sábado, 29 de dezembro de 2018

LIÇÕES BÍBLICAS - 1° TRIMESTRE DE 2019



Parte inferior do formulário


 No 1º Trimestre letivo de 2019, estudaremos, através das Lições Bíblicas da CPAD, sobre o tema o seguinte tema inédito: “Batalha Espiritual – O povo de Deus e a guerra contra as potestades do mal. O comentarista das lições é o pastor Esequias Soares - Pastor-presidente da Assembleia de Deus em Jundiaí (SP), graduado em Hebraico, mestre em Ciências da Religião, comentaristas das Lições Bíblicas, autor de livros da CPAD e presidente da Comissão de Apologética da CGADB. As Lições estão distribuídas sob os seguintes temas:
Lição 1 - Batalha Espiritual – A Realidade não Pode Ser Subestimada.
Lição 2 - A Natureza dos Anjos – A Beleza do Mundo Espiritual.
Lição 3 - A Natureza dos Demônios – Agentes da Maldade no Mundo Espiritual.
Lição 4 - Possessão Demoníaca e a Autoridade do Nome de Jesus.
Lição 5 - Um Inimigo que Precisa Ser Resistido.
Lição 6 - Quem Domina a sua Mente.
Lição 7 - Tentação – A Batalha por nossas Escolhas e Atitudes.
Lição 8 - Nossa Luta não é contra Carne e Sangue.
Lição 9 - Conhecendo a Armadura de Deus.
Lição 10 - Poder do Alto contra as Hostes da Maldade.
Lição 11 - Discernimento de Espíritos – Um Dom Imprescindível.
Lição 12 - Vivendo em Constante Vigilância.
Lição 13 - Orando sem Cessar.
Batalha Espiritual é um tema inédito na Escola Bíblia Dominical. O comentarista, pastor Esequias Soares, tratará do assunto estritamente sob o ponto de vista bíblico, alertando a Igreja para o perigo do moderno movimento de “batalha espiritual”, com seus excessos e que cresceu muito a partir da década de 90, trazendo confusão para a vida dos crentes, e chamando a atenção para a verdadeira Batalha Espiritual à luz da Bíblia.
Em linhas gerais, o conceito de Batalha Espiritual na Bíblia ressalta que “todo o mundo está no maligno” (1João 5:19), que existem seres malignos e espirituais que desde o princípio conspiram contra Deus e contra os seres humanos para a destruição e o caos no mundo, e que os cristãos se opõem a essas forças malignas pela pregação do Evangelho, pela oração e pelo poder da Palavra de Deus. Os demônios existem, eles são reais e manifestam-se de várias maneiras, principalmente nas pessoas possessas, e tais espíritos precisam ser expulsos. A essa oposição dos crentes chamamos “batalha espiritual”, assunto que todos devemos tratar com seriedade e muita responsabilidade.
A Batalha Espiritual tem várias facetas, e ela começou lá no Éden, quando, pela primeira vez o ser humano se viu frente a frente com o inimigo. Desde então, batalhas são enfrentadas a cada dia, até que venha o grande Dia do Senhor, quando Ele mesmo destruirá, para sempre, os principados e as potestades malignas.
Depois de tantos modismos a respeito de “batalha espiritual” nos últimos anos, alguns devem ainda se perguntar: “afinal, a batalha espiritual é um erro ou há suporte para essa doutrina na Bíblia?”. A Batalha Espiritual tem, sim, fundamentação bíblica. No entanto, não chamaria o assunto “batalha espiritual” de doutrina, tanto que não há na Declaração de Fé das Assembleias de Deus um capítulo dedicado a isso.
Batalha Espiritual faz parte da vida cristã, porque os crentes vivem uma constante luta contra o pecado. O problema surge quando são criados métodos e práticas que não tem sustentação bíblica e são impostos como se o tivessem.
Os modismos mais usuais nestes últimos dias da Igreja do Senhor neste mundo, relacionados à suposta batalha espiritual, são: Maldição Hereditária, Mapeamento Espiritual, Espíritos Territoriais e a Expulsão de Demônios dos próprios crentes. Estas são práticas que acompanham o ensino da falsa batalha espiritual. São práticas relacionadas a crendices populares e que confundem o discernimento do que seriam realmente os desafios da vida cristã; são práticas que atrapalham o relacionamento do crente com Deus, a comunhão dos irmãos e irmãs dentro da igreja, e o envolvimento da igreja com as pessoas de fora; são práticas que, ao invés de transformarem vidas e produzirem novas criaturas que glorifiquem o nome de Jesus, geram confusão e valorizam as obras malignas que já foram vencidas na cruz. Daremos mais detalhes dessas inovações na Primeira Lição do trimestre letivo.
É possível um crente redimido ficar possesso por demônios? Esse assunto já aparece na primeira lição do trimestre. Sendo o crente templo do Espirito Santo (1Co.3:16; 6:19; Ef.2:22), ou seja, um corpo dedicado em santificação ao Senhor, não há espaço para demônios o tomarem e possuírem. Está escrito:
“Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não peca; mas o que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo, e o maligno não lhe toca” (1João 5:18).
Os divulgadores da suposta batalha espiritual desenvolveram teorias estranhas à Bíblia sobre a composição do ser humano para explicarem a possessão demoníaca dos centres. Interpretam corpo, alma e espírito do ser humano como dependências isoladas entre si, contrariando toda a antropologia bíblica. Além disso, eles pinçam textos da Bíblia aqui e ali, fora do contexto, para ajustá-la às suas ideias. É bom enfatizar que a pessoa, quando liberta pelo Senhor Jesus, passa a ser propriedade exclusiva de Jesus, passando a estar debaixo da proteção divina.
Entre alguns segmentos neopentecostais é comum se invocar a presença dos demônios para depois “expulsá-los”. O curioso é que os espíritos imundos têm padrão de comportamento manifesto nos supostos endemoninhados, há uma forma estereotipada: essas pessoas ficam encurvadas para frente com os dois braços para traz e os dedos das mãos para cima. É verdade que os demônios podem se manifestar num culto, e o Senhor Jesus deu poder aos crentes para expulsá-los (Mt.10:8; Mc.16:17), e isso tem acontecido diversas vezes em nosso meio, mas nunca se tornar elemento de exibição ou de propaganda para levantar ofertas. Objetivo do culto cristão é adorar a Deus invocando o nome de Jesus, e não chamar o Diabo e fazer dele um instrumento de exibição, e de uma falsa batalha espiritual, que só confunde os incautos.
Alguns teólogos chamam de simonia a “deliberada vontade de comprar ou vender algo espiritual”. A palavra vem de Simão mágico, de Samaria, que pretendeu comprar com dinheiro as coisas espirituais (cf. Atos 8:18-21). Hoje, este termo é aplicado aos mercadores da fé que oferecem por dinheiro as bênçãos divinas. Com essas práticas, eles transformam os cultos em festivais de ofertas e em reuniões de exibições de atos aparentemente sobrenaturais para manipular os presentes. São práticas litúrgicas que desonram a Deus. Geazi, servo do profeta Eliseu (2Rs.5:20-27), foi castigado por muito menos do que hoje se faz em diversas igrejas locais pelo mundo todo, principalmente aqui no Brasil.
O que as Escrituras Sagradas afirmam sobre Batalha Espiritual?
No Antigo Testamento, lemos sobre batalhas espirituais, em que o reino maligno luta contra o reino da luz. O confronto entre o profeta Micaías e os falsos profetas liderados pelo falso profeta Zedequias (1Reis 22:6-28) e o relato paralelo em 2Crônicas cap. 18 são exemplos clássicos.
Há também o relato no livro de Jó sobre o diálogo de Deus com Satanás nos dois primeiros capítulos. Não podemos olvidar o registro bíblico da grande batalha travada entre o arcanjo Miguel e as potestades com relação à resposta da oração de Daniel. O capítulo 10 de Daniel mostra que enquanto Daniel orava e jejuava, estava sendo travada uma batalha espiritual de grande magnitude. O príncipe da Pérsia (isto é, um anjo maligno) estava impedindo que Daniel recebesse do anjo a mensagem de Deus. Por causa desse conflito, Daniel teve que esperar vinte um dias para receber a revelação. Esse “príncipe da Pérsia” não era um potentado humano, mas um anjo satânico. Só foi derrotado quando Miguel, o príncipe de Israel (Dn.10:21), chegou para ajudar o anjo mensageiro. Os poderes satânicos queriam impedir o recebimento da revelação, mas o príncipe angelical de Israel (Dn.12:1) demonstrou sua superioridade (cf.Ap.12:7-12). Esse incidente nos dá um vislumbre das batalhas invisíveis que são travadas na esfera espiritual a nosso favor. Note que Deus já tinha respondido a oração de Daniel, mas que a ação satânica retardou a resposta da mensagem por vinte e um dias. Visto que o crente sabe que Satanás sempre quer impedir nossas orações (2Co.2:11), deve perseverar na oração (cf.Lc.18:1-8).
No Novo Testamento, há a possessão do gadareno e a expulsão dos demônios por Jesus, e a tentação de Jesus. Não há dúvida que a tentação de Jesus no deserto foi uma batalha espiritual, e uma batalha de quarenta dias. A primeira coisa que aprendemos nisso é que Satanás é um inimigo derrotado (João 12:31; 16:11), e que o acontecido era o prenúncio da completa derrota final de Satanás. Deus expulsou Satanás do Céu (Is.14:12-15), mas Jesus veio para expulsá-lo da terra (João 12:31). Todo o reino das trevas ficou sabendo da derrota do seu maioral enquanto o Vencedor dava aos seus discípulos poder para pisar todas as hostes do Inimigo (Lc.10:19).
É válido dizer que uns ignoram a existência de uma batalha espiritual, enquanto outros a supervalorizam a ponto de cair no fanatismo. Qual o ponto de equilíbrio quando o assunto é batalha espiritual? Devemos tomar cuidado para não levar o povo ao ceticismo e ao mesmo tempo conscientizá-lo da realidade da batalha espiritual conforme a Bíblia.
Deve a igreja ser vigilante, atentar para todas as artimanhas do adversário de nossas almas, que anda ao derredor buscando a quem possa tragar (1Pd.5:8). Quando não vigiamos, quando não estamos alerta, o inimigo facilmente se introduz na nossa vida e, o que é mais grave, acaba tendo acesso ao nosso coração, como ocorreu com Judas Iscariotes (João 13:2). A igreja deve estar sempre atenta e alerta, a fim de não permitir que o adversário venha a nos enganar. Paulo exorta:
“No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo; porque não temos que lutar contra carne e sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” (Ef.6:10-12).
Conscientizemo-nos de que estamos numa guerra espiritual. Satanás mantém todas as nações em servidão a ele mesmo e não desiste com facilidade desse seu domínio. Na realidade, ele resistirá a nós diante de cada passo que dermos ao longo do caminho. A evangelização do mundo envolve uma guerra espiritual.
Quando procuramos evangelizar, Satanás oferece-nos resistência (cf. 1Tss.2:18). Ele arrebata a Palavra que fora semeada nos corações humanos (cf. Mt.13:19). E ele semeia o joio no meio do trigo (cf. Mt.13:24). Esse joio são “os filhos do maligno”, conforme ensinou o Senhor Jesus.
Uma coisa é certa: Jesus está edificando a Sua Igreja, e as próprias portas do inferno não são suficientemente poderosas para impedir o avanço dela (cf.Mt.16:18).
Quando entramos em batalha espiritual, temos a certeza da vitória final. Satanás e todas as suas hostes foram derrotados de forma decisiva na cruz do Calvário. Ali, Jesus, “tendo despojado os principados e potestades, os exibiu publicamente” (Cl.2:15). Por meio de sua morte e ressurreição, Jesus “está à destra de Deus, tendo subido ao céu; havendo-se-lhe sujeitado os anjos, e as autoridades, e as potestades” (1Pd.3:22).
Mas, apesar de nos ter sido garantida a vitória final, também fomos avisados de que essa vitória não será fácil. É conforme disse Paulo: “... por muitas tribulações nos importa entrar no reino de Deus” (Atos 14:22).
Nenhum guerreiro poderia esperar ganhar uma batalha sem qualquer dor, sofrimento, dificuldade e desencorajamento. Jesus, porém, nos conferiu os recursos de que carecemos. Ele nos delegou autoridade espiritual para curar os enfermos, para expulsar demônios, para derrubar fortalezas espirituais, para ligar e desligar e, acima de tudo, para compartilhar as boas-novas de Jesus Cristo, a fim de que homens e mulheres possam nascer de novo e ter os seus nomes escritos no céu. Ele nos outorgou a completa armadura de Deus, bem como a espada do Espírito, que é a Sua Palavra.
Que neste trimestre possamos nos conscientizar que a batalha espiritual consiste na luta contínua da Igreja contra o reino das trevas. A batalha é renhida e o crente só vencerá com oração, jejum, comunhão com o Espírito Santo e submissão plena às Escrituras Sagradas. Pense nisso!
------
Ev. Luciano de Paula Lourenço

Nenhum comentário:

Postar um comentário