4º Trimestre/2023
Subsídio para a Lição 04
Texto Base: Isaías 61.1-2; Lucas 4.17-20
“Porque
Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo
aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16).
Isaías 61:
1.O
Espírito do Senhor Jeová está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para pregar
boas-novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a
proclamar liberdade aos cativos e a abertura de prisão aos presos;
2.a
apregoar o ano aceitável do Senhor e o dia da vingança do nosso Deus; a
consolar todos os tristes;
Lucas 4
17.E
foi-lhe dado o livro do profeta Isaías; e, quando abriu o livro, achou o lugar
em que estava escrito:
18.O
Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres,
enviou-me a curar os quebrantados do coração,
19.a
apregoar liberdade aos cativos, a dar vista aos cegos, a pôr em liberdade os
oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor.
20.E,
cerrando o livro e tornando a dá-lo ao ministro, assentou-se; e os olhos de
todos na sinagoga estavam fitos nele.
INTRODUÇÃO
As
missões transculturais no Novo Testamento representam um elemento fundamental
da expansão do cristianismo nascente. Essas Missões refletem a compreensão da
Grande Comissão de Jesus Cristo, registrada nos Evangelhos, na qual Ele
instruiu seus discípulos a fazerem discípulos de todas as nações. Esse mandato
impulsionou os primeiros seguidores de Jesus a se aventurarem além das
fronteiras conhecidas, enfrentando desafios e adversidades para compartilhar o
Evangelho em diferentes contextos culturais.
Os
discípulos e apóstolos, com destaque para Paulo, desempenharam papéis
essenciais nesse processo. Paulo, por exemplo, foi um ardente missionário
transcultural, viajando extensamente pelo Império Romano para pregar a mensagem
de Cristo. Essas experiências transculturais não apenas moldaram a expansão do
cristianismo, mas também estabeleceram um modelo para as missões transculturais
ao longo dos séculos, influenciando profundamente a propagação da fé cristã
pelo mundo. Por isso, podemos dizer que o Novo Testamento é uma obra de caráter
missionário do início ao fim, onde os Evangelhos, o livro dos Atos, as Epístolas
e o Apocalipse são instrumentos de um verdadeiro trabalho missionário.
I. O DEUS MISSIONÁRIO REVELADO NO NOVO
TESTAMENTO
1. A Bíblia mostra um Deus missionário
A Bíblia
Sagrada, compreendendo desde Gênesis até o Apocalipse, é considerada o Livro
intrinsecamente missionário, cheio da essência de Deus que é, por natureza,
missionário. A inspiração divina que permeia as Escrituras provém de um Deus
que se revela como Aquele que envia; um conceito fundamental expresso quando
Jesus diz: "Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio" (João 20:21;
João 3:16).
No Antigo
Testamento, vemos Israel como o instrumento escolhido por Deus para cumprir Seu
propósito missionário de abençoar todas as nações da terra (Gn.12:3). No
entanto, Israel muitas vezes falhou em sua missão, desviando-se de seu chamado
e caindo em idolatria e desobediência. Apesar disso, Deus continuou a buscar a
reconciliação e a redenção de toda a humanidade.
Com a
chegada do Novo Testamento, a missão transcultural e universal de Deus se
manifesta de forma ainda mais clara. A Igreja se torna o veículo central para a
expansão do Evangelho, refletindo o amor e a graça de Deus para com todas as
nações. A obra redentora de Cristo na cruz, juntamente com a comissão dada aos
discípulos, marca o início de uma nova era missionária, onde a salvação é
oferecida a todos, sem distinção de raça, etnia ou cultura.
A Igreja,
impulsionada pelo Espírito Santo, é chamada a seguir os passos de Jesus,
proclamando as boas-novas do Reino de Deus e fazendo discípulos de todas as
nações. Assim, a Bíblia Sagrada não é apenas um registro histórico da missão
divina, mas também um convite contínuo para que todos os crentes participem
ativamente na missão de Deus de reconciliar a humanidade com Ele. A missão
transcultural é, portanto, uma extensão da missão divina e uma expressão do amor
e compaixão de Deus pelo ser humano.
2. Uma perspectiva missionária do Novo
Testamento
Essa
perspectiva inclui a compreensão de que Jesus Cristo veio ao mundo para salvar
a humanidade e que essa salvação é para todas as pessoas, não apenas para um grupo
específico. Conforme George W. Peters, “o Novo Testamento é um livro
missionário em discurso, conteúdo, espírito e desígnio. Esse é um fato simples,
mas também é um fato de real e profunda importância. O Novo Testamento é mais a
teologia em ação do que teologia em razão e conceito. Ele é ‘teologia
missionária” (PETERS, George W. Teologia Bíblica de Missões. 1.ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2000, pp.159-60).
No Antigo
Testamento, vemos como Deus escolheu Israel para ser um povo especial e uma luz
para as nações, através do qual todas as famílias da terra seriam abençoadas
(Gn.12:3). No entanto, Israel muitas vezes falhou em cumprir esse propósito
missionário, desviando-se de Deus e negligenciando sua missão de ser uma bênção
para as nações circunvizinhas.
Com a
vinda de Jesus Cristo e a fundação da Igreja, vemos uma nova fase nesse plano
divino. A Igreja é vista como o novo povo de Deus, composto por judeus e
gentios, que foram reconciliados com Deus através da fé em Jesus Cristo. Ela é
chamada a continuar e ampliar a missão de Israel, levando o Evangelho a todas
as nações e fazendo discípulos de todas as pessoas (Mt.28:18-20).
A
abordagem missionária no Novo Testamento é baseada na grande comissão de Jesus
aos seus discípulos, onde Ele os envia para proclamar o Evangelho, batizar e
ensinar. Os discípulos são capacitados pelo Espírito Santo para serem
testemunhas em Jerusalém, Judeia, Samaria e até os confins da terra (Atos 1:8).
A missão da Igreja é, portanto, global e inclusiva, direcionada a todas as
nações e culturas.
O
apóstolo Paulo desempenhou um papel crucial na expansão da missão da Igreja,
enfatizando a universalidade da salvação em Cristo e seu chamado para levar o
Evangelho aos gentios. Suas cartas, como as escritas aos Romanos e aos Efésios,
destacam a inclusão de todos os povos na redenção oferecida por meio de Jesus
Cristo.
Em
resumo, a perspectiva missionária do Novo Testamento destaca que a Igreja é
chamada a continuar e ampliar o propósito missionário de Deus, levando o
Evangelho da salvação a todas as nações e culturas, proclamando a reconciliação
e redenção oferecidas por meio de Jesus Cristo.
3. A Igreja à luz dessa revelação
À luz
dessa revelação bíblica, a de um Deus missionário nas páginas do Novo
Testamento, a Igreja de Cristo tem uma tarefa ainda inacabada: anunciar o
Evangelho a toda a criatura. A Grande Comissão, conforme expressa em Mateus
28:19,20, é uma convocação imperativa para a Igreja continuar a obra
missionária que Jesus iniciou durante sua vida terrena. A tarefa é proclamar o
Evangelho, fazer discípulos e ensinar tudo o que Jesus ordenou.
A Grande
Comissão não é uma tarefa que pode ser concluída em um único momento no tempo;
é uma chamada contínua e inacabada até a volta de Cristo. A Igreja é desafiada
a perseverar, inovar e se adaptar para alcançar as pessoas de maneira
relevante, usando os meios disponíveis na era atual, para cumprir essa grande e
vital missão de anunciar o Evangelho a todas as pessoas. Essa Comissão revela a
natureza essencialmente missionária da igreja, impelindo-a a se envolver
ativamente no compartilhamento do Evangelho e na expansão do Reino de Deus.
Essa Missão não é restrita a uma determinada cultura, nação ou grupo étnico; é
global e universal, destinada a toda a criação. O Evangelho não é uma mensagem
para um povo específico, mas para toda a humanidade.
Ao olhar
para o Novo Testamento, vemos a dedicação dos apóstolos e dos primeiros
discípulos em cumprir essa missão. Eles atravessaram fronteiras culturais,
geográficas e linguísticas para levar a mensagem de salvação em Jesus Cristo a
todos os cantos da Terra. Paulo, por exemplo, é um exemplo proeminente de
alguém que se dedicou a espalhar o Evangelho em várias regiões, enfrentando grandes
desafios e perigos.
Hoje, a
Igreja de Cristo tem a responsabilidade contínua de levar adiante essa missão.
É um chamado à ação de pregar a mensagem do Evangelho com amor, compaixão e
autenticidade, adaptando-se às culturas locais e compreendendo as necessidades
das pessoas ao redor do mundo. Além disso, a tarefa missionária não se limita
apenas à pregação, mas também inclui ações práticas de amor e serviço ao
próximo. O testemunho da Igreja é fortalecido quando ela não apenas fala sobre
o amor de Cristo, mas o demonstra através de obras de compaixão, justiça social
e ajuda aos necessitados.
II. MISSÕES NOS EVANGELHOS E EM ATOS DOS
APÓSTOLOS
1. Nos Evangelhos
A Missão é
um tema central nos Evangelhos, pois está intrinsecamente ligada à vida e ao
ministério de Jesus Cristo. Os Evangelhos narram como Jesus veio ao mundo para
cumprir uma missão divina de redenção e reconciliação da humanidade com Deus. Jesus
é apresentado como o enviado especial de Deus (João 3:17), vindo ao mundo para
cumprir a vontade do Pai (João 6:38). Ele veio para buscar e salvar os perdidos
(Lc.19:10), para proclamar as boas novas do Reino de Deus (Mc.1:14-15) e para
realizar a obra da salvação (Mt.1:21). A missão de Jesus estava centrada na
proclamação do Reino de Deus, ensinando sobre seu caráter, valores e
propósitos. Ele utilizou parábolas para ilustrar o Reino, convidando as pessoas
a se arrependerem e a se submeterem à autoridade de Deus.
Jesus
chamou discípulos para segui-lo e se tornarem pescadores de homens (Mt.4:18-22).
Ele os instruiu a continuar sua missão, ensinando-os e capacitando-os a fazer discípulos
de todas as nações (Mt.28:18-20). Antes de sua ascensão, Jesus deu instruções
claras sobre como os discípulos deveriam realizar essa missão. Isso inclui
pregar o Evangelho, curar os doentes, expulsar demônios e proclamar a chegada
do Reino de Deus (Mt.10:7,8). Eles foram enviados com poder e autoridade para
representar Jesus e seu Reino.
Uma parte
importante da missão de Jesus era incluir e alcançar os marginalizados e os
excluídos da sociedade, demonstrando o amor e a compaixão de Deus por todos.
Ele interagiu com pecadores, cobradores de impostos, leprosos e outros
considerados impuros, mostrando que o Reino de Deus está disponível para todos.
A missão de Jesus culminou em seu sacrifício na cruz para a redenção da
humanidade. Ele veio para dar sua vida como resgate por muitos (Mc.10:45),
proporcionando a reconciliação com Deus e a salvação da condenação do pecado.
Enfim, os
Evangelhos fornecem um modelo e uma base sólida para a compreensão da missão
cristã. A Igreja é chamada a seguir os passos de Jesus, proclamando o Evangelho
do Reino de Deus, fazendo discípulos e manifestando o amor e a compaixão
divinos no mundo. A missão não é apenas um mandato, mas uma resposta ao amor e
à graça de Deus, refletindo Seu caráter em nossa interação com a humanidade.
2. Nos Atos dos Apóstolos: os missionários
Filipe e Pedro
Os Atos
dos Apóstolos narram as atividades missionárias de alguns dos discípulos de
Jesus Cristo após a sua ressurreição e ascensão. Entre esses discípulos, Filipe
e Pedro se destacam como missionários essenciais na propagação do Evangelho no
princípio da Igreja.
-Filipe é
um dos sete diáconos escolhidos pela igreja para servir e cuidar das
necessidades dos membros (Atos 6:5). No entanto, ele vai além de suas funções
administrativas e se torna um evangelista fervoroso (Atos 21:8). Filipe é
conhecido por sua pregação bem-sucedida e pelos milagres que realizou,
incluindo a conversão de um etíope e a cura de muitos doentes (Atos 8:4:8;
20-40). Ele ilustra a importância de servir a comunidade e se dedicar à
propagação da mensagem de Cristo, mesmo quando inicialmente designado para
funções diferentes.
-Pedro, um
dos discípulos mais proeminentes de Jesus, é um líder carismático e influente
na igreja primitiva. Ele desempenha um papel fundamental em estabelecer as
bases do cristianismo e é lembrado por sua pregação poderosa e por ser uma
figura central na conversão de muitos (Atos 2:14-47; 10:34,35; 11:17,18). Sua
coragem e convicção são evidentes nas histórias de suas interações com as
autoridades e na sua disposição de enfrentar perseguições para propagar a fé
cristã.
Esses
dois missionários, Filipe e Pedro, exemplificam a diversidade de papéis e
habilidades dentro da igreja em seus primórdios. Eles também demonstram a
importância de se adaptar e responder às necessidades emergentes da igreja, bem
como a necessidade de liderança forte e coragem para enfrentar os desafios que
surgem ao pregar a mensagem de Cristo. Seus esforços e dedicação contribuíram
significativamente para o crescimento e a expansão inicial do cristianismo.
3. Nos Atos dos Apóstolos: os missionários
Paulo e Barnabé
Os
missionários Paulo e Barnabé são figuras centrais nos Atos dos Apóstolos e
desempenharam papéis significativos na propagação do evangelho no primeiro
século da Igreja, contribuindo de maneira fundamental para a expansão da fé
cristã.
-Paulo,
inicialmente conhecido como Saulo, era um fariseu zeloso que perseguia os
seguidores de Jesus. No entanto, sua vida foi transformada após uma experiência
extraordinária em que teve um encontro com Jesus Cristo. Ele se tornou um dos
apóstolos mais proeminentes, viajando extensivamente para pregar o evangelho,
estabelecer comunidades cristãs e escrever uma grande parte do Novo Testamento.
De perseguidor dos cristãos, ele se tornou o apóstolo dos gentios (Atos 9:15,16;
3:8; 1Tm.2:7; Tt.2:11). Suas viagens missionárias foram marcadas por seu amor e
dedicação inabalável para compartilhar a mensagem de Jesus, independentemente
dos desafios e perigos que enfrentava.
-Barnabé,
cujo nome significa "filho de encorajamento", foi um companheiro
próximo de Paulo. Ele desempenhou um papel vital ao apoiar Paulo em sua
conversão e em suas atividades missionárias posteriores. Barnabé também era
conhecido por sua generosidade e espírito encorajador, qualidades essenciais
para fortalecer a fé e a comunidade cristã. Juntos, Paulo e Barnabé realizaram
várias jornadas missionárias, enfrentando adversidades, pregando em diversas
cidades e estabelecendo igrejas.
Uma das
jornadas missionárias mais notáveis foi a primeira, onde Paulo e Barnabé foram
enviados pela Igreja de Antioquia. Aliás, esta é considerada a primeira igreja
missionária de natureza gentílica (Atos 13:1-4). Durante essa viagem, eles
pregaram em Chipre e na Ásia Menor, enfrentando desafios e perseguições, mas
também experimentando a conversão de muitas pessoas à fé cristã.
O
trabalho missionário de Paulo e Barnabé não apenas expandiu a igreja, mas
também influenciou profundamente a teologia e a prática do cristianismo no
início da igreja. Eles defendiam a mensagem de que a salvação estava disponível
para todos - judeus e gentios-, por meio da fé em Jesus Cristo. Sua dedicação e
coragem para espalhar essa mensagem tiveram um impacto duradouro no
desenvolvimento e na propagação do cristianismo.
III. A MISSÃO CUMPRIDA NAS CARTAS E NO
APOCALIPSE
1. Nas Cartas Paulinas
Paulo foi
chamado por uma visão de Jesus Cristo a ser o "apóstolo dos gentios",
encarregado de levar a mensagem do evangelho não apenas aos judeus, mas também
aos não-judeus (gentios). Ele viajou extensivamente pelo Império Romano,
enfrentando desafios, perseguições e adversidades para proclamar a mensagem de
salvação por meio de Jesus Cristo. Ele frequentemente menciona em suas Cartas o
alcance significativo de sua missão evangelizadora, fundando igrejas,
ensinando, batizando e fortalecendo os crentes.
Exemplos
notáveis incluem a Carta aos Romanos, onde Paulo expressa seu desejo de pregar
o evangelho em Roma (Rm.1:15), e suas Cartas às igrejas em Corinto, onde ele se
refere à extensão de sua pregação e ao número de pessoas que ele havia
alcançado com a mensagem do evangelho.
No
entanto, mesmo com a sensação de "missão cumprida", Paulo também
enfatiza a necessidade contínua de manter e fortalecer as igrejas que ele
ajudou a estabelecer. Ele fornece orientações teológicas e éticas, corrige
problemas e dissensões e oferece encorajamento para que os crentes perseverem
na fé e no serviço cristão. A Carta aos Efésios, por exemplo, traz a unidade da
igreja a partir da queda “do muro da separação” entre judeus e gentios por meio
de Jesus Cristo (Ef.2:14). As Cartas a Timóteo e a Tito lidam especificamente
com qualificações para a vocação de novos líderes das igrejas plantadas, como
dirigir os assuntos de uma Igreja Local.
Mesmo com
a sensação de “missão cumprida”, Paulo continuou a escrever e a se envolver com
as igrejas que fundou, mesmo enquanto enfrentava desafios e perseguições até o
fim de sua vida. Ele se dedicou ao máximo para cumprimento de sua vocação
apostólica e ao avanço do evangelho de Jesus Cristo.
2. Nas Cartas Gerais
As Cartas
ou Epístolas Gerais na Bíblia são as oito cartas do Novo Testamento que
não foram escritas pelo apóstolo Paulo. São elas: Hebreus, Tiago, 1 e 2 Pedro,
1, 2 e 3 João, e Judas. Estas Cartas oferecem importantes perspectivas sobre a
missão evangelizadora no princípio da Igreja e fornecem orientações para a
propagação da fé em Cristo e a vida cristã.
As Cartas
Gerais reiteram o chamado dos crentes para evangelizar e testemunhar a sua fé
em Jesus Cristo. Elas incentivam os cristãos a compartilhar o evangelho com
amor e compaixão, vivendo no mundo de acordo com os princípios cristãos e,
assim, influenciando outros a se aproximarem de Jesus Cristo, o Salvador.
As Cartas
Gerais também enfatizam a importância de viver uma vida cristã autêntica e
prática, refletindo a fé por meio de ações e relacionamentos. Elas instruem
sobre a necessidade de amar o próximo, viver em harmonia, praticar a justiça e
demonstrar compaixão; todos estes elementos cruciais para uma evangelização
eficaz. Essas Cartas também alertam contra influências negativas e falsas
doutrinas que podem desviar os crentes do caminho da verdade. Elas instam os
fiéis a se manterem firmes na fé e a discernir cuidadosamente as doutrinas para
garantir que sua evangelização seja genuína e alinhada com o ensinamento de
Jesus Cristo.
A ideia
de perseverança e resistência é uma temática frequente nas Cartas Gerais. Os
autores incentivam os cristãos a permanecerem firmes na fé em face de desafios,
perseguições e tentações, confiando em Deus e na promessa da vida eterna. Isso
é essencial para a missão evangelizadora, pois demonstra a autenticidade da fé
cristã mesmo em tempos difíceis.
Nestas
Cartas, a unidade e a comunhão dentro da igreja local são destacadas como
fundamentais para uma eficaz missão evangelizadora. Os autores enfatizam que a
coesão entre os crentes, a preocupação mútua e a vivência do amor cristão são
testemunhos poderosos que atraem outros para a fé em Cristo Jesus.
Enfim, as
Cartas Gerais fornecem orientações essenciais aos cristãos sobre como abordar a
missão evangelizadora de maneira ética, amorosa e eficaz. Elas enfatizam a
importância de viver uma vida cristã autêntica, compartilhar o evangelho com
amor e enfrentar desafios com fé e perseverança, promovendo a expansão do Reino
de Deus.
3. No Apocalipse
O Livro
do Apocalipse, o último livro do Novo Testamento, é um texto profético e
simbólico que oferece uma visão apocalíptica do futuro. Embora não seja um
relato direto de missão evangelizadora como visto em outras partes do Novo
Testamento, o Apocalipse contém elementos que se relacionam com a missão da
igreja e a proclamação da mensagem de Cristo. Como, por exemplos:
a) Apelo à
Perseverança e Fidelidade. O
Apocalipse contém mensagens dirigidas às sete igrejas da Ásia Menor, exortando
os crentes a permanecerem fiéis a Jesus Cristo, mesmo em face da perseguição e
das provações. Isso pode ser visto como um apelo à continuação da missão
evangelizadora, apesar das dificuldades e oposições.
b) Testemunho
e Martírio. O livro destaca o testemunho e
o martírio dos fiéis que permaneceram firmes em sua fé, mesmo até a morte.
Essas narrativas de fidelidade até o fim podem ser vistas como exemplos de uma
missão evangelizadora cumprida, onde a fé é mantida e proclamada mesmo em meio à
perseguição.
c) Visão da
Vitória Final. O
Apocalipse pinta uma imagem de vitória final para o Reino de Deus e a igreja. A
visão do novo céu e nova terra, a derrota de Satanás e a justiça final
demonstram o cumprimento último da missão evangelizadora, onde Jesus é o grande
vencedor sobre satanás juntamente com a Sua Igreja, e a justiça é restaurada.
d) Chamado à
Conversão. Em várias passagens, o
Apocalipse chama os não crentes ao arrependimento e à conversão, apresentando
uma última oportunidade para aceitar a mensagem de Jesus Cristo e se voltar
para Deus. Isso reflete o aspecto evangelizador da obra, mesmo em um contexto
apocalíptico.
e) Proclamação
da Soberania de Deus. O
Apocalipse proclama a soberania de Deus sobre todas as coisas e enfatiza que,
no final, Deus triunfará sobre o mal e estabelecerá seu Reino de justiça. Esse
entendimento da soberania de Deus pode servir como uma base para a missão
evangelizadora, encorajando os crentes a compartilhar a mensagem de esperança e
salvação.
Portanto,
embora o Livro do Apocalipse seja principalmente um relato profético sobre o
futuro, ele contém elementos que refletem o chamado à fidelidade, perseverança
e testemunho dos crentes, contribuindo indiretamente para a compreensão da
missão evangelizadora e o cumprimento final do propósito de Deus.
CONCLUSÃO
O Novo
Testamento revela de forma clara e poderosa o plano divino para a redenção da
humanidade caída através da missão sublime e redentora. Deus, em Sua infinita
graça e amor, enviou Seu único Filho, que, mediante o Seu sacrifício vicário na
cruz, resgatou a humanidade do pecado, abrangendo pessoas de todas as etnias,
línguas, culturas e nações. Visto que a essência das Missões se origina no
próprio coração de Deus, ela deve ser inerente àqueles que verdadeiramente amam
e valorizam a missão.
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Luciano
de Paula Lourenço – EBD/IEADTC
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e
Grego. CPAD
William Macdonald. Comentário Bíblico popular
(Antigo e Novo Testamento).
Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal.
CPAD.
Caramuru Afonso Francisco – Evangelização, a Missão
máxima da Igreja.
Pr. Hernandes Dias Lopes. Atos, A ação do Espirito
Santo na vida da igreja.
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