2º
Trimestre/2019
Texto Base: Êxodo 26:1-14
“Ora, tudo isso lhes sobreveio como figuras, e
estão escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos”
(1Co.10:11).
Êxodo 26:1-14
1-E
o tabernáculo farás de dez cortinas de linho fino torcido, e pano azul, e
púrpura, e carmesim; com querubins as farás de obra esmerada.
2-O
comprimento de uma cortina será de vinte e oito côvados, e a largura de uma
cortina, de quatro côvados; todas estas cortinas serão de uma medida.
3-Cinco
cortinas se enlaçarão uma à outra; e as outras cinco cortinas se enlaçarão uma
com a outra.
4-E
farás laçadas de pano azul na ponta de uma cortina, na extremidade, na juntura;
assim também farás na ponta da extremidade da outra cortina, na segunda
juntura.
5-Cinquenta
laçadas farás numa cortina e outras cinquenta laçadas farás na extremidade da
cortina que está na segunda juntura; as laçadas estarão travadas uma com a
outra.
6-Farás
também cinquenta colchetes de ouro e ajuntarás com estes colchetes as cortinas,
uma com a outra, e será um tabernáculo.
7-Farás
também cortinas de pelos de cabras por tenda sobre o tabernáculo; de onze
cortinas a farás.
8-O
comprimento de uma cortina será de trinta côvados, e a largura da mesma
cortina, de quatro côvados; estas onze cortinas serão de uma medida.
9-E
ajuntarás cinco destas cortinas por si e as outras seis cortinas também por si:
e dobrarás a sexta cortina diante da tenda.
10-E
farás cinquenta laçadas na borda de uma cortina, na extremidade, na juntura, e
outras cinquenta laçadas na borda da outra cortina, na segunda juntura.
11-Farás
também cinquenta colchetes de cobre e meterás os colchetes nas laçadas; e,
assim, ajuntarás a tenda para que seja uma.
12-E
o resto que sobejar das cortinas da tenda, a metade da cortina que sobejar,
penderá sobre as costas do tabernáculo.
13-E
um côvado de um lado e outro côvado de outro, que sobejará no comprimento das
cortinas da tenda, penderá de sobejo aos lados do tabernáculo de um e de outro
lado, para cobri-lo.
14-Farás
também à tenda uma coberta de peles de carneiro tintas de vermelho e outra
coberta de peles de texugo em cima.
INTRODUÇÃO
Dando continuidade à
nossa caminhada dentro da Casa de Deus – o Tabernáculo -, vamos analisar as Cortinas
da Tenda do Tabernáculo.
Já passamos pela Porta,
única entrada para chegarmos ao Pátio; caminhamos até o Altar onde o sacrifício
substitutivo é aceito; caminhamos até à Pia da purificação, que condicionava os
sacerdotes entrar no Lugar Santo, e ali prestar serviços ao glorioso Deus.
Agora, antes de contemplarmos
a beleza deste Lugar Santo e sentirmos o clina do sobrenatural de Deus,
analisemos a beleza da Cobertura e das Cortinas da Tenda da Congregação.
Veremos a relação dessas Cortinas com as verdades espirituais. Elas têm muito a
dizer-nos acerca da maravilhosa Obra redentora de Cristo.
Os tipos das Cortinas e as
suas cores têm um significado distinto na montagem do Tabernáculo, apontando
para a Pessoa e Obra do Senhor Jesus. Aparentemente, nada havia de muito
atrativo que chamasse a atenção; foi assim também quando o Senhor Jesus esteve
na Terra, quando nada de especial foi visto nEle. Isaias, assim,
profetiza: “não tinha aparência nem
formosura; olhamo-lo, mas nenhuma beleza havia que nos agradasse...era
desprezado, e dele não fizemos caso” (Is.53:2,3).
As nações pagãs
circunvizinhas, certamente, não compreendiam por que essa estrutura tão simples
era o centro da atração do povo de Israel. Era-lhes impossível entender como
dentro daquela construção sem quaisquer atrativos habitasse a Glória de Deus.
Da mesma forma, hoje, não é o edifício nem sua suntuosidade nem os esforços
naturais do homem que atrairão pessoas à Igreja de Cristo, mas a real presença
gloriosa de Deus dentro da Igreja.
I. AS TÁBUAS QUE SUSTENTAVAM A COBERTURA E AS CORTINAS DO TABERNÁCULO
As paredes da Tenda da
Congregação (Lugar Santo e Lugar Santíssimo) eram de tábuas, haja vista que o
Tabernáculo seria desmontável.
Segundo estudiosos, toda
madeira requerida para construção das tábuas (de acácia) foi extraída de
inúmeros oásis que circundavam a região do Sinai.
“Farás também de madeira de acácia as tábuas para o
tabernáculo, as quais serão colocadas verticalmente. Cada uma das tábuas terá
dez côvados de comprimento e côvado e meio de largura. Cobrirás de ouro as
tábuas e de ouro farás as suas argolas, pelas quais hão de passar as travessas;
e cobrirás também de ouro as travessas” (Êx.26:15,16,29).
1. As
Tábuas e o seu revestimento.
Conforme o texto sagrado,
cada tábua media aproximadamente 4,50m por 0,68cm, e todas foram inteiramente
revestidas de ouro.
A madeira nos faz lembrar
da vida humana e o ouro aponta para a glória de Deus. Para chegarmos à presença
santa de Deus é preciso que o velho homem (deformado) seja esculpido, transformado
e revestido de uma nova natureza – a natureza de Cristo (Cl.3:9,10).
As tábuas eram cobertas
de ouro. Desta feita, todas as marcas anteriores e imperfeições eram totalmente
cobertas. O observador não via a tábua de acácia, mas sim o ouro. Como cristãos
devemos perguntar-nos: "Quando alguém me observa, o que ele vê?". As
marcas e defeitos da vida antiga ainda estão visíveis ou ele vê a graça de Deus
em mim? Estarei dando desculpas por minhas fraquezas e fracassos ou ele vê
Cristo em mim? Para ser parte do edifício de Deus, uma pessoa não pode mais
inventar desculpas para seus pecados e fraquezas. O apóstolo Paulo assim
afirmou:
"Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não
mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé
do Filho de Deus, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim"
(Gl.2:20).
"Porque já estais mortos, e a vossa vida está
escondida com Cristo em Deus" (Cl.3:3)..
E de forma conclusiva, o
apóstolo Paulo informa em 2Corintios 5:17:
“se alguém está em Cristo, nova criatura é: as
coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo“.
As pessoas não vão mais
dizer: "não é um belo pedaço de madeira". Eles verão apenas a beleza
do ouro, que é "Cristo em você". A madeira, a natureza humana, não
será mais atrativa, não atrairá maior atenção do observador.
Se eu chamar a atenção
para mim mesmo em vez de para Cristo, estou perdendo minha razão de ser e não
terei mais cobertura de “ouro”. Como é triste quando um crente se torna o foco
das atenções, em lugar do Senhor Jesus Cristo!
2. Unidade
das Tábuas.
As tábuas eram todas do
mesmo tamanho (Êx.26:16). Havia vinte para a parede norte, vinte para a parede
sul, seis no terminal oeste, com uma tábua dupla em cada um dos cantos
posteriores para reforçá-los (cf. Êx.26:18-24).
As vinte tábuas das
laterais eram firmemente ligadas com travessões de madeira de acácia de modo
que formassem uma unidade. Para cada parede havia cinco destes
travessões. Cinco é o número da Graça. Verdadeiramente é a Graça de Deus que
liga os crentes uns aos outros.
A Unidade da parede dava segurança e beleza à construção.
Jesus teve este mesmo desejo para seus seguidores (João 17:20,21):
“Não rogo somente por estes, mas também por aqueles
que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra; a fim de que todos
sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós;
para que o mundo creia que tu me enviaste”.
O salmista também expressou a mesma verdade:
“Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os
irmãos! É como o óleo precioso sobre a cabeça, o qual desce para a barba, a
barba de Arão, e desce para a gola de suas vestes”.
Paulo também enfatizou a necessidade de união entre os crentes:
"Há um só corpo e um só Espírito, como também
fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; um só Senhor, uma só fé,
um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos, e
em todos" (Ef.4:3-6).
Que Deus nos conceda toda
a "unidade do Espírito" (Ef.4:3) até que "todos cheguemos
à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus" (Ef.4:13).
3. As
Argolas para unir as tábuas e suportar as tempestades no deserto (Êx.26:29).
“Cobrirás de ouro as tábuas e de ouro farás as suas
argolas, pelas quais hão de passar as travessas; e cobrirás também de ouro as
travessas”.
Em cada tábua foram
fixadas quatro argolas de ouro - duas em cima e duas embaixo - para que
se passassem quatro varões folhados a ouro, os quais uniriam as tábuas
umas às outras. Esses “varões” simbolizavam comunhão e mutualidade.
As tempestades no deserto
eram intensas e sem aviso, de maneira que se as tábuas não estivessem bem
presas umas às outras cairiam com facilidade. Assim, também, Deus espera de Sua
Igreja: que cada membro apoie o outro nos momentos de crises, de tempestades.
II. AS COBERTURAS E AS CORTINAS DA TENDA DO TABERNÁCULO
“Farás também à tenda uma coberta de peles de
carneiro tintas de vermelho e outra coberta de peles de texugo em cima”
(Êx.26:14).
“e todo homem que se achou com pano azul, e
púrpura, e carmesim, e linho fino, e pelos de cabras, e peles de carneiro
tintas de vermelho, e peles de texugos, os trazia” (Êx.35:23).
Os israelitas estavam no
deserto por ocasião da construção do Tabernáculo. Aquela era uma região
extremamente inóspita, difícil de ser habitada e só suportada pela contínua
proteção divina.
Durante o dia a
temperatura poderia chegar aos 50°C, a umidade relativa do ar não chegava a 5%
e as noites eram impiedosamente gélidas, marcando quase 10°C. Graças a Deus
pela nuvem que amenizava o calor do dia e a coluna de fogo que os aquecia à
noite (cf.Êx.13:21,22). Devido a essas condições adversas, o Tabernáculo
precisaria de uma cobertura especial, algo que protegesse, preservasse e
mantivesse uma temperatura estável.
Deus mostrou a solução,
não com uma, mas com quatro coberturas sobrepostas, a partir das ofertas
requeridas:
- A Primeira Cobertura
– ou Cobertura exterior - de peles de animal texugo (Êx.26:14).
- A Segunda Cobertura
– de peles de Carneiro, tingida de vermelho (Êx.25:5; 26:14).
- A Terceira Cobertura
– de peles de Cabra (Êx.26:7-13).
- A Quarta Cobertura –
ou Cobertura interior - de linho fino torcido (Êx.26:1).
Estas coberturas
quadriformes eram uma proteção completa e durável para a construção e tudo o
que ali se abrigava.
1.
Primeira Cobertura – ou Cobertura exterior - de peles de Texugo (Êx.26:14).
“Farás também à tenda uma coberta de peles de
...texugo em cima”.
Esta Cobertura de peles
de texugo era a maior e a mais simples e cobria completamente a Tenda.
A pele de texugo está associada a couro forte para
as solas de sapato. Veja o que diz Ezequiel: "Também te vesti de bordadura, e te calcei
com pele de texugo..." (Ez.16:10). Portanto, seu uso se devia mais à
durabilidade que ao aspecto estético, uma vez que deveria suportar os rigores
do clima. Dureza nos fala de Resiliência. Jesus suportou as intempéries quando esteve aqui. Ele suportou as tentações e as provações.
Esta Cobertura, também, nos fala da humildade que há em Cristo Jesus. Esta Cobertura não
mostrava qualquer forma exterior de beleza ou atrativo à construção. Do mesmo
modo, a beleza da Igreja não está na decoração externa, mas na presença de
Cristo. Isto também nos faz pensar no nascimento de Jesus que, embora fosse
Deus, com todo esplendor e glória, veio ao mundo sem ostentação e atrativo
algum (Is.53:2). Ele nasceu em um lugar humilde, e poucos perceberam Sua
magnífica glória. Seu nascimento aconteceu discretamente.
A Cobertura de peles de
texugo nos explica claramente que falta de humildade é o maior obstáculo a uma
vida cristã abençoada e frutífera. Não me refiro à humildade que se desfila
ante os olhos humanos, quando se quer parecer humilde, mas àquela que se torna
parte da nossa natureza através de Cristo.
A pele de texugo nos
informa que precisamos aprender a humildade na escola de nosso Senhor, que diz:
"... aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração..."
(Mt.11:29).
“Que possamos valorizar as pessoas, não pela
aparência exterior ou pela status, mas pela beleza interior, pelo caráter, pelo
coração”.
2. Segunda
Cobertura – de pele de Carneiro, tingida de vermelho (Êx.25:5; 26:14).
“Farás também à tenda uma coberta de peles de
carneiro tintas de vermelho...”.
Esta Cobertura ficava
abaixo da primeira, da qual falamos anteriormente. Ela não seria vista por
olhares indiscretos ou impenitentes, mas estava ali para simbolizar que para
entrar na presença de Deus era preciso haver derramamento de sangue.
O pecado impede que nos
aproximemos de Deus e desfrutemos de Sua comunhão. O único meio de nos
livrarmos do pecado é o sangue de Cristo, pois "sem derramamento de sangue
não há remissão" (Hb.9:22).
Jesus derramou Seu
precioso sangue na cruz (como Cordeiro de Deus), em nosso favor, a fim de
tornar possível nosso acesso à presença de Deus.
3.
Terceira Cobertura – peles de Cabra (Êx.26:7-13).
“Farás
também cortinas de pelos de cabras por tenda sobre o tabernáculo; de onze
cortinas a farás. O comprimento de uma cortina será de trinta côvados, e a
largura da mesma cortina, de quatro côvados; estas onze cortinas serão de uma
medida”.
A Cobertura de pele de
cabra era bastante diferente das duas primeiras, mencionadas anteriormente.
Parece ser uma divisória entre as duas primeiras coberturas e a quarta
cobertura. Era feita de onze cortinas de aproximadamente 13,30m por 1.80m.
Esta Cobertura também tem para nós uma mensagem
espiritual.
Cinco das Cortinas
formam, costuradas, uma só peça; as outras seis são igualmente atadas de modo
a, também, se constituírem em uma só peça.
A quinta Cortina da
primeira peça tinha cinquenta alças, de igual modo a segunda peça (que
consistia de seis cortinas) também possuía cinquenta alças. As peças eram
ligadas uma à outra por meio de cinquenta ganchos de bronze, tornando a
cobertura inteira.
A peça contendo as cinco
Cortinas cobria a área do Santo dos Santos, e a parte com as seis cortinas
cobria o Lugar Santo. Uma vez que esta última peça continha uma cortina a mais,
a sexta dobrava-se para trás.
Assim, nesta Cobertura,
temos o número cinco, que é número da Graça, e na outra
extremidade, o número seis, que é o número do homem. Portanto, as
cinquenta alças e ganchos que fazem a ligadura das duas peças,
significam Deus e o homem unidos pela Graça.
O número cinquenta, também, tem o seguinte
significado:
-No Antigo Testamento,
havia se passado cinquenta dias da noite de Páscoa de Israel, quando o Senhor
voltou a falar-lhes no monte Sinai: "Eu sou o Senhor, teu Deus... Não
terás outros deuses diante de mim" (Êx.20:2,3). Nessa ocasião, Ele lhes
deu os Dez Mandamentos e identificou-se com o seu povo. Foi o tempo em que Deus
fez aliança com o homem.
-No Novo Testamento, cinquenta dias após a
ressurreição de nosso Senhor veio o Dia de Pentecostes em sua plenitude, quando
o Senhor derramou de seu Espírito sobre os que esperavam e oravam reunidos no
Cenáculo.
4. Quarta
Cobertura – ou Cobertura interior - de linho fino torcido (Êx.26:1).
“E o tabernáculo farás de dez cortinas de linho
fino torcido, e pano azul, e púrpura, e carmesim; com querubins as farás de
obra esmerada”.
Esta era uma Cobertura de
grande beleza, que só podia ser apreciada quando se entrasse na Tenda. A beleza
não podia ser vista pelo lado de fora. De igual modo, apenas aqueles que entram
em relacionamento íntimo e comunhão com o Senhor podem ver e conhecer a
maravilha e a beleza de servir a Jesus, nosso Senhor.
Esta quarta Cobertura continha dez cortinas, cada uma com 28 côvados
(aproximadamente 14 metros) de comprimento por 4 côvados (aproximadamente 2
metros) de largura (Êx.26:2).
Cinco cortinas eram ligadas umas às outras, bem como as outras
cinco, perfazendo duas partes de cerca de 14 por 10 metros (Êx.26:3). Estas
duas partes eram ligadas entre si por cinquenta laços de tecido azul na borda
de cada última cortina de cada peça, que se encaixavam em cinquenta ganchos de
ouro. Estes cinquenta laços e ganchos apontavam para o Pentecostes.
A diferença era que a Cobertura de pele de cabra
fazia-se unir com ganchos de bronze. O bronze significa julgamento. Como eu disse anteriormente, a Lei foi
dada a Israel cinquenta dias após a Páscoa, e julgava e condenava aqueles que
pecavam.
Esta Cobertura interior era unida com cinquenta
ganchos de ouro. O ouro tipifica a divindade, ou o Espírito Santo que veio sobre os 120
(cento e vinte) que estavam unidos no Cenáculo, cinquenta dias após a
ressurreição de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. O Senhor mantém a sua
Igreja unida pela presença e o poder do Espírito Santo.
Quando os sacerdotes
adentraram o Lugar Santo, uma nova visão descortinou-se ante os seus olhos.
Eles viram as paredes cobertas de ouro, o azul, a púrpura, o escarlate,
misturados ao linho branco e os querubins tão habilmente bordados de acordo com
o padrão pré-estabelecido. Tudo isto revelado pelo brilho de sete lâmpadas
sobre o candelabro. Que visão maravilhosa!
Não é de admirar que a
reação espontânea do cristão que aprofunda sua caminhada com Deus quase sempre
seja: "que coisa maravilhosa é sentir a presença de Deus nesta caminhada
rumo ao Céu; é como o Paraíso para mim!".
III. AS CORES DAS CORTINAS DO TABERNÁCULO
No Tabernáculo, em
especial na Tenda, os materiais utilizados envolviam as mais variadas cores,
principalmente as Cortinas preparadas para a Cobertura do Santuário. Quando os
sacerdotes entravam na Tenda da Congregação, deparava-se com essas cores, que
pregavam uma simbologia bastante significativa. Por meio delas, o povo de
Israel percebia o símbolo da manifestação da glória de Deus nos sacrifícios que
fossem apresentados.
Para nós, povo de Deus da
Nova Aliança, essas cores apontavam para a Obra de Cristo que envolve a
remissão do passado, do presente e do futuro. É a Obra completa da salvação.
As cores predominantes
eram: azul celeste, púrpura, carmesim e
o branco (Êx.27:16).
“E à porta do pátio haverá uma coberta de vinte
côvados, de pano azul, e púrpura, e carmesim, e linho fino torcido, de obra de
bordador; as suas colunas, quatro, e as suas bases, quatro”.
Analisemos, de forma
resumida, cada uma dessas cores.
1. A Cor
Azul celeste
O Azul fala do que é
celestial, e indica a origem celestial de Cristo em sua divindade. Ele era
constituído de duas naturezas, a divina e a humana. Ele veio do céu, mas fez-se
homem (João 1:14) para identificar-se com a criatura humana e resgatá-la do
pecado.
Enquanto Cristo Jesus esteve
na terra, ainda assim viveu uma vida celestial. Depois de Sua ressurreição e de
Sua vitória contra a sepultura, foi recebido no Céu para reaver seus atributos
e o Seu estado original de divindade (ver Fp.2:5-11; Ef.1:20-23).
Hoje, o Senhor Jesus
Cristo, por meio do Espírito Santo, está edificando Sua Igreja, exercendo Seu
ministério sacerdotal à destra de Deus.
“mas este, havendo oferecido um único sacrifício
pelos pecados, está assentado para sempre à destra de Deus” (Hb.10:12).
“Porque Cristo não entrou num santuário feito por
mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para agora comparecer, por nós,
perante a face de Deus” (Hb.9:24).
2. A cor
Púrpura (Êx.27:16)
“...haverá uma coberta de vinte côvados...de
pano...púrpura...”.
A Púrpura lembra-nos da
realeza de Cristo. Não foram muitos que reconheceram a realeza de Jesus
enquanto Ele esteve aqui na terra.
- Pilatos questionou-o com respeito a isto: "... logo tu és rei?". Jesus
respondeu: "... Eu para isso nasci..." (João 18:37).
- O cego Bartimeu
enxergou melhor do que aqueles que não tinha problema de visão, porque
clamou: "... Jesus, Filho de Davi, tem misericórdia de mim!"
(Mc.10:47). “Filho de Davi” é uma expressão messiânica.
- Houve também uma mulher
pecadora que, vindo por trás, lavou-lhe os pés com suas lágrimas
(Lc.7:44); ela também reconheceu Jesus como Majestade.
- Os reis magos, também, reconheceram
Jesus como Rei: “e perguntaram: Onde está aquele que é nascido rei dos
judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos a adorá-lo”
(Mt.2:2).
- Ao governador da Judéia, Jesus confirmou que
Ele era rei: “E foi Jesus apresentado ao governador, e o governador o
interrogou, dizendo: És tu o Rei dos judeus? E disse-lhe Jesus: Tu o
dizes” (Mt.27:11).
A Cortina de cor Púrpura também apontava para o
futuro,
porque a realeza de Cristo será, um Dia, revelada na sua manifestação e vinda
no período milenial, onde Ele assumirá o comando da Terra como Rei dos reis e
Senhor de todas as coisas (ver Sl.110; Is.9:6; Lc.1.32).
“E na veste e na sua coxa tem escrito este nome:
REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES” (Ap.19:16).
“Ora, ao Rei dos séculos, imortal, invisível, ao
único Deus seja honra e glória para todo o sempre. Amém” (Ap.1:17).
3. A cor
Escarlate – Carmesim - (Êx.27:16)
A cor Escarlate (ou
Carmesim), fala-nos do sofrimento de Cristo.
O Carmesim é uma cor de sangue, vermelho vivo, que
projeta o vitupério do Calvário e o triunfo da Obra salvífica de Jesus. Nosso
Senhor sofreu, foi ferido e derramou seu sangue remidor como nos revela
Apocalipse 19.13:
“E estava vestido de uma veste salpicada de sangue,
e o nome pelo qual se chama é a Palavra de Deus”.
Por outro lado, o
Carmesim aponta para a glória vindoura de seu reinado como "Rei dos reis e
Senhor dos senhores" (ver Zc.14:9; 1Tm.6:14,15; Ap.19:11-16).
“E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco. O que
estava assentado sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro e julga e peleja com
justiça.
“E os seus olhos eram como chama de fogo; e sobre a
sua cabeça havia muitos diademas; e tinha um nome escrito que ninguém sabia,
senão ele mesmo.
“E seguiam-no os exércitos que há no céu em cavalos
brancos e vestidos de linho fino, branco e puro.
“E da sua boca saía uma aguda espada, para ferir
com ela as nações; e ele as regerá com vara de ferro e ele mesmo é o que pisa o
lagar do vinho do furor e da ira do Deus Todo-poderoso.
“E na veste e na sua coxa tem escrito este nome:
REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES”.
4. A cor
Branca do linho torcido
Esta cor era predominante
no Tabernáculo, representando pureza, limpidez e graciosidade. Aparecia nas vestes
sacerdotais e nas cortinas de linho.
O linho torcido, apontava para o Homem Perfeito, Cristo Jesus.
Num sentido especial, o linho torcido é um tecido rústico e batido que lembra
a humanidade de Cristo e o seu sofrimento em nosso lugar. Também lembra que
a morte de Jesus se tornou o fundamento da justiça a nosso favor.
Linho torcido lembra
justiça, na terra, e Jesus fez-se justiça por toda a humanidade.
“Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por
nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus” (2Co.5:21).
“Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo
sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça
veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida” (Rm.5:18).
CONCLUSÃO
Toda a riqueza de
detalhes da Tenda da Congregação não passava de "sombra" (Hb.10:1) em
relação a tudo aquilo que realmente Deus teria para nós, povo de Deus da Nova
Aliança.
Hoje, podemos nos
apresentar perante Ele sem rituais ou mediadores humanos, porque a nós foi
aberto um novo e vivo caminho à presença de Deus, por intermédio de Jesus
Cristo (nossa Cobertura), e nos foi dada uma nova natureza (Tábuas de
ouro) que nos torna aceitáveis perante Ele.
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Luciano de Paula Lourenço
Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Comentário Bíblico popular (Antigo e Novo
Testamento) - William Macdonald.
Revista Ensinador Cristão – nº 78. CPAD.
Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.
Comentário do Novo Testamento – Aplicação
Pessoal. CPAD.
Paul
Hoff – O Pentateuco. Ed. Vida.
Leo
G. Cox - O Livro de Êxodo - Comentário Bíblico Beacon. CPAD.
Victor
P. Hamilton - Manual do Pentateuco. CPAD.
Elienai
Cabral. O Tabernáculo – Símbolos da Obra redentora de Cristo. CPAD.
Alvin
Sprecher. Estudo Devocional do Tabernáculo no Deserto. CPAD.
Abraão
de Almeida. O Tabernáculo e a Igreja. CPAD.
Irmão vc tem sido um canal de Deus para abençoar o Reino . Deus te conserve com essa graça. Deus te recomendará.
ResponderExcluirQuerido Professor Luciano Lourenço. Parabéns pelo seu rico trabalho. Continue sendo benção para todos nós.
ResponderExcluir...."5Por isso mesmo, aplicando todo o vosso esforço, acrescentai a virtude à vossa fé e o conhecimento à virtude, 6e o domínio próprio ao conhecimento, e a perseverança ao domínio próprio, e a piedade à perseverança, 7e a fraternidade à piedade, e o amor à fraternidade. 8Porquanto, se essas virtudes existirem e crescerem em vós, elas não vos deixarão ociosos nem tampouco infrutíferos no perfeito conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. 9Pois aquele em quem essas virtudes não habitam age como quem não pode ver ou enxerga somente o que está perto, tendo-se esquecido da purificação dos seus antigos pecados. 10Portanto, irmãos, esforçai-vos com dedicação cada vez maior, confirmando o chamado e a eleição com que fostes contemplados, pois se agirdes desse modo, jamais abandonareis a fé. 11Pois dessa maneira é que vos será ricamente suprida a entrada no Reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. II Pedro 1.
Saúde e ricas bençãos a tí e toda sua família.
Seu conservo, Jackson Lima