2º Trimestre/2019
Texto Base: Êxodo 26:31-35; Hebreus 9:1-5; Mateus
27:51
26/05/2019
“Mas, depois
do segundo véu, estava o tabernáculo que se chama o Santo dos Santos"
(Hb.9:3).
Êxodo 26.31-35
31-Depois,
farás um véu de pano azul, e púrpura, e carmesim, e linho fino torcido; com
querubins de obra prima se fará.
32-E
o porás sobre quatro colunas de madeira de cetim cobertas de ouro, sobre quatro
bases de prata; seus colchetes serão de ouro.
33-Pendurarás
o véu debaixo dos colchetes e meterás a arca do Testemunho ali dentro do véu; e
este véu vos fará separação entre o santuário e o lugar santíssimo.
34-E
porás a coberta do propiciatório sobre a arca do Testemunho no lugar
santíssimo,
35-e
a mesa porás fora do véu, e o castiçal, defronte da mesa, ao lado do
tabernáculo, para o sul; e a mesa porás à banda do norte.
Hebreus 9.1-5
1-Ora,
também o primeiro tinha ordenanças de culto divino e um santuário terrestre.
2-Porque
um tabernáculo estava preparado, o primeiro, em que havia o candeeiro, e a
mesa, e os pães da proposição; ao que se chama o Santuário.
3-Mas,
depois do segundo véu, estava o tabernáculo que se chama o Santo dos Santos,
4-que
tinha o incensário de ouro e a arca do concerto, coberta de ouro toda em redor,
em que estava um vaso de ouro, que continha o maná, e a vara de Arão, que tinha
florescido, e as tábuas do concerto;
5-e
sobre a arca, os querubins da glória, que faziam sombra no propiciatório; das
quais coisas não falaremos agora particularmente.
Mateus 27.51
51-E
eis que o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo; e tremeu a terra, e
fenderam-se as pedras.
INTRODUÇÃO
Continuando a nossa caminhada
no interior do Tabernáculo, hoje iniciaremos a nossa visita ao Lugar
Santíssimo, o Lugar mais sagrado do Tabernáculo. Ele representava a plenitude
da presença de Deus entre o povo de Israel.
Era neste lugar que Deus
respondia ao seu povo. Somente o sumo sacerdote podia entrar nele, uma vez por
ano, no décimo dia do sétimo mês (Lv.16:29; Hb.9:7), para aspergir sobre o
propiciatório - isto é, sobre a tampa da Arca -, o sangue do sacrifício anual
feito para expiação dos pecados de todo o povo (Lv.16:14,15; 17:11).
Antes, o sumo sacerdote
tinha que apresentar um sacrifício por si mesmo. Prova que o sacerdócio
levítico era imperfeito.
Hoje, tal expiação não é
mais necessária, porque Jesus, o nosso Sumo Sacerdote por excelência, já entrou
na presença do Pai oferecendo o seu próprio sangue como propiciação definitiva
pelos nossos pecados (Rm.3:24,25; Hb.9:11-15; 10:10,12), de maneira que todos
quantos o recebem como único e suficiente Salvador e Senhor, aceitando o seu
sacrifício expiatório e entregando suas vidas totalmente a Ele, têm livre
acesso à presença de Deus (Hb.10:19-23).
I. O VÉU DO LUGAR SANTÍSSIMO
“Pendurarás o véu debaixo
dos colchetes e meterás a arca do Testemunho ali dentro do véu; e este véu vos
fará separação entre o santuário e o lugar santíssimo” (Êx.26:33).
1. O Véu como barreira ao livre acesso à Presença
de Deus
O Véu era o único objeto
que separava o Lugar Santo do Lugar Santíssimo; excluía todos os homens com
exceção do sumo sacerdote, e acentuava que Deus é inacessível ao homem comum. A
ninguém era permitido ver o objeto sagrado que ficava atrás desta cortina.
Uma vez por ano, no Dia
da Expiação, o Sumo Sacerdote deveria entrar no Santo dos Santos com o sangue
da Expiação. Nesta oportunidade ele aspergia um pouco do sangue no
Propiciatório para expiar os pecados da nação.
"Dize a Arão, teu
irmão, que não entre no santuário em todo o tempo, para dentro do véu, diante
do propiciatório que está sobre a arca, para que não morra; porque eu apareço
na nuvem sobre o propiciatório" (Lv.16:2).
"Mas, no segundo, só
o sumo sacerdote, uma vez no ano, não sem sangue, que oferecia por si mesmo e
pelas culpas do povo; dando nisso a entender o Espírito Santo que ainda o
caminho do Santuário não estava descoberto, enquanto se conservava em pé o
primeiro tabernáculo" (Hb.9:7,8).
O Véu visava proteger a
glória (Shekinah) dos olhos dos não
santificados. Quem poderia contemplar a Deus e sobreviver?
Após Moisés ter estado no
Monte por quarenta dias e noites recebendo as tábuas de pedra com os Dez
Mandamentos, Arão e todo Israel tiveram receio de aproximar-se dele porque sua
face estava "resplandecente" (ver Êx.34:30). Após isto, Moisés punha
um véu sobre o rosto cada vez que falava a Israel. "E até hoje, quando é
lido Moisés, o véu está posto sobre o coração deles. Mas, quando se converterem
ao Senhor, então, o véu se tirará" (2Co.3:15,16).
A Arca da Aliança era o
único objeto além do Véu; era o mais sagrado objeto de Israel, e por ela
tinha-se grande reverência; ela representava a presença de Deus no meio do povo
de Israel.
Somente por via do
mediador nomeado por Deus e do sacrifício do inocente podia o homem
aproximar-se de Deus. Mas, com a morte de Jesus, algo aconteceu: o Véu do
Templo se rasgou em dois, de alto a baixo (Mc.15:38). Agora temos livre acesso
à presença do Senhor Deus.
2. O Véu tinha um bordado especial com a figura de
querubins (Êx.26:31)
“Depois, farás um véu de
pano azul, e púrpura, e carmesim, e linho fino torcido; com querubins de obra
prima se fará”.
Assim como no Jardim do
Éden, onde os querubins ali estavam para o próprio bem do homem, para mantê-lo
afastado da Árvore da Vida e salvá-lo do sofrimento eterno e do destino
irremediável, aqui, novamente, encontramos os querubins. Esta cortina com os
querubins bordados parece dizer: "Não te aproximes".
Seria isto uma
contradição ao desejo de Deus de relacionar-se com o homem? Creio que não. Creio que Deus desejava que
soubéssemos que o sangue de novilhos, ovelhas e bodes não satisfaz a um Deus
justo e santo; tampouco todo esse sangue qualificava o homem a entrar no Santo
dos Santos com Deus.
O brilho e a claridade da
santidade de Deus são tão grandes que os seres celestiais em torno do trono
cobrem seus rostos perante Ele. Deus em sua misericórdia fez com que fosse
colocado o Véu para que o homem não entrasse inadvertidamente em sua santa
presença, para sua própria desgraça.
Conquanto estamos no
tempo da graça, não podemos de forma descuidadosa entrar na santidade de Deus,
a não ser para nossa própria destruição.
3. O Véu também tipifica o corpo de Jesus
(Hb.10:19-23)
"Tendo, pois,
irmãos, ousadia para entrar no Santuário, pelo sangue de Jesus, pelo novo e
vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto ê, pela sua carne, e tendo
um grande sacerdote sobre a casa de Deus, cheguemo-nos com verdadeiro coração,
em inteira certeza de fé; tendo o coração purificado da má consciência e o
corpo lavado com água limpa, retenhamos firmes a confissão da nossa esperança,
porque fiel é o que prometeu".
Quando Jesus esteve na
terra, seu corpo de carne escondia a glória de Deus que Ele possuía, a qual as
multidões não puderam reconhecer.
-Uns diziam: "Não é o filho do
carpinteiro? Conhecemos sua família,
seus irmãos". Outros viram muito mais além, no entanto - "E o Verbo se fez carne e habitou entre
nós, e vimos a sua glória, como a glória como do Unigénito do Pai, cheio de
graça e de verdade" (João 1:14).
-Pedro reconheceu quem Ele realmente era, quando disse: "... Tu és o Cristo..." (Mt.16:16).
-Paulo também escreveu sobre isto:
"Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas
aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos
homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente
até à morte e morte de cruz" (Fp.2:6-8).
Adiante lemos: "... Aquele que se manifestou em carne
foi justificado em espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no
mundo e recebido acima, na glória" (1Tm.3:16).
Algumas vezes, abriam-se
os olhos de alguns e Ele era reconhecido pelo que era.
-No monte da Transfiguração, os três discípulos
tiveram uma clara visão do que estava por trás do Véu de sua carne. Eles O
viram em glória celestial quando Ele conversava com Moisés e Elias.
-O centurião romano junto à cruz disse: "Verdadeiramente
este era o Filho de Deus!".
-Muitos, porém, não conseguiam ver Jesus além de seu corpo de
carne, por isso gritavam: "Crucifica-o
... Seu sangue caia sobre nós e nossos filhos".
-Muitos viram os milagres, mas não o Cristo. Até mesmo um de seus
discípulos, Filipe, disse: "Senhor,
mostra-nos o Pai, o que nos basta. Disse-lhe Jesus: não me tendes conhecido? Quem
me vê a mim vê o Pai" (João 14:8,9).
É deveras importante que
nossos olhos estejam abertos e vejamos Cristo como Ele realmente é. Os seus
discípulos, mesmo andando no barco com Ele, não sabiam quem Ele era – “quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem?”
(Mc.4:41). Muitos estão dentro da Igreja, mas ainda não conhecem Jesus. Quem é
Jesus para você?
4. As Cores do Véu e o Linho fino torcido
(Êx.26:31)
“Depois, farás um véu de
pano azul, e púrpura, e carmesim, e linho fino torcido; com querubins de obra
prima se fará”.
O texto sagrado afirma
que o Véu possuía as seguintes cores: Azul, Púrpura e Carmesim. O Azul nos
lembra Jesus Cristo vindo à terra; a Púrpura fala-nos de Sua realeza entre os
homens; o Carmesim mostra-nos o sofrimento do Cordeiro de Deus.
-O “Linho fino” refere-se à retidão. Aqui é mostrada a
retidão de Cristo. Dele, disse Pedro: "o qual não cometeu pecado, nem na
sua boca se achou engano" (1Pd.2:22). O tribunal romano, presidido por
Pilatos, deu este veredicto: "Não vejo neste homem crime algum".
-“Linho fino torcido”. Era uma obra de hábeis
artesãos; ficava entre o Azul, a Púrpura e o Carmesim. Isto significa que o
humano e o divino estavam tão entretecidos na vida e no ser de Jesus que as
pessoas não o podiam entender na época. Tampouco pode a mente carnal entendê-lo
hoje.
Muitos admitirão que
Jesus foi uma pessoa extraordinária. Outros dirão que Ele foi um grande
reformador. Outros ainda dirão que foi profeta ou lhe darão crédito como um
grande professor. Muitas religiões dão-lhe algum reconhecimento ao lado de seus
próprios deuses ou líderes, mas não conseguem perceber a divindade nEle.
Em Jesus há o
"engenhoso" entrelaçamento do humano e do divino. Ele não era parte
humano e parte divino.
Ele era um ser humano em
cada molécula, e que era, naturalmente, tocado em seus sentimentos por nossas
enfermidades.
Ele se cansava e
precisava descansar, ficava com sede e pedia um pouco de água. Ele era até
mesmo sujeito a morrer.
Ao mesmo tempo Ele era
divino. Foi Ele quem à entrada do túmulo de Lázaro bradou em alta voz:
"Lázaro, vem para fora!". O que estivera morto quatro dias saiu do
túmulo atado com suas vestes mortuárias. Ao seu comando, o vento e o mar
obedeciam.
Portanto, aquele que não
reconhece e aceita tanto o humano quanto o divino em Jesus Cristo, enquanto Ele
esteve aqui na terra, não é de Deus. Foi o que o apóstolo João disse:
"Amados, não creiais
em todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos
falsos profetas se têm levantado no mundo. Nisto conhecereis o Espírito de
Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e
todo espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus;
mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis
que está já no mundo" (1João 4:1-3).
II. O PROPÓSITO DO
VÉU INTERIOR
O Véu interior traz a ideia de separação ou
vedação. Ele foi uma das peças menos vistas pelo povo que adorava e servia a
Deus naquele tempo, pois ele ficava no Santo Lugar, e dividia este Lugar do
Lugar Santíssimo. Somente o sumo sacerdote podia passar por ele. Ele continuou
a ser usado no Templo e permaneceu em uso até a destruição de Jerusalém no ano
70 d.C.
Qual era o propósito do Véu?
1. Avisar que a presença do Deus Todo Poderoso
estava além do Véu – era uma entrada restrita e condicional (Lv.16:2; Hb.9:7)
Está escrito em Êxodo
33:20 que ninguém podia ver a Deus e continuar vivo – “Não poderás ver a minha face, porquanto homem nenhum verá a minha face
e viverá”.
Qualquer que rompesse o
Véu indevidamente seria morto. Somente o sumo sacerdote podia entrar, uma vez
por ano, tendo os seus pecados expiados antecipadamente.
Somente um homem sem
pecado podia romper o Véu. Jesus é o nosso único acesso à presença do Pai. Ele
nunca pecou. Ele é o Sumo Sacerdote do povo de Deus da Nova Aliança. Os
sacerdotes olhavam para o Véu e sabiam da presença de Deus, nós olhamos para
Jesus e podemos participar da presença do Senhor.
Louvemos a Deus pelo
livre acesso que temos hoje à Sua presença. Reservemos um momento para avaliar
se temos realmente valorizado a maravilhosa obra de Jesus, dando a Ele de nosso
tempo e adoração.
2. Ensinar que o ministério da mediação faz-se
necessário para se chegar à presença de Deus
O Véu era a barreira
visível para o acesso à presença de Deus. Um acesso limitado a apenas um homem
– o sumo sacerdote - e em um único dia do ano para uma tarefa muito específica
(Hb.9:7). Qualquer sacerdote comum que desobedecesse e entrasse no Santíssimo
Lugar morreria.
“Disse, pois, o SENHOR a
Moisés: Dize a Arão, teu irmão, que não entre no santuário em todo o tempo,
para dentro do véu, diante do propiciatório que está sobre a arca, para que não
morra; porque eu apareço na nuvem sobre o propiciatório”(Lv.16:2).
“... só o sumo sacerdote,
uma vez no ano, não sem sangue, que oferecia por si mesmo e pelas culpas do
povo” (Hb.9:7).
Foi o sacrifício de
Cristo na cruz que possibilitou que tivéssemos acesso à presença de Deus. Por
causa do pecado estávamos separados de Deus, sem a mínima possibilidade de acesso.
No entanto, hoje, temos acesso irrestrito à presença do Pai, por meio de Jesus
Cristo.
O Véu que separava o
Lugar Santo do Lugar Santíssimo foi rasgado ao meio. Afirma Mateus: “E eis que o véu do templo se rasgou em
dois, de alto a baixo; e tremeu a terra, e fenderam-se as pedras”.
O Véu rasgado é um símbolo de que através da oferta
sacrificial do Cordeiro de Deus o caminho ficou aberto para que cada pecador,
arrependido e crendo no sacrifício de Cristo, entre na comunhão íntima com um
Deus santo, sem a necessidade de mais ofertas pelo pecado. Foi um simbolismo
apontando para o fato de que o Templo e todo o sistema cerimonial antigo não
eram mais necessários. A Antiga Aliança deu lugar à Nova Aliança.
Note que o texto nos diz
que o Véu foi rasgado de cima para baixo. Isso nos mostra que a morte de
Jesus foi iniciativa de Deus e não de qualquer homem.
Ainda que Jesus tenha
sido condenado por Pilatos e tenha sofrido conspiração da liderança judaica de
seu tempo, Ele morreu porque Deus planejara (João 10:17,18). Pedro confirma
essa verdade em seu sermão em Jerusalém quando afirma que Jesus foi
"entregue pelo determinado desígnio e presciência de Deus" (Atos
2:23). Jesus caminhou para a cruz como um rei caminha para sua coroação.
3. Indicar o caminho à presença de Deus
O Véu era um elemento
pedagógico; ele informava que teríamos que saber da existência de um lugar de
profunda pureza e santidade onde o ser humano não poderia suportar estar ali,
mesmo com todas as ofertas e sacrifícios. Uma única exceção existia: somente o
sumo sacerdote podia ir além do Véu, uma vez por ano, não por méritos pessoais,
mas mediante o sangue da expiação (Lv.16:15). A única função dele era expiar o
próprio pecado e o do povo. Por isso, toda a orientação divina quanto à pureza
do sumo sacerdote e de sua casa era rigorosa (Lv.16:6).
Jesus quebrou esse paradigma. Ele quebrou o impeditivo
direto à presença divina e indicou ao ser humano o caminho para Deus. Naquele
dia memorável, o Filho de Deus foi pregado numa cruz, tornando-se o perfeito
Cordeiro do sacrifício por todos os pecados do mundo.
Esta éi a visão da Igreja
do Novo Testamento com relação à morte e ressurreição de Cristo:
"Nem por sangue de
bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo
efetuado uma eterna redenção" (Hb.9:12).
"Porque Cristo não
entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu,
para agora comparecer, por nós, perante a face de Deus" (Hb.9:24).
"...mas, agora, na
consumação dos séculos, uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo
sacrifício de si mesmo" (Hb.9:26).
Jesus tornou-se o
perfeito sacrifício. Era o Homem sem pecado e o Filho de Deus. Pendurado
naquela cruz com os braços estendidos, trazia Deus e o homem a uma reconciliação
perfeita.
Quando gritou: "Está
consumado", cumpriram-se as justas exigências de Deus.
O Véu, que até então ocultava
a divina glória, rasgou-se de alto a baixo. Tanto Mateus 27:51 como Marcos
15:38 são específicos em relatar que o rasgo foi de alto a baixo, como se nos
dissessem que o próprio Deus estendera sua mão e o rasgara em dois. Lucas 23:45
diz que o Véu se rasgou em duas partes.
Foi o braço do
Todo-Poderoso que rasgou o Véu em duas partes. Aquele mesmo que havia ordenado
sua colocação, sob severas instruções, agora estendia sua mão e o rasgava. Era
como se Ele dissesse: "Não mais ocultarei do homem minha santidade e
glória porque através de Jesus, meu perfeito sacrifício, e por causa de seu
sangue, está aberto o caminho".
Foi Deus Pai quem escolheu
Jesus para ser o único sacrifício aceitável e agradável a si, digno de poder
reconciliar o homem consigo.
"Porque, por ele,
ambos [judeus e gentios] temos acesso ao Pai em um mesmo Espírito"
(Ef.2:18).
Graças ao nosso amado
Senhor, já não há mais separação nem Véu entre nós e Deus, pois Cristo é o
perfeito mediador entre Deus e os homens (1Tm.2:5). O autor de Hebreus nos
encoraja a dar atenção a esta verdade:
"Tendo, pois,
irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus, pelo
novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne, e
tendo grande sacerdote sobre a casa de Deus, aproximemo-nos, com sincero
coração, em plena certeza de fé, tendo o coração purificado de má consciência e
lavado o corpo com água pura" (Hb.10:19-22).
III. COMO ERA O
LUGAR SANTÍSSIMO?
1. O Lugar Santíssimo tinha o formato quadrangular
O Lugar mais sagrado do
Tabernáculo, pois ali estava a presença de Deus, era um pequeno espaço que
tinha a forma de um cubo, cujas medidas eram: dez côvados de altura, dez de
largura e dez de comprimento. Essas medidas revelavam quatro dimensões da
plenitude da glória de Deus naquele lugar. Essas dimensões foram reveladas
a Paulo quando ele escreveu aos efésios:
"Que Cristo habite,
pela fé, no vosso coração; a fim de, estando arraigados e fundados em amor,
poderdes perfeitamente compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e
o comprimento, e a altura, e a profundidade" (Ef.3:17,18).
2. O seu Mobiliário
O Lugar Santíssimo continha
um único móvel: a Arca da Aliança. Este móvel sagrado representava a própria
presença de Deus entre o povo. Era um cofre de 1,15m por 0,70m, construído de
acácia e revestido de ouro por dentro e por fora.
Sobre a coberta da Arca
ficavam dois querubins (seres angelicais) diante um do outro, feitos de ouro,
que com suas asas cobriam o local conhecido como “propiciatório” (a tampa da
Arca). A coberta se dava o nome de "propiciatório", pois ali o mais
perfeito ato de expiação era realizado uma vez por ano pelo sumo sacerdote; era
o lugar onde estava simbolizada a misericórdia. Nesse lugar Deus manifestava a
sua glória.
As figuras dos querubins,
com as asas estendidas para cima, e o rosto de cada um voltado para o rosto do
outro, representavam reverência e culto a Deus.
A Arca só podia ser
carregada pelos sacerdotes (Nm.9:15-17; 2Sm.6:1-15), que a carregavam nos
ombros, assim como faziam com todas as peças do santuário (Nm.7:9).
Dentro da Arca havia três
objetos: as duas tábuas da Lei, um vaso com maná, e mais tarde se incluiu a
vara de Arão. Todos esses objetos lembravam a Israel o concerto e o amor de
Deus.
Ø As tábuas da Lei (Decálogo) simbolizavam a
santidade de Deus e a pecaminosidade do homem. Também lembrava aos hebreus
que não se pode adorar a Deus em verdade sem se dispor a cumprir sua vontade
revelada.
Ø O Maná simbolizava a constante provisão divina. Moisés, sob ordens
divinas, ordenou que fosse colocado diante do Senhor um vaso contendo um gômer
(3,7 litros) cheio de maná (Êx.16:32,33). Este recipiente seria guardado para
as gerações futuras. O fornecimento do maná era diário. A lição de Deus para
Israel, como também para os cristãos, é que os crentes têm de depender de Deus
dia após dia.
Ø A Vara de Arão que florescera. A Vara nos fala da autoridade conferida a
alguém. A Bíblia diz que Deus fez com que essa Vara miraculosamente florescesse
para confirmar diante do povo a chamada de Arão para ser o sumo sacerdote
(Nm.17:7-11; Hb.9:4). Nossa autoridade quando colocada diante de Deus brota,
aparece para que todos vejam e saibam que nosso ministério foi realmente dado a
nós por Deus.
3. O que podemos aprender por Trono de Deus e a
importância do Lugar Santíssimo?
A “Bíblia utiliza a
linguagem figurada para ilustrar as coisas do Céu. A ideia do Trono de Deus na
terra refere-se, essencialmente, à presença imanente de Deus no meio dos
homens. Por causa do pecado e da própria santidade de Deus, sua presença ficava
reservada ao sentimento de que Ele estava com o seu povo e permitia uma relação
especial mediante um sacerdócio santo e separado. Nenhum homem comum podia
adentrar esse Lugar. A entrada no Lugar Santíssimo reservava-se ao sumo
sacerdote, o qual, uma vez por ano, no grande dia da Expiação, entrava com
vestimentas especiais em nome de todo o povo de Israel. Agora, na dispensação
da plenitude dos tempos, o Véu foi rasgado, e todos temos acesso ao Trono da
Graça pelo sangue de Cristo Jesus” (Pr. Elienai Cabral).
CONCLUSÃO
Concluímos o início de
nossa caminhada no Santo dos Santos. Rompemos o principal obstáculo, o Véu, e
já contemplamos a beleza da santidade de Deus.
Na Antiga Aliança, o
acesso à presença de Deus não era livre, existia o dia, o mês, e exclusividade
para se chegar a este Lugar Santíssimo. Deus é santo e só podemos chegar a Ele
por meio de Jesus Cristo, nosso Sumo Sacerdote. Ele é o mediador perfeito; do
contrário, morreríamos.
Através de Jesus Cristo
chegamos à presença do Pai celestial, sem nenhum impediente. Nosso Senhor Jesus
removeu o que impedia nosso encontro direto com o Deus Altíssimo. Por isso, o
Lugar Santíssimo aponta para Jesus Cristo como único caminho para o ser humano
se reconciliar com o Pai.
“mas este, porque
permanece eternamente, tem um sacerdócio perpétuo. Portanto, pode também salvar
perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder
por eles” (Hb.7:24,25).
Na próxima Aula,
continuaremos a nossa caminhada no Santo dos Santos, e exploraremos o objeto
mais sagrado do Tabernáculo: a Arca da Aliança. Até lá!
-------------
Luciano de Paula Lourenço
Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Comentário Bíblico popular (Antigo e Novo
Testamento) - William Macdonald.
Revista Ensinador Cristão – nº 78. CPAD.
Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.
Comentário do Novo Testamento – Aplicação
Pessoal. CPAD.
Paul
Hoff – O Pentateuco. Ed. Vida.
Leo
G. Cox - O Livro de Êxodo - Comentário Bíblico Beacon. CPAD.
Victor
P. Hamilton - Manual do Pentateuco. CPAD.
Elienai
Cabral. O Tabernáculo – Símbolos da Obra redentora de Cristo. CPAD.
Alvin
Sprecher. Estudo Devocional do Tabernáculo no Deserto. CPAD.
Abraão
de Almeida. O Tabernáculo e a Igreja. CPAD.
Deus abençoe seu maravilhoso trabalho!
ResponderExcluirDeus seja louvado
ResponderExcluir