No 2º
Trimestre letivo de 2019, estudaremos, através das Lições Bíblicas da CPAD,
sobre o seguinte tema: “O Tabernáculo – Símbolos da Obra Redentora
de Cristo”. O comentarista das lições é o pastor Elienai Cabral. As Lições estão
distribuídas sob os seguintes temas:
Lição 1 - Tabernáculo - Um lugar da Habitação de
Deus.
Lição 2 - Os Artesãos do Tabernáculo.
Lição 3 - Entrando no Tabernáculo: o Pátio.
Lição 4 - O Altar do Holocausto.
Lição 5 - A Pia de Bronze: Lugar de Purificação.
Lição 6 - As Cortinas do Tabernáculo.
Lição 7 - O Lugar Santo.
Lição 8 - O Lugar Santíssimo.
Lição 9 - A Arca da Aliança.
Lição 10 - O Sistema de Sacrifícios.
Lição 11 - O Sacerdócio de Cristo e o Levítico.
Lição 12 - A Nuvem de Glória.
Lição 13 - O Sacerdócio Celestial.
Desde a criação
Deus estabeleceu com os homens um relacionamento íntimo e de comunhão (Gn.3:8),
para que lhe fosse prestado culto de louvor e adoração. Noé e seus descentes,
assim como os patriarcas Abraão, Isaque e Jacó mantinham viva essa relação
cultual por meio de sacrifícios prestados em altares de pedra (Gn.8:20; Gn.12:7;
26:25; 35:1,2).
Após o Êxodo, Deus desejava
habitar no meio de Israel, por isso Ele ordenou e orientou a Moisés que, juntamente
com o povo recém-liberto da escravidão do Egito, estabelecesse um local e um
ritual para o culto que deveriam prestar a Ele (Êx.25-30). Esse lugar seria o
“Tabernáculo” (hebraico mikadesh,
santuário), um lugar de adoração ao único Deus verdadeiro.
O
Tabernáculo é descrito na Bíblia com várias acepções e
uma delas é a de "Tenda", que se podia armar e desarmar. A sua função
principal era a de servir como o lugar de encontro entre Deus e o homem.
O
Tabernáculo é também chamado de "Tenda do Testemunho"
(Nm.9:15). Era neste recinto, relativamente simples, que Deus encontrava-se com
seu povo - "...à porta da tenda da
congregação, perante o Senhor, onde vos encontrarei, para falar contigo
ali" (Êx.29:42). Este lugar era santo e consagrado ao culto de Jeová,
o Deus vivo e eterno.
Como é grande o
contraste entre este Santuário e os santuários ou templos encontrados no Egito,
Babilônia e Grécia, nos quais eram entronizados os ídolos mudos e mortos das
religiões falsas; no culto a estas divindades prevalecia a mais vergonhosa
imoralidade. Mas, no Santuário do Deus santo de Israel encontramos a santidade,
a pureza e a reverência.
O
Tabernáculo, bem como o Templo de Salomão simbolizavam a
Igreja edificada "para morada de Deus em Espírito" (Ef.2:22).
Simbolizavam também o próprio crente cujo corpo "é o templo do Espírito
Santo" (1Co.6:19). Ademais, o Tabernáculo representava, por tipos, a
realidade suprema do Céu, onde agora mesmo, Cristo, o nosso Sumo Sacerdote,
comparece "por nós, perante a face de Deus" (Hb.9:24).
O
Tabernáculo foi, durante os anos de peregrinação pelo
deserto, o lugar de encontro de Deus com o seu povo; ali, o Todo-poderoso
revelou-se e recebeu adoração (Êx.40:34,35). Esse santuário simbolizava a
verdade de que lugares secos e áridos se enchem de vida com a presença de Deus
entre o Seu povo.
“Então, a nuvem cobriu a tenda da
congregação, e a glória do SENHOR encheu o tabernáculo, de maneira que Moisés
não podia entrar na tenda da congregação, porquanto a nuvem ficava sobre ela, e
a glória do SENHOR enchia o tabernáculo” (Êx.40:34,35).
A
ideia central do Tabernáculo era que Deus habitava
entre o seu povo; sua plena realização encontra-se na encarnação de Cristo:
“E o Verbo se fez carne e habitou entre
nós” (literalmente, fez tabernáculo entre nós, João 1:14).
Daí que se chama
Emanuel, “Deus conosco” (Mt.1:23). Em nossos dias a presença de Deus se
manifesta na Igreja por meio do Espírito Santo que habita nos cristãos (Ef.2:21,22).
“no qual [Jesus Cristo] todo o
edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor, no qual também vós
juntamente sois edificados para morada de Deus no Espírito”.
O
Tabernáculo chamava-se, em regra geral:
Ø "tenda" ou "tabernáculo",
porque a sua cobertura exterior assemelhava a uma tenda.
Ø "tenda da congregação", porque
ali Deus se reunia com o seu povo (Êx.29:42-44).
Ø "tabernáculo do testemunho" (Êx.38:21),
porque continha a Arca e as Tábuas da Lei - testificava da santidade de Deus e
da pecaminosidade do homem.
Ø "santuário" (Êx.25:8), porque era
um lugar de culto ao Senhor e de sua santa presença.
O propósito divino
Embora em sentido
literal seja impossível que a presença de Deus se limite a um lugar (Atos
7:48,49), pois "o Altíssimo não
habita em templos feitos por mãos", o Tabernáculo tinha um propósito
precípuo: lembrar ao povo que ele possuía o privilegio incomparável de ter o
Senhor no meio de Israel.
No Tabernáculo, Deus
se fazia presente como Rei do seu povo e recebia culto de louvor e adoração.
Para além disso, o Tabernáculo também era o símbolo do relacionamento e da
intimidade do ser humano com Cristo.
“Tendo, pois, irmãos, intrepidez para
entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que
ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne, e tendo grande sacerdote
sobre a casa de Deus, aproximemo-nos, com sincero coração (…). Guardemos firme
a confissão da esperança, sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel”(Hb.10:19-23).
Entendendo
melhor...
O Tabernáculo tinha os seguintes propósitos:
-Primeiro,
proporcionar um lugar onde Deus se manifestasse entre seu povo
(Êx.25:8; 29:42-46; Nm.7:89). Ali o Rei invisível podia encontrar-se com os
representantes de seu povo e eles com o Rei. Até aquele momento, Deus já havia
se manifestado várias vezes em favor de Israel, mas não fora visto ainda “no
meio deles”. Quando Deus falava a Moisés no Monte Sinai, o povo assistia à
distância, impactado pela visão dos raios projetados lá de cima. Agora, porém,
Deus está dizendo que a sua presença, que os assistira até ali, estaria
permanentemente no meio do arraial, representada por um santuário erguido sob
Sua orientação. O Tabernáculo lembrava também aos israelitas que Deus os
acompanhava em sua peregrinação.
-Segundo,
ser o centro da vida religiosa, moral e social. O
Tabernáculo sempre se situava no meio do acampamento das doze tribos (Nm.2:17),
e era o lugar de sacrifício e centro de celebração das festas nacionais.
-Terceiro,
representar grandes verdades espirituais que Deus desejava gravar na mente
humana, tais como sua majestade e santidade, sua proximidade e
a forma de aproximar-se de um Deus santo. Os objetos e ritos do Tabernáculo
também prefiguravam as realidades cristãs (Hb.8:1,2, 8:11; 10:1). Desempenhavam
um papel importante em preparar o povo de Israel para receber a obra sacerdotal
de Jesus Cristo.
Observação: O Tabernáculo não é
morada de Deus, mas dos homens, e seu principal objetivo é o de aperfeiçoar a
condição humana à condição divina. Está escrito: “... e habitarei no meio deles” (Êx.25:8b), ou seja, entre eles, e
não “nele”. Com isso se chega à absoluta negação do antropomorfismo, no sentido
de morada de Deus.
A planta do Tabernáculo
Todos os detalhes
foram feitos de acordo com o desenho que Deus mostrou a Moisés no Monte Sinai
(Êx.25:9,40; 26:30;35:10). Isto nos ensina que foi o próprio Deus quem determinou
os pormenores relacionados com o culto verdadeiro.
“Conforme tudo o que eu te mostrar para
modelo do tabernáculo e para modelo de todos os seus móveis, assim mesmo o
fareis. Atenta, pois, que o faças conforme o seu modelo, que te foi mostrado no
monte” (Êx.25:9,40).
Podemos entender com
isto que Deus não aceita as invenções religiosas humanas nem o culto prestado
segundo prescrições de homens (Cl.2:20-23). Temos de adorar a Deus da forma
indicada em sua Palavra.
Ao construir o
Tabernáculo estritamente conforme às ordenanças de Deus, os israelitas foram
recompensados, pois a glória do Senhor encheu a “tenda” e a nuvem do Senhor permaneceu sobre ela (Êx.40:34-38).
Igualmente conosco, se desejamos a presença e bênção divinas, temos de cumprir
as condições expressas na Palavra de Deus.
34. Então, a nuvem cobriu a tenda da
congregação, e a glória do SENHOR encheu o tabernáculo,
35. de maneira que Moisés não podia
entrar na tenda da congregação, porquanto a nuvem ficava sobre ela, e a glória
do SENHOR enchia o tabernáculo.
36. Quando, pois, a nuvem se levantava
de sobre o tabernáculo, então, os filhos de Israel caminhavam em todas as suas
jornadas.
37. Se a nuvem, porém, não se
levantava, não caminhavam até ao dia em que ela se levantava;
38. porquanto a nuvem do SENHOR estava
de dia sobre o tabernáculo, e o fogo estava de noite sobre ele, perante os
olhos de toda a casa de Israel, em todas as suas jornadas.
Divisão
do Tabernáculo
O Tabernáculo, assim
como o homem é composto de três partes principais: o Pátio, o Lugar santo e o Santo dos santos.
Uma curiosidade é
que quando o Tabernáculo era montado, a cada vez que o povo de Israel parava no
deserto, ele era montado de dentro para fora, ou seja, do Santo dos santos até
o Pátio. Aprendemos aqui que o Eterno inicia seu tratamento conosco a partir de
dentro, daquilo que temos de mais interior: o espírito.
As divisões citadas
do Tabernáculo aludem ao corpo, alma e espírito do ser humano. E é justamente
por causa disso que o Eterno inicia seu processo de redenção no homem a partir
do espírito, pois o Espírito de Deus tem comunhão com o nosso espírito nos
religando ao nosso Criador.
Diante do que foi
exposto, de forma sucinta, concluímos que o estudo do Tabernáculo com seus materiais,
ritos, cerimônias e sistema sacerdotal, expõe diante de nós um rico e vasto
campo de lições espirituais que poderemos aproveitar durante os estudos deste
trimestre letivo.
Ev.
Luciano de Paula Lourenço
Nenhum comentário:
Postar um comentário