3º Trimestre/2020
EDIÇÃO ESPECIAL
Texto Base: Esdras 2:59-62; 4:2,3; 6:2-4
“Pelo que saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; e não toqueis nada imundo, e eu vos receberei” (2Co.6:17).
Esdras 2:
59.Também estes subiram de
Tel-Melá e Tel-Harsa, Querube, Adã e Imer, porém não puderam mostrar a casa de
seus pais e sua linhagem, se de Israel eram.
60.Os filhos de Delaías, os
filhos de Tobias, os filhos de Necoda, seiscentos e cinquenta e dois.
61.E dos filhos dos
sacerdotes: os filhos de Habaías, os filhos de Coz, os filhos de Barzilai, que
tomou mulher das filhas de Barzilai, o gileadita, e que foi chamado do seu
nome.
62.Estes buscaram o seu
registro entre os que estavam registrados nas genealogias, mas não se acharam
nelas; pelo que por imundos foram rejeitados do sacerdócio.
Esdras 4:
2.Chegaram-se a Zorobabel e
aos chefes dos pais e disseram-lhes: Deixai-nos edificar convosco, porque, como
vós, buscaremos a vosso Deus; como também já lhe sacrificamos desde os dias de
Esar-Hadom, rei da Assíria, que nos mandou vir para aqui.
3.Porém Zorobabel, e Jesua,
e os outros chefes dos pais de Israel lhes disseram: Não convém que vós e nós
edifiquemos casa a nosso Deus; mas nós, sós, a edificaremos ao SENHOR, Deus de
Israel, como nos ordenou o rei Ciro, rei da Pérsia.
Esdras 6:
2.E em Acmetá, no palácio
que está na província de Média, se achou um rolo, e nele estava escrito um
memorial, que dizia assim:
3.No ano primeiro do rei
Ciro, o rei Ciro deu esta ordem: Com respeito à Casa de Deus em Jerusalém, essa
casa se edificará para lugar em que se ofereçam sacrifícios, e seus fundamentos
serão firmes; a sua altura, de sessenta côvados, e a sua largura, de sessenta
côvados,
4.Com três carreiras de
grandes pedras, e uma carreira de madeira nova; e a despesa se fará da casa do
rei.
INTRODUÇÃO
Nesta
Aula trataremos dos judeus que retornaram do cativeiro. Em Esdras 2, o escritor
registra o nome e o número das famílias que retornaram a Judá e Jerusalém após
o decreto de Ciro. Sem dúvida alguma, retornar foi uma grande demonstração
de fé e confiança em Deus, principalmente quando se sabia que a terra para
onde iam estava em grande desolação e miséria, onde um dia foi visto a glória e
a majestade do reino do povo de Deus. Mas, para voltar a Jerusalém não era
de qualquer forma; uma das principais exigências era demonstrar a sua pureza
étnica e afinidade aos princípios norteadores de sua fé original. Para onde
estavam indo, viveriam conforme os ritos da lei que Deus tinha dado a Moisés. Como
forma de honrar aqueles que se dispuseram a voltar, o Espirito
Santo colocou no coração de Esdras a direção de documentar os seus nomes.
Há uma verdade espiritual aqui para nós: o nome daqueles que confiam em
Jesus Cristo e abandonam as práticas do pecado, tem um memorial gravado no
livro da vida. Nossa confiança e perseverança não se perdem com o tempo, o
Senhor Deus está atento ao nosso andar diante dEle e às nossas obras.
I. SOMENTE OS JUDEUS RETORNARIAM A JUDÁ
1. Registro dos judeus que retornaram do exílio
(Ed.2:1-58)
Em
primeiro lugar, somente os judeus que não se misturaram com o povo pagão da
babilônia retornaram à terra de Judá. Os judeus mestiços, nascidos de
casamentos mistos, durante o cativeiro em Babilônia, não fariam parte do grupo
de judeus que retornariam a Judá. Somente aqueles que comprovassem a sua
ascendência puramente judaica fariam parte daquele grupo. Deus não aceita
mistura do seu povo com o povo do mundo. Não pode haver comunhão da luz com as
trevas. Quando o povo de Israel foi libertado do Egito, uma grande quantidade
de pessoas, que não eram da descendência de Abraão, acompanharam os israelitas
no deserto em direção a Canaã. Essa multidão de gente causou um grande prejuízo
espiritual ao povo de Deus. Foi exatamente essa gente que durante o trajeto
pelo deserto foi fonte inspiradora de murmuração (cf.Nm.11:4). É um grande
prejuízo espiritual algum líder querer facilitar a entrada de “mistura de
gente”, dando maior ênfase à quantidade do que à qualidade. Jesus foi
contundente: “Necessário vos é nascer de novo” (João 3:7).
2. O número dos judeus que voltaram
Esdras
2:1-61 fornece uma lista dos exilados que voltaram para Judá sob a liderança de
Zorobabel. Alguns são registrados de acordo com o grau de parentesco (Ed.2:3-19);
outros, de acordo com a cidade de origem (Ed.2:20-35). O texto menciona em
especial os sacerdotes (Ed.2:36-39), os levitas (Ed.2:40-42) e os servidores do
Templo (Ed.2:43-54). Todos esses exerceriam um papel importante na reconstrução
do Templo.
Alguns
judeus afirmaram ser sacerdotes, porém, não puderam provar sua linhagem e foram
impedidos de servir no Templo e de participar das refeições sagradas até que
recebessem autorização de Deus por meio de consulta ao Urim e Tumim. O
governador era Zorobabel (cf.Ed.2:59-63).
O
capítulo sete de Neemias fornece uma lista semelhante a esta. Embora ocorram
pequenas diferenças no arranjo ente elas, ambas apresentam um total de quarenta
e dois mil trezentos e sessenta judeus que retornaram do exílio, além de sete
mil trezentos e trinta e sete servos, além de muitos animais. Esdras acrescenta
duzentos cantores, e Neemias inclui 245, de modo que o total de exilados que
retornaram é de cinquenta mil, uma fração pequena do total de judeus levados
cativos.
A
viagem de retorno foi perigosíssima. Eles seguiram o curso do rio Eufrates, num
percurso de 1.300km, através de imenso nevoeiros de areia e sujeitos a serem
assaltados. Essa viagem durou cinco meses (Ed.7:8,9).
3. O significado da volta dos judeus
Essa
volta representou a manutenção da fé judaica no Deus vivo, com seus princípios
que governam o mundo até hoje. Não era apenas um bando de escravos que retornava,
mas uma civilização com seus princípios doutrinárias. Esse acervo é o maior
patrimônio da humanidade. São as riquezas espirituais e morais do povo eleito
de Deus. A adoração era a razão de ser de Jerusalém.
Listas
genealógicas extensas foram apresentadas por Esdras e Neemias (cf. Ed.2.1-70;
8:1-14; Ne.7:5-65), “cujo propósito era pelo menos duplo: (a) legitimar aqueles
que voltaram, identificando-os com os ancestrais tribais, e (b)
demonstrar por essa ligação que o exílio, embora traumático e
terrivelmente destruidor, não cortara a linhagem da promessa que se originou em
Abraão e continuaria para sempre. Havia nestas listas as linhagens dos
sacerdotes, levitas e outros funcionários religiosos (Ed.2:36-54; 8:1-14;
Ne.7:39-56), pois o reino teocrático, como reino de sacerdotes, era um povo de
adoradores que expressava a vassalagem na forma relacionada ao culto (ZUCK, Roy
B. Teologia do Antigo Testamento. Rio de Janeiro, CPAD, 2009).
“As
genealogias dão a entender que a mesma nação que fora desarraigada tão
violentamente da terra da promessa voltaria. E ainda que não fossem as mesmas
pessoas, eram os seus descendentes, castigados e de número muito reduzido.
Neemias conhecia muito bem o penhor do Senhor dado a Moisés (Dt.30:2-4) que,
mesmo que o desobediente fosse exilado nos confins da terra, Ele os ajuntaria e
os traria de volta ao lugar habitado pelo seu nome (Ne.1:8-10). Neemias também
sabia que seria quase como um novo começo, pois o povo restaurado seria apenas
um remanescente (Ne.1:3). É de tal começo humilde que Esdras também sabia que a
comunidade restaurada tinha de surgir novamente (Ed.9:15)” (ZUCK, Roy B. Teologia do Antigo Testamento.
Rio de Janeiro, CPAD).
II. OS JUDEUS NÃO ACEITARAM A AJUDA DOS SAMARITANOS
1. Quem eram os samaritanos?
Já
comentei sobre isto no tópico II da Aula 04. Repriso aqui por tratar-se de um assunto
proposto pelo comentarista da Lição neste tópico. Os samaritanos eram
descendentes de colonizadores de outros países, trazidos para Israel quando a
Assíria levou os habitantes do Reino do Norte para o cativeiro em 742 a.C. (cf.
2Reis 17:5-7,23,24).
“Porque o rei da Assíria passou por toda a
terra, subiu a Samaria e a sitiou por três anos. No ano nono de Oseias, o rei
da Assíria tomou a Samaria e transportou a Israel para a Assíria; e os fez
habitar em Hala, junto a Habor e ao rio Gozã, e nas cidades dos medos. Tal
sucedeu porque os filhos de Israel pecaram contra o Senhor, seu Deus, que os
fizera subir da terra do Egito, de debaixo da mão de Faraó, rei do Egito; e
temeram a outros deuses” (2Reis 17:5-7).
“[...]
assim, foi Israel transportado da sua terra para a Assíria, onde permanece até ao
dia de hoje. O rei da Assíria trouxe gente de Babilônia, de Cuta, de Ava, de
Hamate e de Sefarvaim e a fez habitar nas cidades de Samaria, em lugar dos
filhos de Israel; tomaram posse de Samaria e habitaram nas suas cidades” (2Reis
17:23,24).
Esses
colonos pagãos se casaram com os judeus que permaneceram em Israel, e os
descendentes dessa união se tornaram conhecidos como samaritanos; eram
considerados impuros na opinião de judeus eticamente puros. Estes odiavam aqueles
(os samaritanos), porque sentiam que seus compatriotas haviam traído seu povo e
sua nação por meio de tais casamentos. Num período posterior, o nome samaritano
teve uma conotação mais religiosa do que étnico ou político.
Os
novos colonizadores enviados pelo rei da Assíria adoravam a Deus, porém sem
deixar seus costumes pagãos. Certa feita, o rei da Assíria enviou-lhes sacerdote
dos israelitas para ensinar ao povo da terra o temor de Deus. Assim, os
samaritanos temiam o Senhor, mas também serviam a seus falsos deuses: “Assim,
ao SENHOR temiam e também a seus deuses serviam, segundo o costume das nações
dentre as quais tinham sido transportados” (2Rs.17:33).
Eles
adoravam o Senhor apenas para abrandar Sua ira, em vez de agradar-lhe; assim
tratavam-no como amuleto de sorte ou apenas como outro ídolo de sua coleção.
Podemos identificar uma atitude semelhante em nossos dias. Muitas pessoas afirmam
crer em Deus, embora se recusem a abandonar as atitudes que Ele reprova. O
Senhor não deve ser acrescentado aos valores que já possuímos. Ele deve vir em
primeiro lugar, e Sua Palavra deve moldar todas as nossas atitudes.
2. Os samaritanos ofereceram cooperação aos judeus
Quando
os judeus começaram a construção do Templo, os samaritanos ofereceram-se para
cooperar (Ed.4:1). Os judeus, porém, rejeitaram firmemente a proposta (Ed.4:1-3).
1.Ouvindo,
pois, os adversários de Judá e Benjamim que os que tornaram do cativeiro
edificavam o templo ao SENHOR, Deus de Israel,
2.chegaram-se
a Zorobabel e aos chefes dos pais e disseram-lhes: Deixai-nos edificar convosco,
porque, como vós, buscaremos a vosso Deus; como também já lhe sacrificamos
desde os dias de Esar-Hadom, rei da Assíria, que nos mandou vir para aqui.
3.Porém
Zorobabel, e Jesua, e os outros chefes dos pais de Israel lhes disseram: Não
convém que vós e nós edifiquemos casa a nosso Deus; mas nós, sós, a
edificaremos ao SENHOR, Deus de Israel, como nos ordenou o rei Ciro, rei da
Pérsia.
Os
inimigos do povo de Deus, em uma tentativa de infiltrar-se e desvirtuar o
projeto de reconstrução, se ofereceram para ajudar. Queriam observar o que os
judeus estavam fazendo. Esperavam impedir que Jerusalém se tornasse, novamente,
uma cidade forte. Os judeus, porém, discerniram a artimanha deles. Tal
associação com incrédulos teria levado o povo de Deus a transigir na fé.
Esses
inimigos alegavam adorar ao mesmo Deus que Zorobabel e os demais judeus. De um
certo modo, isto era verdade, eles adoravam a Deus, mas também adoravam a
muitos falsos deuses (ver 2Rs.17:27-29,32-34,41). Aos olhos de Deus, isto não
era verdadeira adoração, era pecado e rebelião. A verdadeira adoração envolve
prestar culto exclusivamente a Deus (Ex.20:3-5). Para esses estrangeiros, Deus
era apenas mais um “ídolo” acrescentado à sua coleção. Seu verdadeiro objetivo
era desvirtuar o projeto do Templo.
Os
crentes hoje devem se precaver contra aqueles que reivindicam ser cristãos, mas
cujas ações revelam claramente que estão usando o cristianismo para servir aos
seus próprios interesses. A Bíblia exorta que devemos nos afastar daqueles que
têm uma vida irregular (2Pd.3:17;1Tm.6:20,21;2Ts.3:6,14) como também daqueles
que causam divisões (Rm.16:17,18; 2Pd.2:10,13,18; Jd.12,18,19). Também, exorta
que nós devemos nos afastar daqueles que não praticam a sã doutrina (1Tm.6:3-5:
Tt.3:10; 2João 10,11).
3. Os samaritanos procuraram aparentar-se com os
judeus (Ed.9:1,2)
1.Acabadas,
pois, essas coisas, chegaram-se a mim os príncipes, dizendo: O povo de Israel,
e os sacerdotes, e os levitas não se têm separado dos povos destas terras,
seguindo as abominações dos cananeus, dos heteus, dos ferezeus, dos jebuseus,
dos amonitas, dos moabitas, dos egípcios e dos amorreus,
2.porque
tomaram das suas filhas para si e para seus filhos, e assim se misturou a
semente santa com os povos destas terras, e até a mão dos príncipes e magistrados
foi a primeira nesta transgressão.
Desde
a época dos juízes, os homens israelitas haviam adotado a pratica de casar com
mulheres pagãs e, como consequência, abraçaram suas práticas religiosas
(Jz.3:5-7). O próprio rei Salomão foi culpado deste pecado (cf.1Rs.11:1-8).
Embora esta prática fosse proibida pela lei de Deus (Ex.34:11-16; Dt.7:1-4),
ela apareceu nos dias de Esdras e, novamente, apenas uma geração após ele, à
época de Neemias (Ne.13:23-27). A oposição ao casamento misto não era um preconceito
racial, porque judeus e não judeus dessa região tinham um mesmo antecedente
semita. As razões eram estritamente espirituais. Um homem judeu que se casasse
com uma mulher pagã teria a tendência de adotar as crenças e práticas
religiosas dessa mulher. Se os israelitas fossem insensíveis o bastante para
desobedecer a Deus em algo tão importante quanto o casamento, não seriam suficientemente
fortes para se manterem firmes contra a idolatria de seu cônjuge. Até que os
israelitas finalmente parassem com essa prática, a idolatria permaneceu como um
problema constante.
Ao
povo de Deus da Nova Aliança, as Escrituras Sagradas exortam: “Não vos prendais
a um jugo desigual com os infiéis” (2Co.6:14). Como o casamento envolve duas
pessoas que se tornam uma, a fé dos cônjuges pode se tornar um problema já que
certamente um deles terá que transigir em relação às suas próprias crenças, em benefício
da unidade. Muitas pessoas não ligam para esse fato, e seguramente se
lamentarão mais tarde. Não permita que a emoção ou a paixão lhe ceguem para a importância
de se casar com alguém afinado espiritualmente com você. Exploraremos mais
sobre este assunto na Lição 12.
III. DEUS EXIGE SANTIDADE DO SEU POVO
A Bíblia Sagrada deixa
claro que ser santo é uma exigência de Deus para aqueles que querem servi-lo. É
uma exigência atemporal, que se aplica ao povo de Deus do Antigo e do Novo
Testamento.
“Porque eu sou o SENHOR, vosso Deus;
portanto, vós vos santificareis e sereis santos, porque eu sou santo [...].
Porque eu sou o SENHOR, que vos faço subir da terra do Egito, para que eu seja
vosso Deus, e para que sejais santos; porque eu sou santo. Santos sereis,
porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo"(Lv.11:44,45; 19:2).
“porquanto escrito está:
Sede santos, porque eu sou santo” (1Pd.1:16).
Todavia, em que pese o
Senhor ter dito “santos sereis”, a Palavra de Deus nos ensina que Ele respeita
a vontade do homem e não viola sua liberdade, ou seu livre arbítrio. Obedecer
ou não obedecer é uma decisão do homem. Ninguém será santo à força; isto não
agrada a Deus. Todavia, Deus espera que seu povo esteja sempre em comunhão com
Ele, vivendo separado do mal.
1. A santidade como marca
A
santidade é o que identifica o povo de Deus. Por isso, a exigência permanente
de Deus com relação à santidade do Seu povo, tanto na Antiga como na Nova
Aliança. O texto Áureo de Levítico enfatiza esta realidade dogmática: “Fala a
toda a congregação dos filhos de Israel e dize-lhes: Santos sereis, porque eu,
o SENHOR, vosso Deus, sou santo” (Lv.19:2). Observe que a marca, a santidade,
não é somente para os líderes, mas a toda “a congregação dos filhos de Israel”,
ou seja, a toda a Igreja do Senhor do Antigo Testamento. Deus diz: “santos
sereis”.
Qual a razão da demanda do Senhor à congregação de Israel? A Bíblia responde:
“Porque eu, o SENHOR, vosso Deus, sou santo”. Sim, Deus é o Senhor. Logo, nesse
relacionamento, não passamos de servos. Ele tem autoridade para exigir que cada
um de seus servos sejam santos, porque Ele, o nosso Deus, é santo. Como ignorar
as prerrogativas daquele que nos chamou à perfeição?
Todavia, santidade não significa levar-nos a sair do mundo ou do mundo
isolar-se. Lembremo-nos da oração sacerdotal de Jesus: "Não peço que os
tires do mundo, e sim que os guardes do mal" (João 17:15, ARA). Portanto,
na ótica bíblica, santificar-se não significa isolar-se da sociedade, mas,
nesta sociedade, atuar como testemunha fiel de Deus. É o que o Senhor
requisitava de sua congregação no deserto. Mesmo ali, ainda sem contatar povo
algum, deveriam os israelitas consagrar-se inteiramente como servos do Senhor.
Sim, mesmo se estivermos no lugar mais improvável e árido, proclamemos as
virtudes do Reino de Deus, por meio de uma vida santa, pura e marcada pela
distinção.
Se o povo hebreu deveria sobressair-se pela santidade, o que não esperar
da Igreja de Cristo? O apóstolo exorta-nos a andar continuamente em novidade de
vida (Rm.6:4). Sem a santidade requerida por Deus nenhum de nós chegará ao Céu
(Hb.12:14; Ap.21:8).
2. Deus garante, aos que vivem em santidade, plena
vitória contra os ataques do inimigo
-Neemias só conseguiu proeza em seu projeto de reconstruir os muros de
Jerusalém porque se dispôs a confiar em Deus e levar o povo à santidade diante
de Deus. Só assim eles conseguiram concluir a construção do Templo e
reconheceram que “Deus fizera esta Obra” (Ne.6:16).
-Quando Josué se preparou para passar o Jordão, disse ao povo: “Santificai-vos
porque amanhã fará o Senhor maravilhas no meio de vós” (Js.3:5). E assim
aconteceu. Sem isto, certamente, o povo teria sido derrotado pelos inimigos
cananeus, haja vista que belicamente eram muito mais fortes e experientes do
que o povo de Israel.
-Josué, antes de iniciar a conquista de Canaã, recebeu a visita de um
anjo. Josué então lhe perguntou: “Que diz meu Senhor ao seu servo?” E a
resposta que recebeu foi: “Descalça os sapatos de teus pés, porque o lugar em
que estás é santo!” (Js.5:13-15). Isto significava uma exigência à santidade. Quando
o povo de Israel não atentou para esta condição, foi derrotado pelo inimigo
que, aparentemente, não era páreo para o povo de Israel; foi o que ocorreu
diante do pequeno exército da cidade de Ai. Após a trágica derrota, Josué, com
o rosto em terra, perguntou ao Senhor o porquê daquela derrota; o Senhor
respondeu:
“Levanta-te! Por que estás
prostrado assim sobre o teu rosto? Israel pecou, e até transgrediram o meu
concerto que lhes tinha ordenado, e até tomaram do anátema, e também furtaram,
e também mentiram, e até debaixo da sua bagagem o puseram. Levanta-te,
santifica o povo e dize: Santificai-vos para amanhã, porque assim diz o Senhor,
o Deus de Israel: Anátema há no meio de vós, Israel; diante dos vossos inimigos
não podereis suster-vos, até que tireis o anátema do meio de vós”
(Js.7:10,11,13).
O pecado descoberto, foi desarraigado, e a vitória foi contundente.
“Então, disse o Senhor a
Josué: Não temas e não te espantes; toma contigo toda a gente de guerra, e
levanta-te, e sobe a Ai; olha que te tenho dado na tua mão o rei de Ai, e o seu
povo, e a sua cidade, e a sua terra” (Js.8:1).
Deus exige santificação de seu povo para poder operar no meio dele. Pense
nisso!
IV. DEVEMOS MANTER UMA VIDA SEPARADA DO MAL
1. Devemos manter uma vida separada do mal:
a) porque somos filhos de Deus
“Amados, agora somos filhos de Deus...”(1João
3:2).
Quando um filho ama seu pai ele se orgulha quando alguém diz que ele se
parece com o pai. O mesmo sentimento compartilha o pai quando alguém diz que
seu filho é a “sua cara”. Contudo, não havendo amor essa mesma declaração
aborrece tanto o filho como o pai.
b) porque queremos ser vitoriosos diante das
ciladas do Diabo
Se os judeus tivessem caído na cilada dos samaritanos, certamente, a
convivência com eles teria contaminado a vida espiritual do povo, haja vista
que os samaritanos adoravam a falsos deuses; e isto teria afastado a presença
de Deus no meio do Seu povo, uma vez que Deus não se une à idolatria. É preciso
manter-se separado do mundo do pecado. Devemos andar dignamente diante do
Senhor, agradando-lhe em tudo.
c) porque queremos fazer a vontade do Pai
“Porque esta é a vontade
de Deus, a vossa santificação...”(1Tes.4:3).
Todo bom filho sente prazer e se esforça para fazer a vontade de seu pai.
Todo pai fica feliz quando seu filho procura ser-lhe agradável. A Bíblia diz
que Deus quer que seus filhos sejam santos.
d) porque queremos ser morada de Deus e um Templo
para o seu Espírito
“Jesus respondeu, e disse-lhe: se alguém me
ama, guardará a minha palavra, e meu pai o amará, e viremos para ele, e faremos
nele morada”(João 14:23); “Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do
Espírito Santo, que habita em vós...”(1Co.6:9).
A Bíblia diz que Deus é Santo na sua essência, ou seja, é absolutamente
santo. Nós, com todas nossas impurezas, não sentimos bem habitando ou
convivendo num lugar sujo, imundo, quanto mais Deus. Daí, se eu quero que Ele
habite em mim, então preciso não apenas estar limpo, preciso estar purificado.
e) porque queremos ser um vaso nas mãos de Deus
Manter uma vida separada do
mal, ou seja, uma vida em santidade, significa ser separado para uso de Deus. Assim sendo, qualquer que
desejar ser um vaso nas mãos de Deus, tem que ser um vaso separado para seu
uso. Esta é a condição exigida pela Palavra de Deus, conforme escreveu Paulo:
“Ora, numa grande casa não somente há vasos de ouro e de prata, mas também de
pau e de barro; uns para honra, outros, porém, para desonra. De sorte que, se
alguém se purifica destas coisas, será vaso para honra, santificado e idôneo
para uso do Senhor e preparado para toda boa obra”(2Tm.2:20,21).
f) porque somos peregrinos à caminho da Pátria
Celestial
“...Andai em temor,
durante o tempo da vossa peregrinação”(1Pd.1:17).
Os que não conhecem a Bíblia pensam que para ser santo é preciso estar
morando no Céu. Pensam que é somente lá que vivem os santos. Porém, pela Palavra
de Deus sabemos que Deus exigiu que Israel fosse santo durante a peregrinação
através do deserto. Foi lá no Monte Sinai que Deus disse: “...Santos sereis,
porque eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo”(Lv.19:2). Naquele deserto, Israel
teria que andar com Deus e separar-se do mal. Porém, o profeta Amós, pergunta:
“Andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?”(Amós 3:3). Deus é Santo. Só
existe uma maneira de poder andar com Ele: sendo santo, separando-se do mal.
g) porque queremos morar no Céu
“Senhor, quem habitarás no teu
tabernáculo? Quem morará no teu santo monte? Aquele que anda em
sinceridade, e pratica a justiça, e fala verazmente segundo o seu coração;
(Salmo 15:1,2). O Senhor
Deus diz mais: “Os meus olhos procurarão os fiéis da terra, para que estejam
comigo; o que anda num caminho reto, esse me servirá”(Salmo 101:6). Portanto, somente
aqueles que se mantém separado do mal, ou seja, os santos, morarão no Céu. Que
o Senhor nos ajude a andar de valor em valor até que venhamos a completar a nossa
carreira espiritual.
2. Uma vida separada do mal e a vontade de Deus
Muitos, conformados com o mundo, estão a dizer que “Deus só quer o
coração”. Muitos têm procurado se basear em “doutores conforme as suas próprias
concupiscências” (cf. 2Tm.4:3), para justificar as suas condutas pecaminosas e
a prática da iniquidade.
Os dias de hoje são difíceis e não são poucos os que têm se esforçado em
encontrar guarida para as suas “inclinações da carne”, mas o Senhor, na Sua
Palavra, é bem claro, é claríssimo: “os que estão na carne, não podem agradar a
Deus” (Rm.8:8). Portanto, o santificar-se não é uma opção na vida do salvo, é
uma exigência divina: “Santificai-vos e sede santos, pois eu sou o SENHOR,
vosso Deus” (Lv.20:7). A nossa santificação é da vontade de Deus - “Porque esta
é a vontade de Deus, a vossa santificação” (1Ts.4:3).
É bom ressaltar que ainda estamos neste mundo e, por causa disto, estamos
sujeitos a pecar, mesmo sendo indesviáveis seguidores de Jesus Cristo. O
apóstolo João aprofundou-se nesta questão e demonstrou que os homens não estão
livres totalmente do pecado (1João 1:8-2:2), pois ainda não foram libertos do
“corpo do pecado”. No entanto, o verdadeiro salvo não é uma pessoa que tenha um
modo de vida voltado para as coisas pecaminosas, cujos propósitos e tendências
sejam todas no sentido da separação de Deus mediante a prática da iniquidade.
O crescimento do crente "em santificação" ocorre à medida que o
Espírito Santo o rege soberanamente e, o crente, por sua vez, busca-o, em
cooperação com Deus.
"Sede vós também santos em toda a vossa
maneira de viver" (1Pd.1:15).
CONCLUSÃO
Como povo de Deus, devemos manter a nossa identidade como servos de Deus
e preservar o nosso nome no Livro da Vida, afastando-nos de qualquer mundanismo
que possa comprometer a nossa comunhão com o Salvador. Fazendo assim não
seremos envergonhados no grande Dia do Cordeiro.
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Luciano de
Paula Lourenço – EBD/IEADTC
Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e
Grego. CPAD
Comentário Bíblico popular (Antigo e Novo
Testamento) - William Macdonald.
Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.
Comentário do Novo Testamento – Aplicação
Pessoal. CPAD.
Hernandes Dias Lopes. Neemias – O líder que
restaurou uma nação.
C. E. Demaray. Comentário Bíblico Beacon. CPAD.
Princípios para uma boa liderança - Pr.
Cleverson de Abreu Faria.
ZUCK, Roy B. Teologia do Antigo Testamento. Rio de
Janeiro. CPAD).
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