exortação a
esquadrinhar os céus em busca de sinais imediatos do aparecimento do Senhor.
Antes, devemos ver nela uma admoestação para estarmos despertos, alerta,
preparados, ativos na realização da obra do Senhor, para não sermos
surpreendidos por repentina calamidade.
1. Devemos
vigiar para não cometer o erro dos israelitas - “Então, disse
o Senhor a Moisés: sobe a mim, ao monte, e fica lá... E levantou-se Moisés com
Josué, seu servidor; e subiu Moisés o Monte de Deus. E disse aos anciãos:
esperai-nos aqui, até que tornemos a vós...” (Êx.24:12,18).
Moisés subiu ao
Monte, mas, não subiu em segredo, às escondidas. Disse aonde ia e não deixou o povo
desorganizado, sem liderança; deixou com o povo o seu representante, Arão.
“...e eis que Arão e Hur ficam convosco; quem
tiver algum negócio se chegará a eles”.
Moisés não saiu escondido, todos o viram partindo, sabiam para onde ele ia,
sabiam o que ele ia fazer, ouviram a promessa de que ele voltaria - “...esperai-nos aqui, até que tornemos a
vós...”.
Moisés prometeu
que voltaria, mandou que o esperassem,
porém, não disse o dia nem a hora de seu retorno. O povo esperou, porém, Moisés
demorava-se para voltar. Eles não creram na promessa e na palavra de
Moisés. O povo envolveu-se com a idolatria e com os prazeres da carne. Não é
isto que estamos vendo no mundo cristão pós-moderno?
“Mas, vendo o povo que Moisés tardava em
descer do monte, ajuntou-se o povo a Arão e disseram-lhe: levanta-te, faze-nos
deuses que vão adiante de nós; porque quanto a este Moisés, a este homem que
nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que lhe sucedeu” (Êx.32:1).
Parece-nos que até mesmo as lideranças esqueceram das palavras de Moisés.
Arão, e todos os demais líderes, esqueceram-se, ou não deram ouvidos à ordem e
a promessa de Moisés - “Esperai-nos aqui,
até que tornemos a vós”; “...e Moisés esteve no monte quarenta dias e quarenta
noites” (Êx.24:18). Arão mostrou-se um líder fraco; conhecia a vontade de
Deus e a ordem de Moisés, porém, curvou-se à vontade do povo.
No tempo de
Deus, Moisés voltou, conforme havia prometido. Ninguém estava esperando por sua vinda, nem mesmo Arão. O povo estava
inteiramente envolvido com a idolatria e com os prazeres da carne - “E, vendo Moisés que o povo estava despido,
porque Arão o havia despido para vergonha entre os seus inimigos” (Êx.32:25).
No início, os Israelitas esperaram, porém, Moisés demorou e eles perderam
a esperança. Todavia, quando não esperavam, Moisés voltou.
A Bíblia diz
que Jesus vem (João 14:1-3; Atos 1:11). É preciso esperar pacientemente até que Ele venha. Ele disse como
devemos proceder:
“É como se um homem, partindo para fora da
terra, deixasse a sua casa, e desse autoridade aos seus servos, e a cada um a
sua obra, e mandasse ao porteiro que vigiasse. Vigiai, pois, porque não sabeis
quando virá o senhor da casa; se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do
galo, se pela manhã, para que vindo de improviso, não vos ache dormindo” (Mc.13:34-36).
A palavra de
ordem a todos é: “VIGIAI”. O
gravíssimo erro, tanto dos líderes como do povo de Israel, não pode se repetir
em relação à Igreja e a Vinda do Senhor Jesus. A advertência aos descuidados é:
“Virá o senhor daquele servo num dia em
que o não espera e à hora em que ele não sabe, e separa-lo-á, e destinará a sua
parte com os hipócritas; ali haverá pranto e ranger de dentes”. Portanto, é
preciso esperar até que Ele venha, para não incorrermos no erro dos Israelitas.
Estarás tu vigiando, quando Jesus vier?
2. Vigiar para não cometer o erro do servo
mau - “Porém, se
aquele mau servo disser consigo: o meu senhor tarde virá, e começar a espancar
os seus conservos, e a comer, e a beber, com os bêbados, virá o senhor daquele
servo num dia em que ele o não espera e à hora em que ele não sabe, e
separa-lo-á, e destinará a sua parte com os hipócritas; ali haverá pranto e
ranger de dentes” (Mt.24:48-51).
Nesta parábola, não se diz que o mau servo era um estranho; nem que estava
lá fora. Ele estava na “casa do seu senhor”, junto com outros servos. O fato de
“espancar os seus conservos” denota que exercia uma liderança sobre os outros,
e abusava do seu poder. Não era um servo inocente. Tinha consciência de que era
um servo e de que tinha um senhor. Sabia que seu senhor havia partido para um
local distante, mas, que voltaria. Ele era servo, porém, era um mau servo.
O mau servo
cometeu um erro de cálculo: “...o meu senhor tarde virá”. Sabia que
viria, porém, pensava que demoraria. Jesus deixou-nos a certeza de que a
negligência, ou o erro de cálculo, não justifica o erro de quem tem a obrigação
de vigiar, aguardando a volta de seu senhor - “e separa-lo-á, e destinará a sua parte com os hipócritas; ali haverá
pranto e ranger de dentes”.
Esta advertência se destina, hoje a cada um de nós, a fim de que não
venhamos a cometer o erro daquele mau servo. Não basta crer que o Senhor Jesus
vem, é preciso estar preparado para Sua Vinda, quer ele venha à tarde, à
meia-noite, ao cantar do galo, ou pela manhã - “Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor” (Mt.24:42).
O Servo mau sabia que o seu senhor viria, porém, não pensava que seria
hoje, o dia da sua vinda. Não basta saber que Jesus vem; é preciso viver cada
dia como se fosse o Dia da Sua Vinda. Estarás tu vigiando, quando Jesus vier?
3. vigiar para não incorrer no erro dos
“escarnecedores” ´- “Sabendo
primeiro isto: que nos últimos dias virão escarnecedores, andando segundo as
suas próprias concupiscências e dizendo: Onde está a promessa da sua vinda?
Porque desde que os pais dormiram todas as coisas permanecem como desde o
principio da criação” (2Pd.3:3,4).
Um dos sinais da Vinda de Jesus é, exatamente, a incredulidade, ou a
falta de esperança quanto a Sua Vinda. Os “escarnecedores” mencionados pelo apóstolo
Pedro, não estão, por certo, entre os não evangélicos; estes nada sabem sobre a
Vinda de Jesus; certamente, eles estão entre aqueles que deveriam estar
vigiando e esperando Sua Vinda. Esta incredulidade pode ser contagiante. Faz-se
necessário vigiar, e crer que o Senhor Jesus virá realmente.
Assim, se algum “escarnecedor” levantar dúvidas e perguntar: “onde está a
promessa da Sua Vinda?”, possamos estar atentos para responder, com convicção,
que:
Ø “A promessa da Sua Vinda” está
confirmada pelas próprias palavras ditas por Jesus, enquanto homem, aqui na
terra, quando afirmou: “E, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez e
vos levarei para mim mesmo, para que, onde eu estiver, estejais vós também” (João
14:3).
Ø “A promessa da Sua Vinda” está confirmada pelas próprias palavras ditas por Jesus, no céu, cerca
de sessenta anos depois de sua Ressurreição, quando afirmou: “Eis que presto
venho”; “E, eis que cedo venho”; “...Certamente cedo venho” (Ap.22:7,12,20). No
Livro de Números, 23:19, diz: “Deus não é homem para que minta”.
Ø “A Promessa de Sua Vinda” está
confirmada pelas palavras ditas pelos Anjos, aos discípulos, ali no Monte das
Oliveiras: “...esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de
vir assim como para o céu o vistes ir” (Atos 1:11).
Ø “A Promessa de Sua Vinda” está confirmada pelas palavras do apóstolo Paulo, que disse: “Porque o
mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com trombeta
de Deus...” (1Tes.4:16).
Ø “A Promessa de Sua Vinda” está confirmada pelas palavras ditas pelo apóstolo João: “E agora,
filhinhos, permanecei nele, para que, quando ele se manifestar, tenhamos
confiança e não sejamos confundidos por ele na Sua Vinda”(1João 2:28).
Portanto é necessário vigiar, permanecendo em contato permanente com a
Palavra de Deus para não sermos confundidos pela incredulidade dos
“escarnecedores”.
“Bem-aventurado o varão que não anda segundo o
conselho dos ímpios... nem se assenta na roda dos escarnecedores”(Salmos 1:1).
Mesmo que os “escarnecedores” neguem, ou não creiam que Jesus Vem,
contudo, Ele virá. Creia nisto! Estarás
tu vigiando, quando Jesus vier?
4. Vigiar para não incorrer no erro das
virgens loucas - “As loucas,
tomando as suas lâmpadas, não levaram azeite consigo” (Mt.25:3).
As virgens loucas, tal como as virgens prudentes, estavam esperando o
Noivo, e criam que ele viria. Porém, algumas não estavam preparadas para
recebê-lo. Não basta estar esperando e crendo que Ele virá, é preciso
estar preparado para Sua Vinda. As Virgens Loucas não estavam.
Assim, nós que também estamos esperando a Vinda de Jesus, precisamos vigiar
a fim de não cometermos o erro das Virgens Loucas.
Ø Não basta apenas esperar, é preciso esperar vigiando para conservar-se em Santificação, conforme
exige a Palavra de Deus: “Segui a paz com todos e a Santificação, sem a qual
ninguém verá o Senhor” (Hb.12:14).
Ø Não basta apenas esperar, é preciso esperar vigiando para não permitir que se sujem nossas vestes
espirituais, conforme exige a Palavra de Deus - “Em todo o tempo sejam alvas as tuas vestes, e nunca falte o óleo sobre
a tua cabeça” (Ec.9:8).
Portanto, devemos vigiar para não incorrer no erro das Virgens Loucas;
elas estavam esperando o Noivo, e criam que ele viria; e ele veio; porém, elas
ficaram de fora porque não estavam preparadas para recebê-lo. Esta é uma
advertência solene a todos os crentes em todos lugares e em todas as épocas
para viverem atentos em todos os momentos da vida (Ef.6:18).
Não basta saber que Jesus Vem e dizer que está esperando pela Sua Vinda;
é necessário, também, estar preparado. Estarás tu preparado e vigiando, quando
Jesus vier?
5. Vigiar para não incorrer no mesmo erro dos
fariseus. O Senhor Jesus advertiu
seus discípulos sobre o "fermento
dos fariseus e saduceus" (Mt.16:6,11; Mc.8:15; Lc.12:1). Jesus estava
usando uma metáfora para designar a doutrina dos fariseus: "Então, compreenderam que não dissera que se
guardassem do fermento do pão, mas da doutrina dos fariseus" (Mt.16:12). A
falsa doutrina se propaga de forma rápida, contaminando tal como “o
fermento dos fariseus”(Mt.16:12).
Não basta dizer que é apenas crente e que tem uma religião; é necessário
está em constante vigilância doutrinária para não se contaminar com os
fermentos dos “fariseus”. Estarás tu vigiando, quando Jesus vier?
O apóstolo Paulo exorta Timóteo a cuidar de si mesmo e da doutrina:
"Tem cuidado de ti mesmo e da
doutrina; persevera nestas coisas" (1Tm.4:16). Esse ensino é para
todos os cristãos e em todos os lugares.
CONCLUSÃO
A negligencia na vida espiritual constitui desobediência à Palavra de
Deus. O Apóstolo Paulo entendeu a necessidade de permanecer atento, e
vigilante, quando escreveu: “Não durmamos, pois, como os demais, mas vigiemos,
e sejamos sóbrios” (1Ts.5:6). O Apóstolo Pedro, da mesma forma advertiu-nos,
dizendo: “E já está próximo o fim de todas as coisas; portanto, sede sóbrios e
vigiai em oração” (1Pd.4:7).
Moisés demorou, no Monte, mas, voltou, conforme havia prometido. O povo,
entregue ao pecado, não o estava esperando. O Senhor Jesus, ao retornar para o
Céu, prometeu que viria. Há dois mil anos a Igreja espera pela Sua Volta. Ele
Virá, porque ele disse: “O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não
hão de passar” (Mt.24:35).
Portanto, vigiar é um imperativo, uma ordem. O Senhor Jesus não disse que
seria bom, ou conveniente que seus discípulos permanecessem vigilantes. Não foi
um conselho. Ele, na verdade, disse: “Olhai, Vigiai, e Orai”. Não se trata de
uma opção, mas, de uma obrigação – “Porque daquele Dia e hora ninguém sabe...”.
É preciso, pois, vigiar em todo o tempo “para que, vindo de improviso,
não vos ache dormindo”. Estarás tu vigiando, quando Jesus vier?
--------------
Luciano de Paula Lourenço
Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Comentário Bíblico popular (Novo Testamento) -
William Macdonald.
Revista Ensinador Cristão – nº 77. CPAD.
Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.
Comentário do Novo Testamento – Aplicação
Pessoal. CPAD.
Dr. Caramuru Afonso Francisco. Resistindo aos
apelos do mundanismo. PortalEBD_2008.
Dr. Caramuru Afonso Francisco. Estarás tu
vigiando quando Jesus vier? PortalEBD.
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