4º Trimestre/2023
Subsídio para Lição 03
Texto Base: 1Reis 17.8,9,17-22; Jonas 1.1,2
“Disse mais: Pouco e que sejas o meu servo, para restaurares as tribos
de Jacó e tornares a trazer os guardados de Israel; também te dei para luz dos
gentios, para seres a minha salvação até a extremidade da terra” (Is.49:6).
Reis 17:
8.Então, veio a ele a palavra do Senhor, dizendo:
9.Levanta-te, e vai a Sarepta, que é de Sidom, e habita ali; eis que eu
ordenei ali a uma mulher viúva que te sustente.
17.E, depois destas coisas, sucedeu que adoeceu o filho desta mulher, da
dona da casa; e a sua doença se agravou muito, até que nele nenhum fôlego
ficou.
18.Então, ela disse a Elias: Que tenho eu contigo, homem de Deus? Vieste
tu a mim para trazeres à memória a minha iniquidade e matares meu filho?
19.E ele lhe disse: Dá-me o teu filho. E ele o tomou do seu regaço, e o
levou para cima, ao quarto, onde ele mesmo habitava, e o deitou em sua cama,
20.E clamou ao Senhor e disse: ó Senhor, meu Deus, também até a esta
viúva, com quem eu moro, afligiste, matando-lhe seu filho?
21.Então, se mediu sobre o menino três vezes, e clamou ao Senhor, e
disse: ó Senhor, meu Deus, rogo-te que torne a alma deste menino a entrar nele.
22.E o Senhor ouviu a voz de Elias; e a alma do menino tornou a entrar
nele, e reviveu.
Jonas 1:
1.E veio a palavra do Senhor a Jonas, filho de Amitai, dizendo:
2.Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive e clama contra ela, porque a
sua malícia subiu até mim.
INTRODUÇÃO
Na lição anterior, vimos a natureza missionária de Deus por meio de sua
relação com Abraão. Nesta lição, trataremos das Missões Transculturais no
Antigo Testamento. Este é um tema significativo que pode ser analisado à luz
das Escrituras, especialmente através de passagens como a história de Elias e a
viúva de Sarepta, e a jornada do profeta Jonas a Nínive. No tópico III faremos
uma análise sucinta acerca das alianças de Deus com a humanidade. Assim, podemos
ver evidências no Antigo Testamento que se tornaram muito claras no Novo
Testamento a respeito da obra missionária até os Confins da Terra.
I. ISRAEL, UM POVO ESCOLHIDO PARA
UM PROPÓSITO MISSIONÁRIO
1. O plano de Deus
Desde os tempos antigos, a vontade divina era que todos os moradores da
terra tivessem conhecimento a respeito da pessoa de Jesus. Para que isso
ocorresse, Deus teve um plano: chamou a nação de Israel para ser um povo
missionário. Dessa forma, os israelitas deveriam ser testemunhas de Deus (Is.42:5-7;
43:10-13).
A chamada de Israel para ser um povo missionário, um testemunho vivo de
Deus, é um tema central no Antigo Testamento. Deus escolheu Israel como seu
povo especial e o chamou para ser testemunhas viva de sua soberania, poder e
graça. Essa eleição foi baseada na promessa feita a Abraão e sua descendência,
para abençoar todas as nações por meio deles (Gn.12:1-3). O povo de Israel foi chamado
para revelar o caráter de Deus e Seus desígnios às nações ao redor. Através de
sua conduta, adoração e obediência à Lei, eles deveriam demonstrar ao mundo
quem era o Deus único e verdadeiro.
Os textos de Isaías 42:5-7 e 43:10-13 destacam a missão de Israel de ser
uma luz para as nações, trazendo conhecimento e justiça. Eles foram chamados
para serem luzes espirituais, trazendo a mensagem de Deus e Sua salvação para o
mundo.
Essa vocação missionária de Israel encontra seu cumprimento definitivo
em Jesus Cristo, o Messias. Ele é a luz do mundo (João 8:12), a manifestação
viva de Deus e a fonte de salvação para todas as nações (Atos 13:47). A igreja,
composta por crentes em Cristo, é agora chamada para continuar essa missão
global de testemunho. Assim como Israel deveria levar a mensagem a todas as
nações, os cristãos são encorajados a fazer discípulos de todas as etnias,
compartilhando o evangelho com amor e compaixão.
Destacamos que Jesus é a essência dessa missão. Ele é o cumprimento da
promessa de Abraão e o modelo perfeito de um verdadeiro testemunho para o
mundo. Devemos centrar nossa vida e missão em Cristo, espelhando Seu caráter e
amor às pessoas ao nosso redor. Enfatizamos a responsabilidade e fidelidade dos
crentes em viverem de acordo com a missão de Deus. Assim como Israel foi
chamado a ser fiel ao seu chamado, os cristãos são desafiados a serem fiéis ao
chamado de levar o evangelho ao mundo, mostrando amor, compaixão e justiça.
2. A falha de Israel
Israel foi chamado para ser uma luz para as nações, revelando o
conhecimento de Deus e Sua vontade ao mundo (Is.42:6; 49:6). A missão incluía
viver de acordo com a lei de Deus, que refletia a santidade divina e atrairia
outras nações para o verdadeiro Deus.
Ao longo da história, Israel se desviou da aliança, adotando práticas e
crenças pagãs dos povos vizinhos (Ez.22:4). A idolatria foi uma das principais
formas de desvio, onde os israelitas adoraram deuses estrangeiros e se
afastaram do culto exclusivo a Yahweh. São muitos os relatos bíblicos que dão
conta dos desvios dos israelitas, da sua desobediência e inclinação à idolatria
e pecados morais que relativizaram a aliança com Deus. O desvio levou a condenações
divinas e consequências severas, incluindo a disciplina de Deus por meio de
invasões e exílios (Ez.22:4,5). A fidelidade à Aliança era crucial para a
bênção e proteção de Deus, e a desobediência resultava em juízo; foi o que
ocorreu.
3. A contribuição de Israel para o
mundo
Embora a nação de Israel tenha falhado em sua missão missionária, ela
contribuiu na revelação do plano de Deus ao mundo. Isto destaca a soberania e a
sabedoria de Deus em usar a nação escolhida para cumprir Seus propósitos redentores.
Vamos examinar, de forma sucinta, como Deus usou Israel para preservar e
disseminar Sua Palavra, culminando na vinda de Jesus Cristo como Salvador do mundo.
a) Preservação e tradução das
Escrituras. Aos judeus foi
confiado a preservação e transmissão das Escrituras Sagradas (Rm.3:1-2). Eles
cuidadosamente preservaram os textos do Antigo Testamento, mantendo a revelação
de Deus intacta. A tradução da Septuaginta (a tradução grega do Antigo
Testamento) foi um passo crucial, permitindo que as Escrituras fossem
acessíveis a um público mais amplo, já que o grego era uma língua amplamente
usada na época.
b) Expectativa das nações ouvirem a
Palavra de Deus. Profetas do Antigo Testamento, como Isaías, anteciparam um tempo em que
as nações e os gentios ouviriam a Palavra de Deus e seriam iluminados por ela
(Is.2:2-4; 42:1-4). A promessa de Deus a Abraão incluía que todas as nações
seriam abençoadas por meio de sua descendência (Gn.12:3).
c) Jesus Cristo: A encarnação da
Palavra. Jesus Cristo, a
Palavra encarnada, veio para ser o Salvador do mundo (João 1:1-18). Ele é a
revelação definitiva de Deus aos seres humanos (Hb.1:1-3). Ele veio para trazer
a redenção não apenas para os judeus, mas para todas as nações (Mt.28:18-20;
Atos 1:8). Ele cumpriu a promessa de abençoar todas as nações através de Abraão
(Gl.3:16,29).
d) Missão da Igreja. A missão da igreja é continuar o
trabalho iniciado por Jesus, levando o evangelho a todas as nações (Mt.24:14;
Atos 13:47). A igreja é chamada a fazer discípulos de todas as etnias,
compartilhando a mensagem de salvação por meio de Cristo. A vinda de Jesus
Cristo é a evidência de que o evangelho não é restrito a uma nação ou povo
específico, mas é para toda a humanidade. Deus deseja a salvação de todos (1Tm.2:4).
A história de Israel como uma bênção para as nações ilustra a
providência de Deus e Sua habilidade de cumprir Seus planos redentores mesmo
através das fraquezas e falhas humanas. Jesus Cristo é o clímax dessa
narrativa, trazendo a luz da salvação para toda a humanidade e chamando todos
os povos a se voltarem para Ele e encontrarem a vida eterna.
II. O AMOR DE DEUS PARA COM OUTRAS
NAÇÕES
1. Os olhos de Deus sobre todos os
povos
A promessa de que todas as famílias da terra seriam abençoadas através
da descendência de Abraão (Gn.12:3) aponta para a inclusão de todas as nações
no plano de redenção.
A preocupação de Deus para com as nações é um tema central no Antigo
Testamento, especialmente nos livros proféticos, onde são encontradas várias
profecias de restauração e redenção para além do povo de Israel. Essas
profecias indicam um plano divino abrangente para a salvação e reconciliação de
todas as nações. Veja estas profecias:
-Isaías 45:6,22. Nestes textos, Deus se revela como o único Deus verdadeiro e soberano
sobre todas as nações, chamando as nações a se voltarem para Ele e serem
salvas. Ele convida todas as nações a abandonarem seus ídolos e a reconhecerem
a verdade sobre Ele.
-Isaías 49:6. Profecia sobre o Servo Sofredor (identificado como Jesus Cristo no Novo
Testamento) que é destinado a ser uma luz para as nações, para que a salvação
de Deus alcance os confins da Terra. Isso mostra a universalidade da salvação
que Deus oferece através do Messias.
Outras profecias e temas:
-Jonas e Nínive. O livro de Jonas destaca a preocupação de Deus até mesmo com uma cidade
gentia, Nínive. Deus envia Jonas para advertir Nínive da sua destruição
iminente, demonstrando Sua disposição em perdoar e mostrar misericórdia às
nações que se arrependem.
-Miquéias 4:1-5. Miquéias profetiza sobre os últimos dias, quando muitas nações virão
para a casa do Deus de Jacó para aprender Seus caminhos e serem ensinadas por
Ele. Isso ilustra a visão de Deus de unir as nações e guiá-las em direção à paz
e justiça.
-Salmo 67. Este salmo reflete a benção de Deus sobre Israel e a oração para que
todas as nações o reconheçam e louvem, buscando a salvação em Deus.
O conceito de que Deus é o Deus de todas as nações é evidente em várias
passagens que ressaltam Sua soberania sobre todo o mundo, não apenas sobre
Israel (por exemplo: Salmos 22:27; 86:9; 117:1; Isaías 2:2-4). O Novo
Testamento, especialmente no Evangelho de Jesus Cristo e nas epístolas, expande
essa ideia de salvação para todas as nações, concretizando a visão profética do
Antigo Testamento (Mt.28:18-20; Atos 1:8; Gl.3:26-29).
Tudo isto mostra que desde o Antigo Testamento, Deus tinha uma
preocupação clara e um plano para a redenção de todas as nações. Essa visão é
aprofundada e realizada por meio da obra de Jesus Cristo e a proclamação do
Evangelho no Novo Testamento, onde a salvação é oferecida a todas as pessoas,
independentemente de sua origem ou nacionalidade.
2. A viúva de Sarepta e o profeta
Elias
Na narrativa de Elias e a viúva de Sarepta, encontramos um exemplo de um
encontro transcultural que demonstra a provisão de Deus além das fronteiras
culturais e étnicas. Na época em que essa história se passa, Elias, um profeta
de Deus, enfrentava uma severa seca em Israel devido à desobediência do povo.
Deus instrui Elias a ir a Sarepta, uma cidade fenícia (fora de Israel), localizada
próxima ao sul de Sidom, onde uma viúva gentia seria sua fonte de provisão.
Veja a narração bíblica na Nova Versão Transformadora (1Rs.17:8-16):
⁸Então o Senhor disse a Elias:
⁹"Vá morar em Sarepta, perto da cidade de Sidom. Dei ordem a uma
viúva que mora ali para lhe dar alimento".
¹⁰Elias foi a Sarepta. Quando chegou ao portão da cidade, viu uma viúva
apanhando gravetos e lhe perguntou: "Pode me dar um pouco de água para
beber, por favor?".
¹¹Enquanto ela ia buscar a água, ele disse: "Traga também um pedaço
de pão".
¹²Mas ela respondeu: "Tão certo como vive o Senhor, seu Deus, não
tenho um pedaço sequer de pão em casa. Tenho apenas um punhado de farinha que
restou numa vasilha e um pouco de azeite no fundo do jarro. Estava apanhando
alguns gravetos para preparar esta última refeição, e depois meu filho e eu
morreremos".
¹³Elias, porém, disse: "Não tenha medo! Faça o que acabou de dizer,
mas primeiro faça um pouco de pão para mim. Depois, use o resto para preparar
uma refeição para você e seu filho.
¹⁴Pois assim diz o Senhor, Deus de Israel: ‘Sempre haverá farinha na
vasilha e azeite no jarro, até o dia em que o Senhor enviar chuva’".
¹⁵Ela fez conforme Elias disse. Assim, Elias, a mulher e a família dela
tiveram alimento para muitos dias.
¹⁶Sempre havia farinha na vasilha e azeite no jarro, exatamente como o
Senhor tinha prometido por meio de Elias.
Isso mostra a intenção de Deus de incluir e abençoar além das fronteiras
étnicas. Deus demonstra sua provisão sobrenatural ao multiplicar a farinha e o
azeite da viúva, não apenas para ela e seu filho, mas também para Elias.
Em seguida a este milagre, o filho da viúva adoeceu e morreu. Mas pelo
poder de Deus, o profeta ressuscitou o menino e o restaurou a vida. E a viúva disse:
“Nisto conheço, agora, que tu és homem de Deus e que a palavra do Senhor na tua
boca é verdade” (1Rs.17:24). Dessa forma, Deus se tornou conhecido de uma
estrangeira. Isso destaca a soberania e a generosidade de Deus em suprir as
necessidades mesmo em contextos transculturais.
3. A Missão de Jonas em Nínive
A história de Jonas é, de fato, uma demonstração notável da misericórdia
e preocupação de Deus para com todas as pessoas, mesmo aquelas fora do povo
escolhido de Israel (Jn.1:2; 3:2; 4:4-11). Jonas é chamado por Deus para ir a
Nínive, uma grande cidade da Assíria, e proclamar a mensagem de arrependimento
e o juízo iminente de Deus devido aos pecados da cidade. A relutância inicial
de Jonas em cumprir essa missão mostra a sua hesitação em levar a mensagem de
salvação a um povo considerado inimigo e ímpio.
Nínive era uma cidade conhecida por sua perversidade, violência e
imoralidade, como indicado nas referências bíblicas (Na.1:11; 2:12,13; 3:1,4,16,19).
A mensagem de Jonas, porém, trouxe convicção ao povo de Nínive, e eles se
arrependeram sinceramente, demonstrando que Deus deseja a salvação de todos,
até mesmo daqueles considerados os mais ímpios de todos.
Deus, ao ver o genuíno arrependimento dos ninivitas, suspendeu o juízo
que ameaçava a cidade. Isso ilustra a compaixão e a prontidão de Deus em
perdoar e oferecer uma segunda chance, mesmo às pessoas mais pecadoras e pagãs.
Este fato histórico destaca que a misericórdia de Deus não está restrita a um
grupo específico de pessoas, mas se estende a todos os povos e nações,
enfatizando a universalidade de Seu amor e graça.
A mensagem de Jonas permanece relevante nos dias de hoje, lembrando-nos
de que devemos estar dispostos a levar a mensagem de arrependimento e salvação
a todas as pessoas, independentemente de sua origem, status social ou estilo de
vida. Ela é um poderoso lembrete da misericórdia de Deus para com todas as
pessoas, mesmo aquelas consideradas ímpias. Além disso, nos incentiva a
compartilhar o amor e a graça de Deus com o mundo, conforme nos é ordenado nas
Escrituras.
III. ALIANÇAS ENTRE DEUS E A
HUMANIDADE NO ANTIGO TESTAMENTO
1. Alianças de Deus
Uma Aliança é um pacto, um acordo formal entre duas partes que
estabelece obrigações mútuas e implica consequências para o cumprimento ou
violação das condições estipuladas. No contexto bíblico, as alianças entre Deus
e a humanidade são uma expressão do relacionamento especial e da vontade divina
para com Seu povo. Vamos abordar algumas das alianças mais significativas
descritas no Antigo Testamento:
a) Aliança com Adão. Deus estabeleceu uma aliança com Adão, o primeiro homem, no Jardim do
Éden. A aliança incluía a responsabilidade de Adão e Eva de governar a criação
e viver em obediência a Deus, mas foi quebrada quando pecaram, resultando na
queda e na entrada do pecado no mundo.
Gênesis 3 relata a queda do homem, onde Adão e Eva desobedeceram a Deus
ao comerem do fruto proibido. A serpente (representando Satanás) enganou Eva,
levando-a a duvidar da Palavra de Deus e a desobedecer Sua ordem. Esse ato de
desobediência introduziu o pecado no mundo, rompendo a comunhão íntima entre
Deus e a humanidade. Romanos 8:20 destaca que, devido à queda, toda a criação
foi sujeita à futilidade e ao cativeiro do pecado. O pecado afetou não apenas a
humanidade, mas também a própria criação, resultando em sofrimento, desordem e
separação de Deus.
b) Aliança com Noé (Gn.9:11-13). Após o dilúvio, Deus estabeleceu uma aliança com
Noé e toda a humanidade, prometendo nunca mais destruir a terra com um dilúvio.
O sinal dessa aliança foi o arco-íris, que lembra a promessa divina.
c) Aliança com Abraão (Gn.17:1-6). Deus fez uma aliança com Abraão, prometendo
abençoar e multiplicar sua descendência, dando-lhes uma terra (a Terra
Prometida) e abençoando todas as nações por meio dele. Este foi um dos pactos
mais significativos, pois estabeleceu o povo escolhido de Deus.
d) Aliança com Moisés (Aliança Mosaica – Êx.19-24). Deus fez uma aliança com Moisés no
Monte Sinai, dando os Dez Mandamentos e outras leis a Israel. Esta aliança
estabeleceu a Lei e as obrigações religiosas e morais para o povo de Israel. É
uma aliança condicional feita entre Deus e a nação de Israel no Monte Sinai (Êx.19-24).
Às vezes é chamada de aliança do Sinai, mas mais frequentemente refere-se a ela
como a aliança mosaica, uma vez que Moisés era o líder de Israel escolhido por
Deus para aquele tempo. As bênçãos que Deus promete estão diretamente
relacionadas à obediência de Israel à lei mosaica. Se Israel for obediente,
Deus os abençoará, mas se desobedecerem, Deus os punirá.
A Aliança Mosaica é especialmente significativa porque nela Deus
prometeu fazer de Israel um "reino de sacerdotes e nação santa" (Êx.19:6).
Era para Israel ser a luz de Deus ao mundo escuro ao seu redor. Deveria ser uma
nação separada e distinta para que todos ao seu redor soubessem que adorava a
Javé, o Deus que guardava a aliança. Isso é importante porque aqui é que Israel
recebeu a lei mosaica que agiria como um mestre que apontaria o caminho para a
vinda de Cristo (Gl.3:24-25).
A Lei Mosaica revelaria às pessoas a sua pecaminosidade e a necessidade
de um Salvador, e é a lei mosaica que o próprio Cristo disse que não veio
abolir, mas cumprir. Este é um ponto importante porque algumas pessoas ficam
confusas ao pensarem que observar a Lei era o que salvava as pessoas no Antigo
Testamento, mas a Bíblia deixa bem claro que a salvação sempre foi apenas pela
fé, e a promessa de salvação pela fé que Deus fez a Abraão como parte da
aliança abraâmica ainda estava em vigor (Gl.3:16-18).
A Aliança Mosaica, ou Antiga Aliança, foi substituída pela Nova Aliança em
Cristo (Lc.22:20; 1Co.11:25; 2Co.3:6, Hb.8:8,13; 9:15; 12:24). A Nova Aliança em
Cristo é muito melhor do que a Antiga Aliança mosaica que ela veio substituir
porque cumpre as promessas feitas em Jeremias 31:31-34, como citado em Hebreus
8.
e) Aliança Davídica (2Sm.7:12,13; 1Cr.17:10-14). Deus fez uma aliança com o rei Davi,
prometendo que sua linhagem real seria estabelecida para sempre. Deus prometeu
que um descendente de Davi ocuparia o trono eternamente, culminando em Jesus
Cristo.
Essas alianças no Antigo Testamento estabelecem a base para a
compreensão da relação entre Deus e a humanidade. Cada aliança mostra a
fidelidade e a graça de Deus, apesar das falhas e infidelidades humanas, e
aponta para a aliança final e perfeita em Jesus Cristo, que traz redenção e
reconciliação para toda a humanidade.
2. Aliança incondicional e condicional
Na Bíblia, encontramos alianças tanto condicionais quanto incondicionais
que têm como objetivo tornar conhecida a glória de Deus entre as nações. Essas
alianças estão ligadas à revelação de Deus, Sua vontade e Seu plano para a
redenção da humanidade. Informo a seguir, de forma sucinta, algumas dessas
alianças e seu propósito de revelar a glória de Deus entre as nações:
a) Aliança com Abraão (Aliança Incondicional). A aliança que Deus fez com Abraão é
frequentemente vista como incondicional. Deus prometeu abençoar Abraão e sua
descendência, tornando-os uma grande nação e abençoando todas as nações por
meio dele (Gn.12:1-3; 15:18-21). O propósito dessa aliança era abençoar as
nações, tornando a glória de Deus conhecida em todo o mundo.
b) Aliança Mosaica (Aliança Condicional). A aliança que Deus fez com Israel por
meio de Moisés no Monte Sinai foi uma aliança condicional. Deus deu os Dez
Mandamentos e outras leis, prometendo bênçãos se o povo de Israel obedecesse e
maldições se desobedecesse (Deuteronômio 28). A obediência de Israel deveria
ser um testemunho para as nações circundantes, revelando a santidade e a
justiça de Deus.
c) Aliança Davídica (Aliança Incondicional). A aliança que Deus fez com o rei Davi
é considerada incondicional. Deus prometeu estabelecer a linhagem de Davi para
sempre e afirmou que um descendente de Davi teria um reino eterno (2Sm.7:8-16).
Este reino eterno foi cumprido em Jesus Cristo, mostrando a glória de Deus ao
mundo.
d) Nova Aliança em Jesus Cristo (Aliança Incondicional). A Nova Aliança é estabelecida em Jesus
Cristo e é vista como incondicional. Jesus instituiu a Ceia do Senhor,
representando Seu corpo e sangue, e falou da Nova Aliança (Mt.26:26-28). Por
meio da morte e ressurreição de Cristo, a salvação é oferecida a todos, tanto
judeus quanto gentios, revelando a glória de Deus às nações.
Essas alianças, tanto condicionais quanto incondicionais, visam revelar
a glória de Deus às nações, mostrando Sua fidelidade, amor e redenção para toda
a humanidade. A culminação da revelação da glória de Deus se encontra na pessoa
e obra de Jesus Cristo e na oferta de salvação a todas as nações.
CONCLUSÃO
Os fatos e histórias do Antigo Testamento relatadas nesta Lição
ressaltam a importância das missões transculturais na Bíblia, mostrando o
desejo de Deus de incluir todas as nações em seu plano redentor e sua
capacidade de suprir e transformar vidas, independentemente das fronteiras
culturais.
O Senhor Jesus é a verdadeira interpretação do Antigo Testamento, de
modo que em sua vida e ministério podemos perceber o cumprimento do plano de
Salvação projetado por Deus desde o início do Antigo Testamento (Gn.3:15).
-------------------
Luciano
de Paula Lourenço – EBD/IEADTC
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e
Grego. CPAD
William Macdonald. Comentário Bíblico popular
(Antigo e Novo Testamento).
Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal.
CPAD.
Caramuru Afonso Francisco – Evangelização, a Missão
máxima da Igreja.
Pr. Hernandes Dias Lopes. Gênesis, o Livro das
origens.
Pr. Hernandes Dias Lopes. Gálatas, a Carta da
liberdade cristã.
Paz do Senhor meu querido Pr Luciano de Paula. Obrigado por esse rico material meu irmão, Que o nosso Deus ti abençõe muito com paz saude e prosperidade.
ResponderExcluirPaz do senhor Jesus o pastor tem cido benção pra mim que Deus te abençoe e te dê muita saúde
ResponderExcluira paz do senhor meu mestre, que maravilha de comentário, gostaria muito de vê uma foto sua, como faço, ? Deus tem lhe usado muito, continue, não desista.
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