“O que ouvimos e aprendemos, o que os nossos pais nos contaram, não o
encobriremos a seus filhos; contaremos à geração vindoura os louvores do
Senhor, e o seu poder, e as maravilhas que fez” (Salmos 78:3,4 – NAA).
O Dia das Crianças, celebrado em 12 de outubro, é uma data significativa
no Brasil e em muitos países ao redor do mundo. A escolha dessa data se deu por
ser a mesma data em que, em 1959, a Organização das Nações Unidas (ONU)
proclamou a Declaração dos Direitos da Criança, reafirmando princípios
fundamentais para garantir o bem-estar e os direitos das crianças em todo o
mundo.
No Brasil, a celebração do Dia das Crianças foi oficializada por meio do
Decreto de Lei nº 4.867, de 5 de outubro de 1924, instituindo o dia 12 de
outubro como data de celebração. Desde então, a data tem sido uma oportunidade
para reflexão sobre a importância de garantir os direitos, o amor e o cuidado
às crianças, além de promover atividades lúdicas e educativas que valorizem a
infância. É um momento para destacar a relevância de uma infância feliz e
saudável para o desenvolvimento pleno e equilibrado das futuras gerações.
Com base no texto do Salmo 78:3,4, que destaca a importância de
transmitir ensinamentos e experiências às gerações futuras, gostaria de
homenagear as crianças no Dia dedicado a elas, refletindo sobre a importância
desse aprendizado para o seu desenvolvimento e para o futuro.
As crianças são o presente e o futuro de nossa sociedade. Assim como nos
ensina o Salmo, é fundamental compartilhar com elas os valores, as histórias e
as maravilhas que o mundo e a vida têm a oferecer. Os ensinamentos dos pais e
daqueles que as cercam são pilares essenciais para o crescimento e a formação
de cada uma delas.
Neste Dia das Crianças, queremos celebrar a inocência, a criatividade e
a curiosidade que as tornam tão especiais. Cada criança é única, com seu
próprio potencial e habilidades a serem desenvolvidas. É nosso dever
orientá-las, encorajá-las e apoiá-las em sua jornada, para que possam alcançar
seus sonhos e contribuir para um mundo melhor.
Assim como o Salmo nos exorta a não encobrir a verdade e a compartilhar
os louvores do Senhor, devemos também garantir que as crianças recebam a
educação e os valores necessários para viverem de maneira ética, amorosa e
responsável. O temor a Deus, o ensino das verdades bíblicas, a honestidade, a
compaixão, a solidariedade e o respeito devem ser transmitidos como alicerce
para a construção de uma sociedade justa e fraterna.
Disse o sábio Salomão: “Ensine a criança no caminho em que deve andar, e
ainda quando for velho não se desviará dele” (Pv.22:6). Este texto é uma
orientação sábia que destaca a importância da educação e do direcionamento
desde a infância. Enfatiza a responsabilidade dos pais, educadores e líderes da
Igreja Local de guiarem as crianças no "caminho" certo,
proporcionando-lhes uma base sólida de princípios éticos, morais e espirituais.
Ao fazer isso, ajuda-se a estabelecer os alicerces para um futuro positivo e
alinhado com os valores desejados. A instrução e o ensinamento dados às
crianças têm um impacto duradouro em suas vidas, moldando suas atitudes,
valores e comportamentos à medida que crescem e se tornam adultos.
É crucial que, desde cedo, as crianças recebam orientação amorosa e
educativa para que possam desenvolver discernimento, compreensão e sabedoria.
Os ensinamentos dados devem ser baseados em valores que promovam o respeito, a
empatia, a honestidade, a responsabilidade e a generosidade. Ao cultivar essas
virtudes desde cedo, é mais provável que as crianças se tornem adultos éticos e
compassivos, fundamentados em princípios bíblicos.
Além dos aspectos morais e éticos, a educação deve abranger também o desenvolvimento
intelectual, emocional e social das crianças. É fundamental oferecer um
ambiente seguro e estimulante, onde elas possam aprender, explorar e crescer de
forma equilibrada. Assim, o versículo de Provérbios 22:6 nos recorda a
importância de investir na educação e orientação das crianças, pois isso não
apenas impacta suas vidas imediatas, mas também molda seu futuro e contribui
para a construção de uma sociedade mais justa, amorosa e harmoniosa.
Os pais são os pedagogos dos seus filhos. Competem a eles o ensino e a
formação do caráter das crianças; devem ensinar no caminho em que elas
devem andar. Ensinar no caminho significa caminhar junto dos filhos, ser
exemplo para eles, servir-lhes de paradigma. Alguém disse que o exemplo não é apenas
uma forma de ensinar, mas a única forma eficaz de fazê-lo. A atitude dos pais
fala mais alto do que suas palavras. A vida dos pais é a vida do seu ensino. As
crianças não podem escutar a voz dos pais se a vida deles reprova aquilo que
eles ensinam. O ensino estribado no exemplo tem efeitos permanentes; até o fim
da vida, o filho não se desviará desse caminho aprendido com os pais.
Estamos vendo bem de perto uma crise de valores sem precedente nas
famílias, exatamente porque os pais não cumpriram o seu papel de educar os seus
filhos no caminho do Senhor; eles falharam em transmitir ou incutir na formação
dos filhos aquilo que os definiria como verdadeiros cidadãos dos céus. Por
causa disso, estamos vendo famílias desestruturadas, com os filhos desviados, e
atraídos por esse novo modelo perverso de normalização familiar.
As crianças têm muito a nos ensinar sobre o reino de Deus. O trecho de
Mateus 19:13,14 retrata um momento significativo em que Jesus demonstra o amor
e a importância que ele atribui às crianças. Ele convida as crianças a se
aproximarem dele e repreende os discípulos que tentavam impedi-las – “Jesus,
porém, disse: Deixai os pequeninos, não os embaraceis de vir a mim, porque dos
tais é o reino dos céus (Mateus 19:14). Isto destaca a compaixão e a consideração
que Jesus tinha pelas crianças. Ele não apenas as acolhia, mas as colocava como
exemplo para seus seguidores, indicando que o Reino dos Céus pertence aos
"pequeninos". Essa afirmação simboliza a pureza, a humildade e a
sinceridade que caracterizam a visão que Jesus tinha sobre a fé e a relação com
Deus.
Ao convidar as crianças para se aproximarem, Jesus também ensina sobre a
importância de manter um coração puro, sincero e receptivo para receber as
bênçãos divinas. As crianças vão a Cristo com total confiança. Elas creem e
confiam. Elas se entregam e descansam. Devemos despojar-nos da nossa pretensa
capacidade e sofisticação e retornar à simplicidade das crianças confiando em
Jesus com uma fé simples e sincera.
Jesus está dizendo que o reino de Deus não pertence aos que dele se
acham “dignos”; ao contrário, é um presente aos que são “tais” como crianças,
isto é, insignificantes e dependentes. Os que reivindicam seus méritos não
entrarão nele, pois Deus dá o seu reino àqueles que dele nada podem reivindicar.
Mateus 19:13,14, também, nos lembra da relevância de valorizarmos e
respeitarmos as crianças, reconhecendo o seu potencial e a importância de sua
presença em nossa sociedade. Elas representam a inocência, a esperança e a
promessa de um futuro melhor, e merecem ser tratadas com amor, carinho e
respeito. Também nos ensina sobre a pureza e a humildade da fé, convidando-nos
a acolher as crianças e a manter nossos corações abertos para o sobrenatural de
Deus, seguindo o exemplo de amor e compaixão que Jesus nos deixou.
Que cada criança seja inspirada a aprender, a explorar e a crescer em um
ambiente seguro e amoroso, onde possa expressar-se livremente e desenvolver
suas habilidades únicas. Que possam sentir-se amadas, respeitadas e
valorizadas, pois são elas que carregarão o futuro em suas mãos e mentes.
Que neste Dia das Crianças possamos renovar nosso compromisso de
cultivar uma cultura de educação, respeito e amor, para que as futuras gerações
possam crescer em um mundo mais justo, mais humano e mais harmonioso. E que
possamos seguir o exemplo do Salmo 78:3,4, compartilhando o melhor de nós com
as crianças, para que possam fazer a diferença em nosso mundo.
Luciano de Paula Lourenço
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